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FLIP 2020 adiada para novembro

FLIP 2020 adiada para novembro

 

Salve, salve minhas queridas capivaras.

O agravamento da pandemia global do coronavírus e a necessidade de distanciamento social, com duração ainda bastante incerta, levaram a Festa Literária Internacional de Paraty – Flip a tomar as medidas cabíveis para preservar a saúde e a segurança de todos, adiando a edição de 2020.

Conscientes do impacto no cenário cultural brasileiro e na economia local, a organização do evento está trabalhando  remotamente para manter a estrutura, a missão e os ideais da Flip em dia para a sua realização em novembro de 2020.

A tradicional festa literária ocorreria originalmente de 29 de julho a 2 de agosto.

A homenageada dessa 18ª edição será a escritora Elizabeth Bishop (1911-1979), uma das maiores poetas do século 20 e que morou no Brasil por quase duas décadas, sendo uma das grandes responsáveis pela divulgação da literatura brasileira em terras estrangeiras. 

É a primeira vez desde sua criação, em 2003, que a Flip escolhe um estrangeiro para a homenagem.

Antes do anúncio do adiamento do evento, dois escritores estrangeiros já haviam confirmado presença em Paraty.

O primeiro confirmado foi o escritor nigeriano Chigozie Obioma.

Considerado uma das vozes mais interessantes da nova geração da literatura africana, Obioma lançou em 2019 seu segundo livro, Uma Orquestra de Minorias, editado no Brasil pela Globo Livros. O romance, narrado por um espírito ancestral, segue a tradição Igbo, típica da Nigéria natal do escritor. O livro rendeu ao escritor sua segunda indicação ao Man Booker Prize, algo que ele já tinha alcançado com seu romance de estreia de 2015, Os Pescadores, também editado pela Globo Livros.

O segundo confirmado é o poeta e performer americano, Danez Smith.

Voz radical da poesia contemporânea norte-americana, com livros debruçados sobre temas como raça, gênero e identidade, Smith se define como uma pessoa não-binária e prefere ser tratado por pronomes no plural  e sem demarcação de gênero, quando possível.

Em 2017, com Não digam que estamos mortos, a ser publicado em maio no Brasil pela Bazar do Tempo, Smith foi finalista do National Book Award e ganhou o prêmio Forward de poesia, tornando-se o autor mais jovem a ser premiado.

Lançado em meio ao movimento Black Lives Matter, o livro fala sobre o racismo e a violência institucionalizada nos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que trata de temas pessoais, como seu diagnóstico de HIV positivo.