Bar da Capivara – Confeitaria Kurt

Salve, salve minhas queridas capivaras.

Depois de um 2020 bem capenga, a temporada 2021 do Bar da Capivara está trazendo de volta o prêmio Bar da Capivara.

Devido aos problemas causados pela pandemia, resolvemos abrir o leque de opções, deixando de focar apenas nos bares.

De janeiro a agosto, falaremos sobre 8 lugares incríveis, em colunas mensais, que serão os nossos candidatos ao grande prêmio.

Mas dessa vez, serão vocês que escolherão o dono do Troféu Bar da Capivara 2021.

Faremos votações através dos stories do perfil do A Capivara Deu Cria, no Instagram

De setembro a outubro, faremos as quartas de final, com 4 disputas animadissimas, com intervalo de 15 dias entre as votações

Em novembro, teremos as duas semifinais e em dezembro, vocês escolherão o grande campeão de 2021 do Bar da Capivara.

Nesse mês de julho, vamos aproveitar que essa pandemia tem bagunçado completamente com a nossa programação para trazer uma coluna sui generis, uma escolha bem peculiar.

Convidamos as meninas do Niska`s Doces, nossas parceiras nas redes sociais, para visitarmos uma confeitaria muito especial.

O candidato do mês de julho é a Confeitaria Kurt, com mais de 75 anos de tradição no Leblon.

A confeitaria foi fundada nos anos 40, pelo alemão Kurt Deichmann que chegou ao Brasil fugido da guerra e abriu uma loja que logo do início formava filas na porta.

Seus tradicionais biscoitos (palmiers, spekulatius, baserlerleckerli) doces como mousses francesas, tortas austríacas deram fama à casa, continuam fazendo sucesso.

A casa oferece uma linha tradicional de iguarias européias, especializada em stollen (espécie de panetone), streusel (torta recheada com frutas frescas), teekuchen (bolo inglês) e weihnachtsfruchi brot (bolo curtido no licor de cherry).

Destaques também para a Torta de Damasco com Chantilly, Macarron de Frutas Vermelhas e Picada de Abelha, que tem massa recheada com creme patissiere, coberta com mel e crocante.

O motivo gerador da nossa aventura pelo mundo da confeitaria tem nome e sobrenome: é a Sachertorte, a torta de chocolate mais famosa de Viena, inventado por Franz Sacher, na época com apenas 16 anos, em 1832 para príncipe Metternich.

Após saber sobre toda a rica história que envolve a Sachertorte, o gordinho que habita em minha alma se manifestou e quis provar o sabor desse torta que um dia já encantou um príncipe.

Após consultar São Google, descobrimos que todos os caminhos levavam para um só lugar, a Confeitaria Kurt, considerado o melhor lugar no Rio de Janeiro para se comer a Sachertorte.

Quando chegamos no Leblon, a primeira coisa que chamou a atenção foi o tamanha da fila para entrar na Confeitaria.

Olha que deixamos para chegar mais para o fim do horário de atendimento.

Para a nossa sorte, rapidamente conseguimos uma mesa na área externa, sabe como é, pandemia não combina com lugares fechados.

Já que havíamos atravessado metade da cidade apenas para conhecer uma torta, achei melhor fazer valer o custo do combustível (brother, a gasolina está muito cara) e resolvi provar também outros doces da Kurt Confeitaria.

Ou vocês realmente acharam que o gordinho ia para uma confeitaria e iria provar apenas uma fatia de torta?

Nosso pedido ficou o seguinte: Sachertorte, Macarron de Frutas Vermelhas e Strudel de Maça. Para acompanhar, aquele café de respeito.

Quando a Sacher chegou, a primeira coisa que me chamou a atenção foi a coloração da geléia de damasco que serve como recheio.

Não era uma geléia dessas prontas, compradas no mercado. Só de olhar ficou bem claro que a geléia era de fabricação própria. Curti isso.

Ao contrário das docerias tradicionais, onde os bolos e tortas tem um gosto doce muito forte, os produtos servidos na Kurt Confeitaria são bem mais equilibrados, sem abusar tanto do açucar e buscando harmonizar os sabores de uma forma única.

No caso da Sacher, o gosto da massa de chocolate está mais para o amrgo do que para o doce e quando se mistura com a acidez da geléia de damasco, surge um sabor novo na boca que no primeiro momento parece um tanto estranho, mas que se torna agradável depois de algumas garfadas.

Em seguida foi a vez de provar o Macarron de Frutas Vermelhas, com aquela massa maravilhosa de macarrom, chantily da casa e frutas vermelhas.

Gente, de boa, eu sei que se trata de uma confeitaria chique na Zona Sul, que estavámos em uma das principais calçadas do Leblon, que as pessoas que estavam ali eram todas muito educadas, todas falando baixo e coisa e tal, mas eu preciso dizer que é humanamente impossível comer macarron de garfo e faca. Simplesmente não dá.

Juro que tentei manter o meu disfarce de pessoa bem educada por mais tempo mas depois de uns 10 minutos literalmente tomando uma surra do macarron, resolvi mandar os bons custumes para a casa do chapéu, arregaçei as mangas, peguei o doce com as mãos e mostrei para o tal do macarron quem é que mandava naquela bagassa.

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Nesse momento, enfim, encontrei a felicidade e ela tinha a forma de chantily. Que parada gostosa, gente, que parada gostosa.

Ainda tinha a massa que derretia na boca e a doçura das futas vermelhas.

Se a Sacher me trouxe um sabor novo, o macarron trouxe a lembrança das grandes festas, das grandes comemorações.

Fui duplamente agraciado, primeiro pelo gosto da sobremesa e depois pelas doces recordações que pude resgatar da minha memória.

Essas recordações em tempos de isolamento social tem um sabor todo especial, nê?

Para fechar os trabalhos pedimos o nosso último doce, o Strudel de Maça.

Olha, eu nunca tinha vista um Strudel desse jeito, com a massa tão fina.

Não posso negar que estranhei bastante, até mesmo porque eu adoro Strudel.

Acho que isso me fez ter um preconceito com o doce, do tipo, ainda não provei mas já não gostei.

Simplesmente, não consegui curtir o doce. Não rolou.

Depois que a casa esvaziou, fui conhecer a parte interna e achei tudo muito bonito, muito simpático um lugar que te dá aquela sensação gostosa de conforto, de aconchego.

De uma forma geral, gostei muito da Confeitaria Kurt mas terei que ser sincero, não sei se volto lá.

Meu paladar pede uma sobremesa mais puxada para o doce, ao contrário do que é proposto pela casa, que segue a linha tradicional européia.

Mas acho super válido ir até o Leblon para conhecer a casa, é uma experiência bem legal para os amantes da confeitaria.

Seguem os dados de contato da Confeitaria Kurt.