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Mens Rea: A cartografia do mistério

Mens Rea: A cartografia do mistério

 

Salve, salve minhas queridas capivaras.

A CAIXA Cultural Rio de Janeiro recebe, até o dia 2 de fevereiro (terça-feira a domingo), a exposição Mens Rea: A cartografia do mistério, de Mac Adams, um dos fundadores da chamada Arte Narrativa (Narrative Art).

Com curadoria de Luiz Gustavo Carvalho, a mostra apresenta 15 dípticos fotográficos da série Mistérios e uma seleção da série Tragédias pós-modernas, desenvolvida pelo artista nos anos 1980. O projeto tem patrocínio da CAIXA e do Governo Federal.

Provocando colisões híbridas entre tragédias sociais e utensílios de design, os objetos espelhados cromados fotografados por Mac Adams refletem nas suas superfícies situações violentas e inquietantes, que contradizem completamente as formas metálicas perfeitas.

“Em uma época onde a palavra pós-verdade foi escolhida como uma das palavras que melhor representa a nossa sociedade, é impressionante ver a contemporaneidade desta série em diversas culturas”, comenta o curador Luiz Gustavo Carvalho.

Com uma obra que encontra as suas raízes na rica tradição oral e escrita dos contos do País de Gales, nos romances de Arthur Conan Doyle e no cinema de Alfred Hitchcock, Mac Adams desenvolveu ao longo das últimas décadas um trabalho de importância singular em duas e três dimensões, explorando o potencial narrativo da fotografia e da instalação na composição e construção de cenas misteriosas que levam o público à fronteira das normas sociais.

Contador de histórias

Como um contador de histórias, ele utiliza fotografias e objetos, em uma estreita relação semiótica. A exposição apresenta ainda três esculturas do artista anglo-americano em torno da sombra. Este elemento, que vem fascinando a humanidade desde a Antiguidade, é abordado por Mac Adams, por meio de esculturas, nas quais estruturas abstratas projetam sombras figurativas.

“Esta faceta do trabalho de Mac Adams é dotada de um humor singular. No entanto, em toda a sua obra, ele sempre nos obriga a interrogar a veracidade de elementos que transitam entre a realidade e a ficção”, ressalta o curador. Na exposição, ainda haverá a instalação site specific Cartografia de um crime, criada especialmente para a mostra no Rio de Janeiro. Nesta instalação, o artista reflete sobre a memória e o esquecimento, por meio de uma relação passional obsessiva. Para isso, Mac Adams constrói um diálogo entre suas imagens e fotografias provenientes do arquivo do Museu Nicéphore Niépce (França), um dos mais importantes da Europa.