×

Crítica filme ‘ Um Lugar Silencioso’

Crítica filme ‘ Um Lugar Silencioso’

Crítica filme ‘ Um Lugar Silencioso’

Olá adeptos capivarenses, tudo certo?

Sentiram falta das críticas? Ficamos um tempinho sem oferecer a vocês nossas análises, mas voltamos e vamos com tudo!

Dessa vez, trouxemos uma opinião sóbria (na medida do possível) e bem criteriosa para você que vai conferir o longa recente ‘Um Lugar Silencioso’.

Em primeiro lugar, devo confessar que a experiência de ver um filme na última sessão do shopping mais conhecido da galera do Andaraí e de Vila Isabel, no Rio (sem jabás e sem homenagens comerciais), é tão intensa quanto esse filme.

Saindo da sala, já me senti numa Silent Hill vendo a rua deserta total às 23:15 e alguns seres brotando das sombras, e tendo que dar aquele pinote sagaz pra não ser sugado dessa pra melhor. Recomendo a todos participarem deste ritual, é interessante.

Bem, já tinha visto alguns teasers do filme na Web e me pareceu aquela velha, chata máxima de filmes de suspense/terror: o susto com aberrações. Sempre tem uma em filmes recém lançados do genêro, porque isso realmente faz parte da fórmula que dá público e renda – até então.

Por exceção, outros filmes estão se destacando na questão da forma em como se emprega o terror – vide nossa primeira crítica do site (Corra!, e o link é este aqui ó

Crítica filme “CORRA!”

) – e Um Lugar Silencioso quer de fato cumprir esse papel de sair um pouco da mesmice, e pude concluir isso em poucos minutos de ‘fita’ rodando.

Logo no início, temos cenas bem interessantes em que mal percebemos o elemento principal – o silêncio quase total (incrível como não ter barulho numa sala de cinema faz você se policiar pra ficar quieto).

Não fique espantado se não escutar os diálogos no começo, a intenção é deixar esse clima rolar durante o filme – os personagens vivem com o medo constante de não fazer barulho, e se adaptam a isso pois criaturas bem grandes e sutis chegam ao menor derrubar de um objeto, para os devorar.

Ah, não vá esperando uma resposta dessa situação no filme… a produção só deixa algumas pistas de como os bichos se comportam e como se precaver de não ser engolido por um deles (os recortes de jornal e alguns aparelhos semelhantes àquele de surdez são os instrumentos para tal).

 

Por essa e outras, logo antes do lançamento, rolou uma especulação do universo do filme estar relacionado aos monstros do longa quase cult de terror ‘Cloverfield’, mas a produção deixou claro que ‘não, isso não é verdade’, apesar de suscitar alguns elementos tanto do filme citado quanto da série Netflix Stranger Things, pela aparência dos monstros e seu aspecto comportamental.

Voltando ao enredo: genial a solução nada imediata empregada no final do primeiro ato para a segunda parte, que representa um bom plot twist*¹.

Você escuta um som, e pensa: ‘f***u, agora é o momento em que alguém morre’.

Mas não…

O tempo que se passa entre o esporro (um pequeno barulho num mundo silencioso) e a reação enérgica que esperamos não é longo mas o suficiente para causar um suspense real; um ótimo artifício utilizado no roteiro pra jogar para cima o nível de adrenalina na coisa.

Digo para vocês que achei incrível também a escolha da dramatização – por LIBRAS e pelos diálogos sussurrantes – dos atores em geral, mas reservo um ‘joinha’ especial para Emily Blunt, que soube, na sequência mais suspensiva do filme (cenas da banheira e do porão) tratar as reações na medida certa e não exagerar na dose. Seu marido na trama, interpretado pelo ator John Krasinski, e as crianças não se destacaram além do esperado nessa escolha.

Se tiver que atribuir uma nota, numa escala de 1 a 5, seria de 4 ‘Capivaras’.

Enfim, não se trata de uma originalidade absurda em termos de produção, roteiro e principalmente a fotografia (que fica no ‘arroz e feijão’ bem feito aliás), mas representou de certa maneira um começo de mudança para o gênero de terror, em detalhes bem sutis.

E a direção praticamente inédita de John Krasinski (curiosidade: ele é o marido fora das telas de Emily Blunt também) foi muito bem conduzida e inspira confiança para as próximas produções.

Nos vemos semana que vem, na próxima resenha!

 

Plot Twist– termo vindo da linguagem cinematográfica, quando há uma mudança drástica de direção da trama, que é o plot, utilizado como transição de uma parte para outra, em termos temporais, ou não (dependendo da obra).

 

Por Rodrigo do Bem

  https://vimeo.com/dobemrodrigo

 http://www.kawek.net/dobemrodrigo

  https://www.facebook.com/rodrigo.dobemperez

 

#

#