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Entrevista com o o autor Daniel Pandeló Corrêa, o criador de “Tudo que as vozes contaram”

Entrevista com o o autor Daniel Pandeló Corrêa, o criador de “Tudo que as vozes contaram”

Salve, salve minhas queridas capivaras,

Hoje vamos ter a honra de entrevistar um grande parceiro do A Capivara Deu Cria, que está lançando um projeto muito interessante ao lado da instrumentista e
produtora Sarah Abdalla

Nosso entrevistado é o autor Daniel Pandeló Corrêa, o criador de “Tudo que as vozes contaram”, um projeto único onde música e literatura se unem.

Para quem está ligando o nome a pessoa, “Tudo que as vozes contaram” já foi tema de uma coluna no nosso site.

Segue o link para quem quiser saber mais sobre esse projeto:

Daniel Pandeló Corrêa e Sarah Abdala unem literatura e experiência sensorial em disco conjunto

Agora, vamos com a entrevista do nosso repórter Marcelo Soido Paz com o Daniel Pandeló Corrêa.

1 – Daniel, antes de mais nada, é uma grande alegria poder bater esse papo contigo. Gostaria que você falasse um pouco sobre o “Tudo que as vozes contaram”.

Essa é uma história que traz o luto e o modo como não conseguimos nos libertar de sensações, de depressões, de sensações tóxicas, só que com um quê de sobrenatural. É uma história que surgiu para mim de um pesadelo e reinventei como parte do modo de lidar com a depressão. Estou trabalhando neste livro desde o fim de 2013, com calma. “Tudo que as vozes contaram” é a primeira parte do livro. Na verdade, tipo uma prévia do que vai ser o livro.

2 – Como surgiu essa parceria com a Sarah Abdala?

Este é um projeto em que estou trabalhando há quase 10 anos. É um livro enorme, dividido em três atos, que estou deixando amadurecer pois sinto que não estou 100% pronto para realizá-lo e colocar na rua. Eu sempre tive muito apoio da Nath, minha parceira, mas a Sarah Abdala foi a primeira pessoa que me fez acreditar que estava na hora de mostrar algo desse projeto pro mundo. Eu fiz com ela um disco chamado “Voando Reto num muro de Tijolos”, e ela conseguiu pegar em mim traumas que nem minha mãe ou minha terapeuta sabiam na época e colocar isso de modo público. O nível de confiança que já tinha nela, que era altíssimo, foi pra estratosfera. E lembro de um dia contar pra ela, em detalhes, a história do livro e o olhar brilhando da Sarah de interesse. A Sarah compôs como uma trilha sonora e foi uma honra pra mim ver ela empolgada e falando que queria assinar como um disco dela também.

3 – Olhando a sua trajetória, vi que você é um homem de muitas atividades. Músicas, poesias e contos. Sem contar o seu Blog, é claro. Como consegue administrar tantos afazeres e qual dessas áreas é a sua preferida?

Tem um meme que sempre me lembro nessas horas de um homem falando que fazia mil atividades profissionais e falava “como consigo fazer tudo isso? Sendo péssimo em todas”! hehehe. Meu objetivo não é ser péssimo em todas, mas ter a humildade de pensar que tô eternamente aprendendo. Acho que faço mil coisas pois me entedio rápido e vou mudando para me reencontrar. Acho que cada ideia meio que puxa um formato próprio e eu só sigo a onda. Hoje estou começando a testar uns formatos com ilustrações e estou voltando a desenhar e pintar. Acho que hoje essa é minha favorita.

4 – Falando em áreas preferidas, quais os artistas que influenciaram a sua carreira e o que você tem escutado em casa?

Dentro da literatura, tem dois caras bem diferentes. O grande argentino da literatura fantástica Julio Cortázar e o inglês Neil Gaiman, que é um mestre de muitas mídias – do romance aos quadrinhos, das séries aos livros infantis. Mas tenho me inspirado muito no modo como o Arnaldo Antunes guia sua carreira entre música e literatura e no jeito como o Vitor Ramil escreve canções como poemas.

5 – Quais as bandas independentes que, na sua opinião, merecem ser conhecidas pelo grande público?

Olha, tem muitas. Mas vou puxar um pouco pro meu lado também e apresentar uma cantora, a Rebeca F. Ela é carioca e é uma grande parceira minha, temos muitas músicas escritas juntos, incluindo “Antes de cortar contato” (https://www.youtube.com/watch?v=pM2c4Pg5-4o)

6 – Para terminar, já está pensando em algum projeto futuro?

Sim, acho que sempre hehe Além do livro que estou trabalhando, em breve lançarei um trabalho colaborativo com vários artistas que reinventa meu disco “Em Glória ou em Ruína”. Convidei vários criadores para pegar essas ruínas e transformarem em algo novo, cada qual ao seu estilo.