Todos Poderosos?
Os jogadores brasileiros, normalmente, são destacados por suas habilidades e desta forma chamam a atenção dos clubes estrangeiros que por vezes já investiram e investem muito dinheiro nos craques brasileiros. Agora é notícia a venda do garoto de 16 anos Vinicius Junior do Flamengo por cerca de U$ 45 milhões.
Muitas vezes os jogadores brasileiros saem daqui como ídolos de seus clubes, mas chegando na Europa levam um certo tempo para se adaptar e conseguem atingir seus objetivos. Por outro lado muitos outros acabam por se perder, talvez por sua própria soberba, talvez por falta de preparação aqui no Brasil, mas vemos sempre alguém que acaba metendo os pés pelas mãos.
O bola da vez é o Gabigol, jogador da base do Santos que despontou com destaque ao ser promovido em 2013 aos 16 anos de idade na transição de saída de Neymar. Tendo sido artilheiro da Copa do Brasil em duas oportunidades, em 2014 e 2015 e apenas três anos após ter sido alçado a equipe principal, mas precisamente em agosto de 2016, foi vendido a Internazionale de Milão. Após a ascensão quase meteórica o jogador estampa as manchetes dos jornais por ter abandonado o banco de reservas da equipe durante uma partida do campeonato italiano.
Uma atitude dessas não é apenas um ato de indisciplina, é um ato de total desrespeito com os demais companheiros, os dirigentes que o contrataram e com a torcida que sempre espera no minimo respeito e dedicação de seus jogadores. Não deve existir cláusula que obrigue a titularidade de Gabigol na Inter, nem mesmo Neymar que possui uma qualidade indiscutível foi titular logo no início.
O futebol brasileiro vive um momento de renascimento representado pela Seleção Brasileira que parece ressurgir das cinzas pelas mãos de Tite, mas certos vícios parecem serem difíceis de serem modificados. Apesar dos pesares a aura da mística dos jogadores brasileiros parece ainda mexer com a cabeça de jogadores que de alguma forma parecem não terem preparo para momentos de aparente adversidades. Racionalmente falando um jogador de 20 anos, ainda que tenha uma qualidade fora do normal ainda necessita de “rodagem” e deveria compreender que ainda tem um caminho longo a percorrer.
O tempo passa, mas fica claro que existe uma dificuldade de aceitação em deixar o futebol brasileiro como ídolo e encontrar a realidade de ser mais um no elenco que deve demonstrar qualidade no dia a dia e conquistar confiança para enfim ser titular.
Os exemplos estão aí de jogadores que não se adaptaram ao futebol europeu e acabam “forçando” uma situação para que sejam “devolvidos”. Será que apenas os jogadores e seus empresários são os responsáveis por isso ou até mesmo a euforia criada pelas torcidas e até mesmo pela imprensa faz com que os jogadores se vejam como “deuses” acima do bem e do mal?
Por Fábio Araújo
A capivara deu cria.