Salve, salve minhas queridas capivaras.
O Paladino da Boemia esteve no Teatro da Caixa Nelson Rodrigues para acompanhar a peça de teatro “Mulher Invisível”, primeiro monólogo da atriz Catarina Abdalla, com direção de Amir Haddad, texto de Maria Carmen Barbosa e dramaturgia de Érida Castelo Branco.
https://www.facebook.com/espetaculomulherinvisivel/videos/1726513240702030/
De acordo com o programa da peça, a trama acompanha uma noite de trabalho de Eunice (Abdalla), faxineira de uma loja de artigos masculinos que abre seu sofrido coração para os manequins de plástico que expõem as roupas vendidas no local. Um monólogo existencialista com boas doses de humor, a peça traz à tona questões sensíveis como a invisibilidade dos que, de alguma maneira, são excluídos pela sociedade e a solidão que enfrentam no cotidiano.
https://www.facebook.com/espetaculomulherinvisivel/videos/1727483913938296/
Com 36 anos de carreira, Catarina Abdalla conta que sua personagem é uma mulher do povo, muito sofrida, mas com o coração cheio de ideias românticas: “Eunice é uma mulher esquecida, que tenta conversar com o marido e as filhas, mas ninguém a escuta. A solidão é tanta que ela acaba confessando suas alegrias, indignações e tristezas com aqueles ‘moços bonitos’. É assim que ela chama os manequins da loja”, adianta a atriz. “Eunice trabalha fora a madrugada inteira e durante o dia ela faz os serviços de casa. Às vezes, ela encosta um pouco para cochilar e assim vai levando vida nesse lugar invisível. São esses invisíveis que constroem o mundo”, afirma.
O texto de Maria Carmen Barbosa é excelente formando junto com a brilhante atuação de Catarina Abdalla e a ótima direção de Amir Haddad, uma ótima oportunidade de dar mil risadas com as histórias engraçadas de Eunice Silva, sua mãe, seu marido Edmílson, suas duas filhas e o manequim Flamarion.
Quando a atriz entra em cena, não pelo palco, e sim através da platéia, conversando e brincando com todos, o jogo já está ganho, todos ali sentados já estão vidrados, aguardando ansiosamente o início do espetáculo, quando então Catrina incorpora pela primeira vez na noite a engraçada e sofrida personagem Eunice.
A parte musical merece um dez, as canções foram escolhidas a dedo, impossível não cantar junto.
Ao mesmo tempo dá aquele frio na barriga e aquela vontade de chorar quando aborda temas mais fortes como a solidão e essa sensação de ser invisível perante aos outros, vivido por essa personagem no palco e por tantas outras pessoas na vida real.
Quando após a peça, você consegue se soltar das inúmeras piadas e faz uma reflexão verdadeira sobre toda a parte séria que está por trás do texto, é um verdadeiro soco no estômago, muitas vezes reconhecemos aquela mesma história que tanto nos tocou durante aquela uma hora no teatro em diversas pessoas que estão ao seu lado, e o pior, sem termos percebido nada.
Isso dá um baita sentimento de tristeza, mostra como podemos ser tão insensíveis e até mesquinhos, nos preocupando apenas com as nossas pequenas crises, sem olhar o mundo a nossa volta.
Quantas vezes as pessoas já tentaram conversaram, já nos pediram atenção e dentro da nossa correria do dia a dia, acabamos passando por cima dessas pessoas, desapercebendo a presença delas e as tornando invisíveis.
Garanto que muita gente resolveu, depois de assistir a essa maravilhosa peça, pegar o telefone e ligar para a esposa ou para o marido, para os pais, para aquela tia que sempre se preocupou com você, com aquele amigo que sempre deixa um recado, ou seja, com todas as pessoas que tentaram de alguma forma se comunicar, se expressar com você e que, com a desculpa de falta de tempo, da tal vida corrida, acabamos neglicenciando com o nosso silêncio.
Olha que nem falei daquela senhora na fila do pão, do tiozinho que cuida da limpeza na firma, do porteiro do prédio e de tantos outros personagens que estão no nosso entorno e nem percebemos, todos meio invisíveis.
Meus amigos, eu super recomendo essa peça para todos vocês.
Aproveitem que esse é o último fim de semana, vai de quinta a domingo, sempre às 19h.
Editor-chefe, coloca o selo Bacana de qualidade aí, por favor.
Mulher Invisível
Data: 23/11/2017 a 17/12/2017
Horário: 19h
Horário da Bilheteria: de terça-feira a domingo, das 13h às 20h
Local: Teatro da CAIXA Nelson Rodrigues – Avenida República do Chile, 230 – Centro
Entrada: Não será permitida a entrada no teatro após o início do espetáculo
Valor do Ingresso:
Plateia: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia)/ Balcão: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia).
Além dos casos previstos em lei, clientes CAIXA pagam meia.
Pessoal, eu vou ficando por aqui.
Até o próximo Teatro Capivara.
Se tiver alguma sugestão, reclamação, observação, recado ou apenas quer me indicar um espetáculo legal, fique à vontade para usar a caixa de comentários no fim da página.
Um beijão do Paladino
Marcelo Soido Paz
@marcelosoidopaz_
@acapivaradeucria
#paladinodaboemia
#teatrocapivara
#acapivaradeucria
www.acapivaradeucria.com.br
https://www.facebook.com/capivaradeucria
https://www.instagram.com/acapivaradeucria/
https://www.youtube.com/channel/UCmCLEvuxICD-NqwOP8Zo43w?view_as=subscriber