Festival serrote, no IMS Paulista, promove debates com Alejandro Zambra, Mário Augusto Medeiros da Silva, Triscila Oliveira e Fernanda Silva e Sousa
A sétima edição do evento acontece na sexta e no sábado (3 e 4 de maio), com a presença de escritores, artistas e ativistas. Com entrada gratuita, a programação inclui bate-papos e a apresentação serrote ao vivo, com leituras, performance e música ao vivo.
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Na próxima sexta-feira e no sábado (3 e 4 de maio), acontece a sétima edição do Festival serrote, organizado pela revista de ensaios do Instituto Moreira Salles. Realizado no IMS Paulista (Av. Paulista, 2424), o evento reunirá escritores, pesquisadores, jornalistas e artistas para apresentações e debates sobre temas como as literaturas periféricas e as narrativas de experiências negras. Todas as atividades são gratuitas, abertas ao público e contam com interpretação em Libras.
Entre os convidados, está o escritor chileno Alejandro Zambra, um dos principais nomes da literatura latino-americana contemporânea. Presente nos dois dias de programação, o autor abordará sua produção literária, em especial o ensaio “Um conto de Natal”, sobre a relação de amizade com o seu editor, publicado na 46a edição da serrote, e seu novo livro Literatura infantil, editado pela Companhia das Letras, cujo lançamento será no dia 6 de maio, às 19h, na Livraria Megafauna, em São Paulo, também com a presença do autor.
Participam ainda do festival, o escritor Mário Augusto Medeiros da Silva, professor de sociologia da Unicamp, a roteirista e ativista Triscila Oliveira, coautora das HQs Confinada e Os Santos, a crítica literária e tradutora Fernanda Silva e Sousa e a jornalista e ensaísta Thaís Regina, entre outros convidados.
A programação começa na sexta-feira (3/5), às 20h, com a serrote ao vivo, uma edição especial da revista concebida para o palco, com leituras, música, performances e artes visuais. Esta edição terá apresentações de Zambra, Triscila Oliveira, da artista transdisciplinar e crítica de arte Padmateo, uma das vencedoras da última edição do Concurso de Ensaísmo serrote, da escritora e editora Yasmin Santos e dos artistas Thiago Rocha Pitta, Vivian Caccuri e Thiago Lanis. A banda Hurtmold é responsável pelo acompanhamento musical.
No sábado (4/5), o evento inclui três debates. Às 15h, Fernanda Silva e Sousa e Thaís Regina, também contempladas na última edição do concurso de ensaísmo serrote, conversam com a jornalista Bianca Santana sobre o desafio de narrar o passado e o presente das populações negras no Brasil sem se limitar às marcas da violência e da dor.
Em seguida, às 17h, será a vez de Mário Augusto Medeiros da Silva e Triscila Oliveira discutirem a representação de personagens e cenários periféricos na literatura brasileira. O bate-papo será mediado pela escritora, ensaísta e livreira Juliana Borges.
A programação encerra às 19h, com um encontro do público com Alejandro Zambra. O escritor chileno fará um passeio por sua obra, celebrada por livros como Poeta chileno e Formas de voltar para casa, em uma conversa mediada pela editora Ana Lima Cecilio, curadora da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip).
Serviço – Festival serrote
3 e 4 de maio (sexta e sábado)
Cineteatro do IMS Paulista
145 lugares
Entrada gratuita, com distribuição de senhas.
Para o dia 3 de maio, sexta | Distribuição de senhas 1 hora antes do evento, com limite de 1 senha por pessoa.
Para o dia 4 de maio, sábado | Distribuição de senhas para qualquer uma das mesas a partir das 12h. Limite de 1 senha por mesa para cada pessoa.
Evento com interpretação em Libras
IMS Paulista
Avenida Paulista, 2424
São Paulo
Tel.: 11 2842-9120
PROGRAMAÇÃO COMPLETA
Sexta-feira (3 de maio)
20h – serrote ao vivo
Alejandro Zambra + Hurtmold + Padmateo + Thiago Rocha Pitta + Triscila Oliveira + Vivian Caccuri & Thiago Lanis + Yasmin Santos
Sábado (4 de maio)
15h – Mesa 1: Reescrevendo histórias negras
Fernanda Silva e Sousa e Thaís Regina. Mediação: Bianca Santana
17h – Mesa 2: As periferias e os livros
Mário Augusto Medeiros da Silva e Triscila Oliveira. Mediação: Juliana Borges
19h – Mesa 3: Encontro com Alejandro Zambra
Alejandro Zambra. Mediação: Ana Lima Cecilio
Evento com tradução simultânea
SOBRE OS PARTICIPANTES
Alejandro Zambra (1975) é romancista, ensaísta e poeta chileno radicado na Cidade do México. É autor de Bonsai, Poeta chileno e Literatura infantil, todos publicados no Brasil pela Companhia das Letras. A serrote 46, lançada no festival, apresenta seu texto “Um conto de Natal”, escrito em diálogo com o editor Andrés Braithwaite. De Zambra a revista também já publicou os ensaios “Caderno, arquivo, livro” (#15) e “À procura de Pavese” (#22).
Ana Lima Cecilio (1978) é editora e curadora da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip).
Bianca Santana (1984) é jornalista e escritora, professora na FAAP e na FGV, e diretora-executiva da Casa Sueli Carneiro, que compõe a Coalizão Negra por Direitos. É autora de Arruda e guiné: resistência negra no Brasil contemporâneo (Fósforo, 2022), Continuo preta: a vida de Sueli Carneiro (Companhia das Letras, 2021) e Quando me descobri negra (Fósforo, 2022). Foi uma das juradas do Concurso de Ensaísmo serrote 2023.
Fernanda Silva e Sousa (1993) é nascida e criada no Itaim Paulista, extremo leste da cidade de São Paulo. É doutora em teoria literária e literatura comparada pela Universidade de São Paulo (USP), tradutora, crítica e professora. Seu texto “Dos pés escuros que são amados” ficou em primeiro lugar no Concurso de Ensaísmo serrote 2023 e foi publicado na edição #45 da revista.
Hurtmold é uma das principais bandas do cenário alternativo e instrumental no país, com influências do rock e diversos gêneros. Presente desde a primeira edição da serrote ao vivo, em 2018, o grupo atualmente é formado por Fernando Cappi (guitarra e rabeca), Guilherme Granado (teclado/sinth e vibrafone), Marcos Gerez (baixo e sampler), Mário Cappi (guitarra e flauta), Richard Ribeiro (bateria) e Rogério Martins (percussão e clarone).
Juliana Borges (1983) é escritora, estuda segurança pública e é conselheira da Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Droga e da Plataforma Brasileira de Política de Drogas. Feminista antipunitivista e antiproibicionista, é autora dos livros Encarceramento em massa (Pólen) e Prisões: espelhos de nós (Todavia). Na serrote, publicou “A quem interessa lotar as prisões?” (#33) e “A vida pulsante das periferias” (#35-36).
Mário Augusto Medeiros da Silva é professor do Departamento de Sociologia da Unicamp e diretor do Arquivo Edgar Leuenroth. É autor de volumes de contos e do livro A descoberta do insólito: literatura negra e literatura periférica no Brasil (1960-2020), publicado em edição ampliada pelo Sesc em 2023.
Padmateo (1999) vive e trabalha entre Salvador e Jequié (BA), onde nasceu. É artista transdisciplinar e crítica de arte, bacharelanda em artes visuais pela UFBA e em arquitetura e urbanismo pela Unifacs. Em sua pesquisa, estuda as fantasmagorias e o invisível como método de emancipação do gênero e de trânsitos não binários. Ficou em terceiro lugar no Concurso de Ensaísmo serrote 2023 com “Pepper´s Ghost”, publicado na edição #45.
Thaís Regina (1996) nasceu em São Paulo, é repórter e ensaísta. Já colaborou com veículos como Time, Agência Pública, Elle Brasil e Uol. Formada em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, atualmente estuda a relação entre prisões, poder e resistência. “Severinos, o Brasil é uma guerra nossa”, publicado na serrote 45, ficou em segundo lugar no Concurso de Ensaísmo serrote 2023.
Thiago Lanis (1983) é artista, DJ e músico e nasceu no Rio de Janeiro.
Thiago Rocha Pitta (1980) nasceu em Tiradentes (MG) e vive entre o Rio de Janeiro e Petrópolis (RJ). Artista multimídia, explora linguagens de vídeo, fotografia, escultura, intervenções públicas e aquarela. Na serrote 46, publica o ensaio visual “O suplício de Cabral”.
Triscila Oliveira (1985) vive em Niterói (RJ) e é escritora, roteirista e ativista dedicada a pautas de gênero, raça e classe. Com o desenhista Leandro Assis, publica charges na Folha de S.Paulo e lançou os livros de quadrinhos Confinada (2021) e Os santos (2023). Este último narra as histórias cruzadas de uma família periférica e uma família branca rica da Zona Sul carioca.
Vivian Caccuri (1986), nascida em São Paulo e radicada no Rio de Janeiro, propõe experimentos com o som em trabalhos que abarcam dimensões visual, corpórea e tecnológica. Seu trabalho está publicado na serrote 46.
Yasmin Santos (1998) é jornalista e escritora e vive no Rio de Janeiro. Colaborou com veículos como piauí, Quatro Cinco Um, Folha de S.Paulo, Nexo, The Intercept Brasil, Uol, GQ e Elle Brasil. É editora do selo Companhia das Letras. “Ladainha da sobrevivência”, menção honrosa no 4o Concurso de Ensaísmo serrote, em 2021, foi publicado no número 40 da revista.