2ª edição do Festival Ajeum
De 03 a 13 de abril de 2024 (sexta-feira), acontece a 2ª edição do Festival Ajeum, um festival de arte negra, concebido por Djalma Moura (@djalma_pele_moura) e pelo Núcleo Ajeum (@nucleoajeum), que se dedica a linguagem da dança e suas conexões, inspirando reflexões entre arte, público e periferia na construção de memórias que possam atingir diversas gerações.
Uma grande mostra artística que reunirá 24 atrações diferentes, com apresentações, vídeo performance, debates e oficinas na Fábrica de Cultura Jardim São Luís, na Zona Sul de São Paulo (SP) com entrada gratuita e atividades abertas ao público de todas as idades.
Entre as apresentações estão o Grupo Flying Low, com “Menino Assum Preto”; Bando Mukuvu com “Mukuvu”, Zona Agbara com “Engasgadas”, Urubatan Miranda com “Negaça”; o Próximo Coletivo de Dança com “O verdadeiro momento do falso – ou dois, três passos para construir o real”; e Kley Hudson apresentando “Corpas Trans é???”.
Os shows ficam por conta de Maracatu Ouro do Congo apresentando “Ouro do Congo é Vovó”, “Cacuriá Pé no Terreiro” e Kelly Santos com “Oya por elas”.
O evento terá momentos dedicados à vídeo performances com Nii/Colaborativo apresentando “Estio – Rito em Lapso”; Dina Maia apresentando “Corpo Monstro – Memórias da minha plantação”; e Iasmim Alice apresentando “Raiz D’agua”.
O festival conta ainda com a apresentação de cenas de trabalhos em processo de criação, como “Crisálida” de Fran Menezes; “Mater” de Débora Carolina Vaz; e “Se São Paulo germinou, foi nordeste quem plantou” com Mafê e Emersu. Além de rodas de conversa com Ana Imani com o tema “Mercedes Baptista e a Dança Afro” e participação do Fórum de Danças da Zona Sul.
Serão realizadas também seis oficinas gratuitas diferentes: “Danças Urbanas” com Rodstyle, “Passinho Funk” com Ed Santos, “Técnica Silvestre” com Ágata Matos, “Danças de Balé Afro” com Vitor Diaz, “Pagode Baiano” com Vick Fonseca e “Deuses que Dançam” com Wellington Ngunga.
O festival tem como homenageada Mercedes Baptista, a primeira bailarina negra a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Fundadora de um modo de pensar dança negra contemporânea no Brasil, Mercedes criou uma escola de formação em dança e inaugurou a primeira Cia de dança negra do país, o Ballet Folclórico Mercedes Baptista, em 1953. A artista atuou no Teatro Experimental do Negro, sob orientação de Abdias do Nascimento, figura importante na história da arte negra no Brasil.
As ações fazem parte do projeto “Festival Ajeum: Raízes de Mercedes Baptista” contemplado no Edital PROAC Nº 37/2023 – Cidadania Cultural – Cultura Negra, Urbana e Hip Hop, realizado pela Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo.
Informações: www.nucleoajeum.com, www.facebook.com/nucleoajeum e @nucleoajeum
Serviço: Festival Ajeum: Raízes de Mercedes Baptista
Com Núcleo Ajeum e participações especiais
Quando: 03 a 13 de abril de 2024 – Grátis – Onde: Fábrica de Cultura Jardim São Luís – Endereço: R. Antônio Ramos Rosa, 651 – Jardim São Luís, Zona Sul, São Paulo – SP, 05822-010
Programação Completa:
Dia 03 de abril de 2024 (quarta-feira) – a partir das 15h
15h – Exibição do Vídeo Performance – Melissa Figueiredo “Estio – Rito em Lapso” – Sinopse: Entrecruzada por futuro, isolamento, precariedade, exaustão, sobrevivência e conflitos, esta criação é centrada na ideia de distopia coreográfica. Nela, o Nii/Colaboratório levou em consideração a pandemia iniciada em 2020, investigando que danças emergem quando o virtual e o real são equivalentes. Classificação: Livre
19h – Roda de Conversa – Ana Imani “Mercedes Baptista e a Dança Afro – Sinopse: Uma fala abertura acerca da trajetória artística de Mercedes Baptista e seu legado para a dança e as artes negras enquanto possibilidade de expressão de ir, vir e estar no mundo. Classificação: Livre
20h – Show – Kelly Santos “Oya por Elas” – Sinopse: no gesto, na dança, no canto e na oralidade a poderosa narrativa de Oyá, divindade Yorubá associada ao vento, às águas e ao fogo! A mulher da mutabilidade que se transforma em borboleta e búfalo. Classificação: Livre
Dia 04 de abril de 2024 (quinta-feira) – a partir das 15h
15h – Trabalho em processo de criação – Fran Menezes “Crisálida” – Sinopse: C R I S Á L I D A tem como poética narrar o mundo de dentro, que também é casa e morada para construção desse ser que soul. Quero assoviar os meus sentidos e voar pela batida da minha pulsão. Classificação: Livre
15h30 – Trabalho em processo de criação – Débora Carolina Vaz “Mater”- Sinopse: Uma Ostra não consegue viver com um intruso que cresce em seu interior e para expulsar o que a invadiu se deixa quebrar em pedaços, mas o que vê após a quebra não é o que espera, é maior e não tem volta. Classificação: Livre
16h – Trabalho em processo de criação – Mafê e Emersu “Se São Paulo germinou, foi nordeste quem plantou” – Sinopse: Falar de migração é resenhar sonhos e sobre a realidade cotidiana na qual muitos venceram, muitos se frustraram, e todos passaram pelas barreiras do preconceito, dispondo de si para transformar São Paulo na maior metrópole da América do Sul. Classificação: Livre
18h – Oficina Dança Afro Brasileira Técnica Mercedes Baptista – Charles Nelson – Sinopse: Prática de dança afro-brasileira. Classificação: Livre
Dia 05 de abril de 2024 (sexta-feira) – a partir das 15h
15h – Oficina – Wellington Ngunga “Deuses que Dançam” – Sinopse: As danças dos Òrìṣà, como um percurso de escrita pelo corpo, aguçando o ouvir a música dos toques ancestrais dos atabaques de tradição kétu, para que possa sentir pensar as narrativas percutidas. Classificação: Livre
18h – Oficina – Vitor Diaz “Danças de Balé Afro”- Sinopse: investigar a partir do corpo brasileiro em conexão com as danças de Balé da Guiné Conacry enquanto Afro Diáspora, identificando e transmitindo a energia e vitalidade presente em todos os seres onde o corpo se comunica com a música. Classificação: Livre
20h – Solos/Duos ou Trios – Urubatan Miranda “Negaça” – Sinopse: o corpo se desdobra em um personagem que conta estórias em movimentos fragmentados utilizando o universo da movimentação de Exú, encantando presente nos cultos de Umbanda. Classificação: Livre
Dia 11 de abril de 2024 (quinta-feira) – a partir das 15h
15h – Grupos/Cias/Coletivos – Bando Mukuvu “Mukuvu” – Sinopse: Uma viagem bantu umbigueira que habita jovens ocidentais com danças que giram e apagam as consciências. É o preto afeto que surpreende quem escuta as histórias dos pretos e das pretas velhas entre golpes e goles de café. Classificação: Livre
17h – Exibição do Vídeo Performance – Iasmim Alice “Raiz D’agua” – Sinopse: Em conexão com um dos mitos fundadores do Congado mineiro e a herança de ser Rainha do Congado de Ibertioga/MG, dançar a água, performar uma rainha das águas – um arquétipo de um ser místico e ao mesmo tempo real, um ser ancestral e ao mesmo tempo uma projeção, uma auto imagem. Classificação: Livre
18h – Oficina – Vick Fonseca “Pagode Baiano”- Sinopse: Compartilhar pela perspectiva de danças pretas de lugares marginalizados através de movimentos de quadris e braços swingados, que se tornam a mistura de uma festa de largo com a batucada 6/8 resultando no pagode baiano (Salvador). Classificação: Livre
20h – Solos/Duos ou Trios – Próximo Coletivo “O verdadeiro momento do falso – ou dois, três passos para construir o real” – Sinopse: explorar a relação entre realidade e ilusão, trazendo reflexões sobre a nossa percepção de mundo e como ela pode ser influenciada pelas diversas formas de representação que nos cercam. Cenas para se reimaginar o real. Classificação: Livre
Dia 12 de abril de 2024 (sexta-feira) – a partir das 10h
10h – Show – “Cacuriá Pé no Terreiro” – Sinopse: Representando a chegada da corte ao Brasil, o espetáculo tem sua abertura com a simulação de um cortejo seguido por brincantes e músicos. Forma-se então a roda onde a Dança das Caixeiras acontece e os brincantes dão formas aos versos, recriando-lhes nos movimentos de cada história “cantada”. Classificação: Livre
15h – Oficina – Ágata Matos “Técnica Silvestre” – Sinopse: Técnica de dança contemporânea em constante evolução que investiga a unificação dos símbolos que expressam aspectos do Universo – Cosmologia – Fisicalidade, para o processo de descoberta, possibilidades de movimento e conexões com a intuição , expressão e equilíbrio. Classificação: Livre
15h – Grupos/Cias/Coletivos – Grupo Flying Low “Menino Assum Preto” – Sinopse: Partindo das histórias do pássaro nordestino Assum Preto, tema da música cantada por Luiz Gonzaga, um paralelo entre a agonia do pássaro como produto e os anseios da classe trabalhadora periférica em busca do capital. Ambos impedidos de voar com suas asas. Classificação: Livre
17h – Exibição do Vídeo Performance – Dina Maia “Corpo Monstro – Memória de minha plantação” – Sinopse: A obra transmuta as possibilidades de denuncia a partir de um corpo mulheril, negro e gordo, visibilizando os atos racistas a ele acometido,acessando a memória ancestral buscando justiça a partir da indignação. Classificação: 18 anos
19h – Solos/Duos ou Trio – Kley Hudson “Corpas Trans é???” – Sinopse: Com movimentos que contam histórias antigas e futuros, Kley dança com a coragem de desafiar normas e estereótipos. Um grito de resistência, uma contemplação à diversidade e uma celebração de corpos trans, pretes e favelades. Classificação: 18 anos
20h – Grupos/Cias/Coletivos – Zona Agbara “Engasgadas” – Sinopse: Seis intérpretes expõem as violências que seus corpos pretos e gordos sofrem na vida e avisam que não aceitam mais engolir esse mundo indigesto. Classificação: 18 anos
Dia 13 de abril de 2024 (sábado) – a partir das 15h
15h – Oficina – Rodstyle e Ed Santos (danças urbanas e passinho) – Sinopse: fundamentos que regem as danças urbanas, o funk e as bases sociais, steps divididos entre old school, middle school e new school. Classificação: Livre
17h – Roda de Conversa – Fórum de Dança da Zona Sul – Sinopse: Conversas e reflexões acerca das produções de dança e os atravessamentos que os editais públicos e a falta deles reverba nos trabalhos continuados dos grupos e artistas. Classificação: Livre
19h – Show – Maracatu Ouro do Congo “Ouro do Congo é Vovó”- Sinopse: A força do tambor, a dança que celebra os Reis do Congo e a alegria de cantarmos nossa história. Uma manifestação de resistência negra e periférica, trazendo para a rua a força e a sabedoria de cantos, toques e movimentos ancestrais. Classificação: Livre