Bonaventure Soh Bejeng Ndikung é nomeado curador geral da 36ª Bienal de São Paulo
A Fundação Bienal de São Paulo tem o prazer de anunciar que Bonaventure Soh Bejeng Ndikung será o curador da 36ª Bienal de São Paulo, programada para o segundo semestre de 2025
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Jana Edisonga – Fundação Bienal de São Paulo
Nascido em 1977 em Yaoundé, Camarões, Bonaventure Soh Bejeng Ndikung é uma figura proeminente na cena da arte contemporânea global. Sua trajetória única e interdisciplinar combina construção institucional como prática, práticas curatoriais com ênfase na performatividade, práticas sonoras, instalativas e visuais, teoria crítica e discurso com formação acadêmica em biotecnologia médica e biofísica. O compromisso de Ndikung com a intersecção entre arte e ciência, juntamente com sua visão inovadora, culminou em sua nomeação como diretor e curador geral do Haus der Kulturen der Welt (HKW) de Berlim a partir de janeiro de 2023. Ndikung também é professor na weißensee academy of art berlin.
“Dizer que estou feliz por ser nomeado curador geral da Bienal de São Paulo seria pouco. Estou emocionado, honrado e grato por embarcar nessa jornada com um time de cocuradores e com a brilhante equipe da Bienal de São Paulo liderada pela presidente Andrea Pinheiro. A Bienal de São Paulo não é apenas uma das bienais mais antigas e importantes do mundo, mas, como uma das poucas bienais de entrada gratuita, ela provou ser uma bienal do povo e para o povo nos últimos 73 anos. Com suas exposições inovadoras, programas públicos e pedagógicos, a Bienal de São Paulo conseguiu levar a arte para diversas comunidades e grupos demográficos. Apesar dos desafios enfrentados pelas bienais ao redor do mundo, elas ainda servem como importantes barômetros que medem as pressões sociopolíticas globais. A Bienal de São Paulo me parece um sismógrafo que não apenas registra os diferentes tremores que o mundo está experimentando socioeconômica, geopolítica e ambientalmente, mas esses registros também nos oferecem possibilidades de moldar um futuro mais justo e humanitário para todos os seres animados e inanimados deste planeta. Estou ansioso não apenas para continuar minha pesquisa de longo prazo em Abya Yala como um todo e no Brasil em particular, mas também para conectar minhas práticas atuais como diretor artístico, pedagogo e curador em diferentes geografias”, afirma Bonaventure Soh Bejeng Ndikung.
A trajetória de Bonaventure Soh Bejeng Ndikung
Ndikung mudou-se para Berlim, na Alemanha, em 1997, onde estudou na Technical University of Berlin (TU), fez um doutorado em biotecnologia médica pela Heinrich-Heine-Universität Düsseldorf/TU Berlin e um pós-doutorado em biofísica pela Université de Montpellier, França. Sua experiência científica está entrelaçada com seu compromisso com a arte contemporânea, e ele se destaca como um curador inovador e prolífico escritor.
Como diretor fundador do SAVVY Contemporary (Berlim, Alemanha), Ndikung ultrapassa os limites convencionais de um espaço de exposição. Sua abordagem desafia conceitos tradicionalmente estabelecidos, tornando o SAVVY Contemporary uma plataforma discursiva única para exposições, performances e eventos.
Ndikung trabalhou como curador em eventos de renome mundial, incluindo a documenta 14 (Kassel, Alemanha/Atenas, Grécia), a Dak’Art: Bienal de Arte Contemporânea Africana (Senegal) e a Bienal de Veneza (Itália), onde foi cocurador do Pavilhão Finlandês em 2019 e membro do júri em 2022. Sua participação na curadoria do Performeum no Wiener Festwochen (Áustria) em 2017 e sua nomeação como diretor artístico do sonsbeek20->24 nos Países Baixos, bem como sua direção artística dos Bamako Encounters – African Biennale of Photography em 2019 e 2022, destacam sua presença global.
Reconhecido por suas contribuições, Ndikung recebeu a Ordem do Mérito de Berlim em outubro de 2020, honrando uma década de trabalho do SAVVY Contemporary e seu papel crucial na cena cultural de Berlim.
O processo seletivo
O projeto curatorial de Ndikung foi escolhido pela presidente da Fundação Bienal de São Paulo, Andrea Pinheiro, por meio de um comitê curatorial composto pela presidente, a vice-presidente Maguy Etlin, o presidente do Conselho de Administração Eduardo Saron, os conselheiros José Olympio da Veiga Pereira, Ligia Fonseca Pereira, Marcelo Araujo, Susana Steinbruch e Paula Weiss, com o secretariado de Antonio Lessa, o superintendente executivo da Fundação Bienal de São Paulo. Andrea Pinheiro destaca: “Em seu trabalho curatorial, Bonaventure Soh Bejeng Ndikung atua como uma força motriz que desafia fronteiras e contribui para moldar o futuro da arte contemporânea global. Tenho certeza de que a 36ª Bienal de São Paulo continuará desempenhando seu papel provocador e atento às questões atuais, dando prosseguimento aos desenvolvimentos trazidos por nossas edições mais recentes”.
A 36ª Bienal de São Paulo está programada para ocorrer no segundo semestre de 2025, e o projeto curatorial de Ndikung será apresentado no segundo semestre deste ano, junto à composição de sua equipe curatorial.
Sobre Bonaventure Soh Bejeng Ndikung
Prof. Dr. Bonaventure Soh Bejeng Ndikung é curador, autor e biotecnologista, atualmente atuando como diretor e curador geral do Haus der Kulturen der Welt (HKW) em Berlim, Alemanha. Ele é o fundador e ex-diretor artístico do SAVVY Contemporary em Berlim, além de diretor artístico do sonsbeek20->24, uma exposição de arte contemporânea quadrienal em Arnhem, nos Países Baixos. Ele também trabalhou como curador adjunto para a documenta 14 de Adam Szymczyk em Atenas, Grécia, e Kassel, Alemanha, em 2017, e foi curador convidado da Dak’Art: Bienal de Arte Contemporânea Africana em Dakar, Senegal, em 2018. Além disso, ele atuou como diretor artístico das 12ª e 13ª edições dos Bamako Encounters – African Biennale of Photography no Mali, assumindo esse papel em 2019 e 2022. Juntamente com o Miracle Workers Collective, ele foi curador do Pavilhão Finlandês na 58ª Bienal de Veneza, em 2019. Prof. Dr. Ndikung foi professor convidado em estudos curatoriais e arte sonora na Städelschule em Frankfurt, e atualmente é professor e chefe do corpo docente no programa de mestrado em estratégias espaciais na weißensee academy of art berlin. Ele foi o primeiro bolsista da Residência Internacional de Curadores da OCAD University em Toronto em 2020. Suas obras publicadas incluem, entre outras, The Delusions of Care (2021), An Ongoing-Offcoming Tale: Ruminations on Art, Culture, Politics and Us/Others (2022) e Pidginization as Curatorial Method (2023).
Sobre a Fundação Bienal de São Paulo
Fundada em 1962, a Fundação Bienal de São Paulo é uma instituição privada sem fins lucrativos e vinculações político-partidárias ou religiosas, cujas ações visam democratizar o acesso à cultura e estimular o interesse pela criação artística. A Fundação realiza a cada dois anos a Bienal de São Paulo, a maior exposição do hemisfério Sul, e seu programa de mostras itinerantes, que viaja por diversas cidades do Brasil e do exterior. A instituição é também guardiã de dois patrimônios artísticos e culturais da América Latina: um arquivo histórico de arte moderna e contemporânea referência na América Latina (Arquivo Histórico Wanda Svevo), e o Pavilhão Ciccillo Matarazzo, sede da Fundação, projetado por Oscar Niemeyer e tombado pelo Patrimônio Histórico. Também é responsabilidade da Fundação Bienal de São Paulo a tarefa de idealizar e produzir as representações brasileiras nas Bienais de Veneza de arte e arquitetura, prerrogativa que lhe foi conferida há décadas pelo Governo Federal em reconhecimento à excelência de suas contribuições à cultura do Brasil.