No Grammy Museum, em Los Angeles, Alok e indígenas brasileiros celebram o encontro da música originária com o pop em pré-lançamento do álbum O Futuro é Ancestral
Evento acontece nesta segunda-feira (25). Juntos, artistas de várias etnias e Alok farão show e um painel sobre o poder da música para a reconexão com a natureza e a cura
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Integrando a música e o conhecimento ancestrais das comunidades indígenas com as batidas pop de Alok, o álbum “O Futuro é Ancestral” é resultado de mais de 500 horas de imersão em estúdio em um extraordinário trabalho de colaboração entre mais de 60 músicos indígenas e o DJ e produtor brasileiro mais ouvido do mundo. O álbum – a ser lançado oficialmente em breve – proporciona uma incrível experiência multissensorial de música, inspiração, arte e cultura.
Pela primeira vez em Los Angeles, nos Estados Unidos, o projeto “O Futuro É Ancestral” aporta no Grammy Museum para performance com as presenças de Mapu Huni Kuin, Brô MC’s, Rasu e grupo Yawanawa, Owerá MC e Alok. O evento inclui ainda uma roda de conversa com a antropóloga e deputada indígena Célia Xakriabá e Mapu Huni Kuin sobre a intersecção entre música, tecnologia e sustentabilidade como chave fundamental para a reconexão com a natureza, o bem-viver dos povos originários e a preservação da vida no planeta.
Depois de apresentações abrindo a Semana do Clima na ONU (Nova Iorque – 2022 e 2023) e de participação de destaque no Global Citizen, “O Futuro É Ancestral” avança sua caminhada rumo à projeção e valorização da cultura e tradição indígenas ocupando espaços sociais simbólicos e marcados, até então, pelo pensamento do homem não indígena. Agora no Grammy Museum, este pré-lançamento contribui para amplificar a voz e sabedoria milenar dos povos da floresta e o encantamento de sua música.
Assinado pelo Instituto Alok, o projeto tem várias outras frentes, entre eles um documentário de mesmo título produzido pela Maria Farinha Filmes – em fase final de edição – cujo trailer será exibido no evento. Com roteiro de Célia Xakriabá e Moara Passoni, o documentário acompanha a imersão criativa entre os artistas indígenas e Alok, que vive uma transformadora experiência na dimensão do poder de cura da música ancestral.
“Levar a sabedoria ancestral da floresta ao mundo faz parte não apenas dos meus objetivos artísticos, mas dos meus princípios como cidadão. Desde que tive contato com a cultura dos povos originários, entendi a importância da preservação e disseminação de seus conhecimentos e de desconstruirmos conceitos, crenças e narrativas que contaminam a visão que adultos e jovens do Brasil, e de todo o mundo, têm sobre os indígenas. O futuro pode ser tecnológico e sustentável, mas para isso precisamos ouvir a voz da floresta e cocriar as soluções”, diz Alok , que doou todos os seus royalties como co-autor e produtor para os artistas indígenas.
Reafirmando a importância da música para a preservação da cultura originária, o projeto “O Futuro é Ancestral” é reconhecido pela UNESCO como contribuição relevante para a Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032). Participam do projeto artistas e lideranças das etnias Huni Kuin, Yawanawa, Guarani Mbyá, Guarani-Kaiowá, Guarani Nhandeva, Xakriabá, Kaingang e Kariri Xocó.
A ida de Alok e vários desses grupos ao Museu do Grammy é um convite a honrar a nossa ancestralidade. Será uma noite eletrizante de música e mobilização para, juntos, construirmos um legado cultural e sustentável.