“ESPETÁCULO INFANTIL GAGÁ SE APRESENTA NO SESC BELENZINHO”
Cia Bendita volta a apresentar a temporada do espetáculo de comédia para todas as idades
GAGÁ da Cia Bendita é mais uma parceria de Jackie Obrigon e Marcelo Romagnoli, após realizarem o premiado espetáculo Terremota, se uniram e idealizaram Gagá. Com direção e dramaturgia de Marcelo Romagnoli é um espetáculo voltado para as crianças de todas as idades, a peça tem no elenco os atores Jackie Obrigon, Guto Togniazzolo e Fausto Franco. Gagá estreou em março de 2017, já realizou temporadas de sucesso em São Paulo , circulou pelo interior do estado ;esteve no FIT Rio Preto 2018 . Gagá ganhou o Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem de melhor cenário. E ganhou o APCA para Marcelo Romagnoli (autor e diretor) e Marisa Bentivegna (cenógrafa e iluminadora) .
SINOPSE
Enquanto esperam a visita de seu cuidador, Lelé e Tantã divertem-se alternando humor, memória e lirismo. Vivem felizes num espaço sem portas nem janelas e hoje prepararam uma surpresa para o Sr. Gagá. A peça, uma comédia do absurdo para todas as idades, fala sobre o tempo, o movimento circular da vida, a velhice e a infância.
CONSOLIDAÇÃO DE NOVAS DRAMATURGIAS
A dramaturgia para crianças no Brasil – e também o trabalho dos atores de teatro jovem – vem se aprofundando muito nestes últimos anos.
Para quem acompanha de perto esta área, é notável a evolução artística dos espetáculos para a infância que ocorre há cerca de dez anos em São Paulo e no país.
Existe um novo conceito no ar, mais sólido na qualidade da interpretação, dos recursos e da produção, com argumentos originais sendo escritos, testados e alguns encenados com sucesso.
E uma dramaturgia forte é fundamental para um teatro vivo.
Como ecoar a sociedade contemporânea sem novos textos de qualidade? Como criar histórias que reflitam as necessidades, dilemas e perspectivas da criança moderna? Como transformar essa criação em método, a fim de criar uma verdadeira onda para autores experimentarem sua técnica?
GAGÁ ou A VISITA DE DEUS
O texto GAGÁ pretende expor camadas sensíveis a dois universos particulares: a velhice e a infância. Ambas, um dia, encontram-se, todo mundo sabe ou intui.
Voltar à infância é um dos sentidos da palavra gagá. É também o apelido de quem perde a memória, de quem vira biruta, de quem a velhice dribla a morte.
Mas pode também ser o nome de um palhaço, o diminutivo de um nome próprio. Pode ser uma forma carinhosa de chamar um amante.
SINOPSE
GAGÁ conta a história de Lelé e Tantã.
O enredo, em dois atos, é simples.
Ele e ela são amigos. Ou casados há 70 anos. Ou são Adão e Eva. Carregam em si a alma dos palhaços becketianos.
Vivem aparentemente felizes num espaço sem portas nem janelas. Passam o tempo divertindo-se com jogos e lembranças.
O cenário representa um não-lugar, onde tudo é branco porque a memória é branca: uma cama de ferro branca, um alto-falante branco e uma escada branca que leva ao céu.
Pelo alto-falante, que é a única ligação com o mundo exterior, sai música. Dançar ainda é uma diversão possível. Lelé e Tantã só acreditam, como Nietzsche, num divino que dança.
Para o público, a leitura pretende ser livre: podem ser duas crianças brincando num quarto de dormir. Podem ser dois velhos doidos num asilo. Podem – para o adulto mais ilustrado – ser a representação da nossa condição humana.
O segundo ato é anunciado por badaladas de sinos. Pela escada desce Gagá, numa réstia de luz. Ele é o próprio deus, o cuidador, o dono do asilo, o pai das crianças. Traz a comida do dia. Afinal, é o provedor da vida: vem sempre, cuida dos machucados, ouve as culpas, alimenta o que sobrou da alma, põe os dois para dormir e some.
Mas hoje o destino de Gagá vai ser diferente.
Lelé e Tantã jogam suas últimas fichas com um plano. Digressões, gags e brincadeiras com a falta de memória do trio (Alzheimer ou mentira?), e a situação é lentamente invertida: Gagá vira a criança, permite-se usar fralda e é colocado na cama para, enfim, dormir tranquilo.
O sono de deus permite a fuga. Lelé e Tantã sobem pela escada e desaparecem.
Abandonam o tutor, a culpa, o medo, as regras e qualquer forma de opressão e realizam o eterno sonho da espécie: a liberdade.
As consequências desse livre-arbítrio não cabem num único espetáculo e a peça, no teatro, acaba.
FRUIÇÃO E EDUCAÇÃO EMOCIONAL
Uma pena, mas não é o teatro que vai resolver nossa crise existencial. O que ele fez até hoje, desde os gregos, foi mostrar o recorte de uma era. E, quando sobrou talento, riu de si mesmo.
Cabe ao verdadeiro artista que sua obra, seja para adultos ou crianças, proporcione a fruição da plateia, o estado de estar no gozo ou na posse, desfrutando com satisfação e prazer da cena. Logo, entreter é condição implícita numa peça. Educar, nem sempre.
O teatro para crianças não precisa – como muitos ainda consideram – assumir a função da escola, nem oferecer suporte para nenhum tipo de matéria curricular. Sua relevância, e onde reside seu maior poder, parece ser de outra esfera, aquela da educação emocional.
A matemática pode ensinar a divisão, mas nunca a generosidade. O teatro pode.
Com fortes inspirações no Teatro do Absurdo, GAGÁ trata de temas controversos e pouco usais para o teatro infantil que nós conhecemos.
O texto busca questionar nosso mundo contemporâneo, que atravessa esta terrível época sob forte influência religiosa (como sempre, aliás), conservadora (como sempre, aliás) e niilista (para alguns, como sempre, aliás) –entre outras – discutindo nossa eterna incapacidade de dar sentido à vida.
Questões que podem parecer filosóficas demais para uma plateia jovem, mas que apostamos possíveis, já que o teatro feito para crianças tem o poder de voar mais alto, com força de assumir uma posição artística capaz de dialogar com todas as faixas etárias, expondo ao espectador diversas camadas de sentidos que podem ser assimiladas conforme cada um.
ENCENAÇÃO
Os personagens passeiam pelo absurdo e pelo patético, alternando humor, memória e lirismo para mostrar que todo tempo é um grande movimento circular da vida. O cenário representa um não-lugar, onde tudo é branco porque a memória é branca: uma cama de ferro branca, um alto-falante branco e uma escada branca que leva ao céu.
“Este é um espetáculo que pretende se comunicar com todas as idades, pois a cada pessoa é oferecida uma camada de entendimento. É uma peça divertida que fala sobre o cuidar, a atenção com o outro, que flerta com a filosofia e com o teatro do absurdo. As cenas reúnem gags e a encenação não tem medo de investir em silêncios. A comicidade é muito marcante na montagem e traz uma reflexão sobre o sentido da vida, sobre as semelhanças entre a velhice e a infância através de metáforas e simbologias”, fala Marcelo Romagnoli.
O espetáculo reforça a pesquisa de uma dramaturgia para crianças que envolva toda a família e que considera o teatro para crianças uma arte que vai além do entretenimento. Sua linguagem pretende ser o conjunto de um pensamento artístico que converse com diferentes públicos em vários níveis ou camadas de entendimento.
Na percepção dos artistas envolvidos em GAGÁ, a dramaturgia para crianças no Brasil vem se aprofundando muito nos últimos anos. É notável a evolução artística dos espetáculos para a infância que ocorre em São Paulo e no país. Este projeto, portanto, faz parte de uma pesquisa de linguagem, iniciada com o premiado espetáculo Terremota, de 2012, composto por grande parte desta mesma equipe.
No elenco, Jackie Obrigon, atriz formada pela EAD em 1994, com mais de 30 espetáculos na carreira, entre eles; Terremota ,Os Collegas, Assembleia dos Bichos, O Tesouro do Balacobaco, A Falecida, Boca de Ouro, A Alma boa de Setsuan e Galileu Galilei. Completam o elenco, Guto Togniazzolo, da Cia do Feijão e Fausto Franco, também formado pela EAD em 1992 e com longo currículo de espetáculos em SP.
Na equipe principal de criação o figurinista Chris Aizner, que transita entre a ópera, o teatro adulto e o infantil; a iluminadora e cenógrafa Marisa Bentivegna, integrante de Cia Hiato, Banda Mirim e outros grupos da cidade e o músico, cantor e compositor Morris Picciotto, o Dr. Morris, da Cia Barracão Cultural.
Ficha Técnica
Texto e direção: Marcelo Romagnoli
Com: Jackie Obrigon, Guto Togniazzolo e Fausto Franco
Cenário e Luz: Marisa Bentivegna
Figurinos: Chris Aizner
Trilha Sonora: Morris Picciotto
Operação de Som e luz : Bruno Garcia
Contra regra : Mauro Felex
Produção: Corpo Rastreado
Idealização do projeto: Cia Bendita
Duração: 50 minutos
CIA BENDITA – 10 ANOS
A CIA BENDITA é um premiado grupo paulistano, destacando-se na produção de espetáculos de teatro para toda família. Em 2022 a CIA BENDITA chega aos 10 anos de existência.
Com foco na pesquisa de novas dramaturgias voltadas para infância, reúne artistas com trajetórias próximas numa intensa e amorosa troca criativa: Jackie Obrigon, Marcelo Romagnoli, Guto Togniazollo, Fausto Franco, Chris Aizner, Marisa Bentivegna, Bruno Garcia e Dr. Morris.
Atualmente o grupo tem uma sólida parceria com a Corpo Rastreado na produção de seus projetos.
Seu repertório inclui os espetáculos:
TERREMOTA (2012), que recebeu os prêmios de Melhor Texto 2012 da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA); Prêmio Femsa de Teatro Infantil 2012 Melhor Texto Marcelo Romagnoli e Melhor Atriz Jackie Obrigon;
GAGÁ (2017), sucesso de crítica e público, produzido através do Prêmio Zé Renato que possibilitou realizar montagem, estreia e circulação por unidades dos CEUs. Ganhador do Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem de Melhor Cenário e do APCA para Marcelo Romagnoli (autor e diretor) e Marisa Bentivegna (cenógrafa e iluminadora);
ELAGALINHA (2019), espetáculo de rua com música ao vivo, uma co-produção com o SESC-SP e o Projeto Dramaturgias do Sesc Ipiranga, que estreou com novas parcerias. Recebeu o Prêmio APCA de Melhor Espetáculo de Rua.
FÁBULA (2022), estreou em abril, em parceria com o Sesc Pinheiros. FÁBULA narra a saga de Hari, um pequeno leão que foi criado por uma família de carneiros. Sua estranheza diante do mundo faz com que deixe o rebanho e parta numa jornada de encontros extraordinários em busca de sua verdadeira natureza.
GAGÁ
De 13 a 28 de janeiro de 2024. Sábados e domingos, 12h. Quintas, 16h. Sessão extra no dia 25 às 16h.
Local: Teatro (374 lugares)
Ingressos: R$ 30,00 (inteira); R$15,00 (meia entrada); R$10,00 (Credencial Plena do Sesc).
Recomendação etária: Livre
Duração: 50 minutos
SESC BELENZINHO
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000.
Belenzinho – São Paulo (SP)
Telefone: (11) 2076-9700
Estacionamento
De terça a sábado, das 9h às 22h. Domingos e feriados, das 9h às 20h.
Valores: Credenciados plenos do Sesc: R$ 5,50 a primeira hora e R$ 2,00 por hora adicional. Não credenciados no Sesc: R$ 12,00 a primeira hora e R$ 3,00 por hora adicional.
Transporte Público
Metro Belém (550m) | Estação Tatuapé (1400m)