Balé da Cidade de São Paulo conversa com a arte de Tomie Ohtake na Cúpula do Theatro Municipal
Dentro do projeto intitulado Balé na Cúpula, o corpo artístico apresenta de 14 a 17/12 a coreografia Horizonte +, criação de Beatriz Sano e Eduardo Fukushima
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Crédito Vítor Barão
Formas que se encaixam, mas não muito. Na paisagem horizontal dos corpos, que oscilam entre arranjos geométricos e cujo encaixe nunca é perfeito, o desenho dos espaços vazios. A aparente simplicidade do movimento, resultado de uma gama de saberes asiáticos complexos. Isso tudo poderá ser conferido pelo público na apresentação Horizonte +, que acontece entre os dias 14 e 17 de dezembro na Cúpula do Theatro Municipal e terá a duração de 60 minutos, seguida de uma conversa com o público.
Ampliando as potencialidades e horizontes do Balé da Cidade de São Paulo sob a direção artística de Alejandro Ahmed, os criadores e dançarinos Beatriz Sano e Eduardo Fukushima trazem para um grupo de 16 bailarinos formados por oito duplas, a coreografia que elaboraram para dançarem a partir de uma residência de quatro meses na casa-ateliê de Tomie Ohtake, no bairro do Campo Belo, no início de 2013, intitulada Horizonte.
A obra possui diversas intertextualidades com a obra da artista plástica nascida no Japão mas naturalizada brasileira, um dos maiores nomes das nossas artes visuais em diversos suportes. Tomie foi reconhecida por suas pinturas abstratas e geométricas e por suas esculturas pendulares, de cores vibrantes e escalas diversas, aspectos que estarão presentes na partitura coreográfica desenvolvida agora para mais corpos. “O espectador irá presenciar uma prática corporal oriental aliada à dança contemporânea potencializada pelos diversos corpos dos bailarinos, com seus respectivos repertórios, que a dançam desta vez”, diz Eduardo Fukushima, um dos coreógrafos, descendente de segunda geração de japoneses.
Saberes de técnicas orientais asiáticas como tai chi, chi kung, Noguchi Seitai ho e diversas outras que abraçam uma perspectiva de pesquisa de um equilíbrio instável do corpo, são empregadas nos movimentos apresentados. “Corpos dançando com uma musculatura mais relaxada, a construção do silêncio e a tentativa de construir um outro ritmo, de um tempo mais dilatado, poderão ser percebidas”, completa Fukushima.
Numa espécie de ampliação de escalas, como muitas vezes Tomie fazia com seu trabalho em pintura ou escultura, a partitura coreográfica imaginada e executada por Beatriz e Eduardo Fukushima ao som da bateria ao vivo de Chico Leibholz tem agora seus horizontes não apenas somados. A obra propõe à companhia um intercâmbio de saberes e resulta numa visualidade simples, fruto de um percurso complexo que caminha na perspectiva da proposta da contenção e da geometria.
O figurino, assim como na coreografia para duo, fica a cargo de Rita Comparato. “A roupa de Rita potencializa o movimento, o balanço e o ar. Além de ser uma grande modelista, ela é uma pesquisadora de estamparia e uso das cores, o que fez muito sentido ao procurá-la para essa conversa com a obra da Tomie”, afirma o coreógrafo.
O espetáculo será apresentado futuramente no palco do Theatro Municipal e esta temporada na Cúpula evidencia mais uma vez um caráter de experimentação, criação e transparência dos processos com o público, que poderá acompanhar o resultado desse mergulho em quatro diferentes apresentações.
Sem acessórios ou objetos cenográficos, as cenas evocam uma limpidez que poderá ativar diversos horizontes imaginados. Ao fim da apresentação acontece uma conversacom Eduardo Fukushima, Beatriz Sano, o diretor-artístico Alejandro Ahmed e os bailarinos.
Serviço:
HORIZONTE +
Projeto Balé na Cúpula
Theatro Municipal
14/12 – 20h
15/12 – 20h
16/12 – 17h
17/12 – 17h
Ingressos: de R$ 20 (meia) a R$ 40
Duração: 60 min
Classificação indicativa: livre
BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO
Alejandro Ahmed, direção artística
Projeto contemplado pelo Edital de Criação Coreográfica do Complexo Theatro Municipal de São Paulo.
Beatriz Sano e Eduardo Fukushima, concepção e coreografia
Chico Leibholz, música
Júlia Rocha, dramaturgia
Hideki Matsuka, colaboração artística e espaço cênico
IRRITA – Rita Comparato, figurino
Elenco: Alyne Mach, Ana Beatriz Nunes, Antônio Carvalho Jr., Ariany Dâmaso, Bruno Gregório, Bruno Rodrigues, Camila Ribeiro, Carolina Martinelli, Cleber Fantinatti, Erika Ishimaru, Fabiana Ikehara, Fabio Pinheiro, Fernanda Bueno, Grecia Catarina, Harrison Gavlar, Isabela Maylart, Jessica Fadul, Leonardo Hoehne Polato, Leonardo Muniz, Leonardo Silveira, Luiz Crepaldi, Luiz Oliveira, Manuel Gomes, Marcel Anselmé, Márcio Filho, Marina Giunti, Marisa Bucoff, Rebeca Ferreira, Renata Bardazzi, Reneé Weinstrof, Uátila Coutinho, Victor Hugo Vila Nova, Victoria Oggiam, Yasser Díaz.
Programa
Objeto coreográfico (30′)
Conversa com o público (30′)
Para mais informações sobre os espetáculos, confira a programação completa abaixo, ou acesse o site oficial do Theatro.
Serviço
Theatro Municipal de São Paulo
Praça Ramos de Azevedo, s/nº
Sé – São Paulo, SP
Capacidade Sala de Espetáculos – 1503 pessoas
SOBRE O COMPLEXO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO
O Theatro Municipal de São Paulo é um equipamento da Prefeitura da Cidade de São Paulo ligado à Secretaria Municipal de Cultura e à Fundação Theatro Municipal de São Paulo.
O edifício do Theatro Municipal de São Paulo, assinado pelo escritório Ramos de Azevedo em colaboração com os italianos Claudio Rossi e Domiziano Rossi, foi inaugurado em 12 de setembro de 1911. Trata-se de um edifício histórico, patrimônio tombado, intrinsecamente ligado ao aperfeiçoamento da música, da dança e da ópera no Brasil. O Theatro Municipal de São Paulo abrange um importante patrimônio arquitetônico, corpos artísticos permanentes e é vocacionado à ópera, à música sinfônica orquestral e coral, à dança contemporânea e aberto a múltiplas linguagens conectadas com o mundo atual (teatro, cinema, literatura, música contemporânea, moda, música popular, outras linguagens do corpo, dentre outras).
Oferece diversidade de programação e busca atrair um público variado.
Além do edifício do Theatro, o Complexo Theatro Municipal também conta com o edifício da Praça das Artes, concebido para ser sede dos Corpos Artísticos e da Escola de Dança e da Escola Municipal de Música de São Paulo.
Sua concepção teve como premissa desenhar uma área que abraçasse o antigo prédio tombado do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo e que constituísse um edifício moderno e uma praça aberta ao público que circula na área.
Inaugurado em dezembro de 2012 em uma área de 29 mil m², o projeto vencedor dos prêmios APCA e ICON AWARDS é resultado da parceria do arquiteto Marcos Cartum (Núcleo de Projetos de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura) com o escritório paulistano Brasil Arquitetura, de Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz.
Patrocinadores do Complexo Theatro Municipal de São Paulo – Sustenidos: Nubank, Bradesco e Cescon Barrieu.
SOBRE A SUSTENIDOS
A Sustenidos é a organização responsável pela gestão do Conservatório Dramático e Musical de Tatuí e do Theatro Municipal de São Paulo, dos programas Musicou, Som na Estrada, e MOVE (Musicians and Organizers Volunteer Exchange); e pelos festivais Ethno Brazil e Imagine. Foi responsável pela gestão do Projeto Guri, programa de ensino musical, no litoral e no interior do Estado de São Paulo, incluindo os polos da Fundação CASA, de 2004 a 2021. Além do Governo de São Paulo, a Sustenidos, eleita a Melhor ONG de Cultura de 2018, conta com o apoio de prefeituras, organizações sociais, empresas e pessoas físicas. Instituições interessadas em investir na Sustenidos, contribuindo para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes, têm suporte fiscal da Lei Federal de Incentivo à Cultura e do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (FUMCAD). Pessoas físicas também podem ajudar. Saiba como contribuir no site da Sustenidos.
Quem apoia nossos projetos: Nubank, Visa, Bradesco, CTG Brasil, CCR, Sabesp, Grupo Maringá, SulAmérica, Microsoft, Bayer, CSN, Novelis, Blau, Cipatex, Eixo SP, Rodovias do Tietê, Faber-Castell, WestRock, SKY, BTP, CNH Industrial, Supermercados Tauste e Castelo Alimentos.
Patrocinador do projeto Municipal Circula: Nubank