Mariana Salomão Carrara e Alexandre Alliatti vencem a 16ª edição do Prêmio São Paulo de Literatura
Autores de “Não fossem as sílabas do sábado” e “Tinta Branca” receberão R$ 200 mil cada um, sendo a maior premiação individual em dinheiro, no país
E ainda, representarão o Prêmio São Paulo de Literatura na Feira Internacional do Livro de Guadalajara
A Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo anunciou os vencedores da 16ª edição do Prêmio São Paulo de Literatura nesta segunda (27), na Biblioteca Parque Villa-Lobos. Foram premiados os romances de Mariana Salomão Carrara, “Não fossem as sílabas do sábado“, e de Alexandre Alliatti, “Tinta Branca”. Cada vencedor recebe R$ 200 mil, o maior valor individual entre as premiações literárias brasileiras
A obra “Não fossem as sílabas do sábado”, de Mariana Salomão Carrara, vencedor do prêmio de Melhor Romance de 2022, fala sobre o luto: “Uma tragédia acaba com uma família, um amor, uma história, mas o absurdo acidente tem a possibilidade de unir as mulheres que restaram dele, num duro e, ao mesmo tempo, terno embate de isolamentos. Depois da morte de André, o lar de Ana fica dolorido. Sem o marido, ela passa a gestar a filha órfã e a lidar com Francisca, a babá que intervém com seus tentáculos de ajuda, e também Madalena, a vizinha, viúva do outro homem envolvido no absurdo acidente que vitimou André”.
Já para Melhor Romance de Estreia, a obra “Tinta Branca”, de Alexandre Alliatti, foi a escolhida. O livro aborda questões raciais e sociais: “Em um domingo de festa, moradores torturam um jovem imigrante na praça central de uma pequena cidade do interior gaúcho. O professor de história de uma escola local se vê diretamente envolvido no episódio, enquanto, também, ajuda um homem recém-chegado a entender suas origens. O cruzamento de dois episódios, no passado e no presente, levará o narrador a repensar sua relação com a comunidade, a família e o amor – e a entender que a verdade, mesmo aquela mais íntima, também pode ser forjada por esquecimentos, por memórias apagadas”.
Os finalistas poderão participar, em 2024, de eventos literários como o Viagem Literária. Já os vencedores, Mariana Salomão Carrara e Alexandre Alliatti, além do prêmio em dinheiro de R$ 200 mil, para cada um e de, eventualmente, também participarem de eventos literários nacionais, representarão o Prêmio São Paulo de Literatura na Feira Internacional do Livro de Guadalajara, no México.
Neste ano, a 16ª edição do Prêmio São Paulo de Literatura alcançou a marca recorde de 453 propostas de inscrições, um crescimento de 43% em relação ao ano anterior, de diversas regiões do Brasil e outros países, tais como: Alemanha, Angola, Argentina, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Inglaterra, Israel, Itália, Portugal, Rússia e Suíça.
Os finalistas foram avaliados pelo júri do prêmio composto por: Carlos Rogério Duarte Barreiros, Cida Saldanha, Claudia Abeling, Gênese Andrade, Ieda Lebensztayn, Jeferson Tenório, Karina Menegaldo, Luciana Araujo Marques, Luiz Rebinski e Whaner Endo.
A Secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, Marília Marton, explicou durante o evento que o desafio da Secretaria da Cultura é grandioso. “Quero convidá-los para nos ajudar na longa jornada de fazer deste país um lugar de leitores. No Brasil, há dados que mostram que existem menos pessoas lendo. Penso: qual estratégia vamos ter para mudar estes números? Dentre várias ações, temos o Viagem Literária, a BibliON, parcerias internacionais, como o Creative SP, por exemplo, com a Feira do Livro de Frankfurt. Acredito que a literatura é o alicerce, que traz identidade e senso crítico. Não há filme ou um jogo sem um bom roteiro. Precisamos ser transversais. Contamos com vocês para nos ajudar a criar métodos para fazermos deste encontro um local de desenvolvimento humano, também, na leitura.”
Minibiografias dos ganhadores
Mariana Salomão Carrara – Não fossem as sílabas do sábado – Todavia Ed.
Mariana Salomão Carrara nasceu em 1986, em São Paulo. É autora de “Fadas e copos no canto da casa”, “Se Deus me Chamar Não Vou” (finalista do Jabuti 2020) e “É sempre a hora da nossa morte amém”.
Alexandre Alliatti – Tinta branca – Editora Patuá
Alexandre Alliatti nasceu em Curitiba, em 1982, e foi criado em Canoas-RS. É formado em Jornalismo pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), onde também cursou Letras. Morou no Rio de Janeiro e atualmente vive em São Paulo. Trabalha como jornalista. É pós-graduado pelo Instituto Vera Cruz no curso de Formação de Escritores. “Tinta Branca” é seu primeiro livro publicado.