‘ASSIM VIVEMOS – FESTIVAL INTERNACIONAL DE FILMES SOBRE DEFICIÊNCIA’ CELEBRA 20 ANOS COM EXIBIÇÃO DE QUATRO FILMES PREMIADOS NA CINEMATECA DO MAM
Com entrada franca, evento terá debate com o diretor Elder Fraga e o artista performático Marcos Abranches
O Assim Vivemos – Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência – o mais importante e longevo evento de cinema sobre o tema – completa 20 anos em 2023 e é homenageado com uma mostra promovida pelo programa ‘Cinemateca: redes em movimento’. O evento, na Cinemateca do MAM, apresenta no dia 2 de dezembro, às 11h e às 14h30m, duas sessões com quatro obras premiadas que foram exibidas em edições passadas do festival e que dialogam com a ideia da arte como força transformadora. Com entrada franca, todos os filmes terão audiodescrição, interpretação em LIBRAS e Legendas Descritivas. Após a sessão do longa-metragem “O artista é a força do pensamento” haverá um debate com o diretor Elder Fraga, o dançarino Marcos Abranches e a produtora do festival Graciela Pozzobon, com mediação de Fernanda Costa.
O “Cinemateca: redes em movimento” é uma mostra de filmes online e presencial organizada para promover a produção e o intercâmbio de conhecimento sobre o patrimônio audiovisual em seus mais diferentes aspectos, desenvolvendo parcerias institucionais e interfaces críticas por meio do estímulo a uma reflexão interdisciplinar. O ciclo é um desdobramento e ampliação do projeto Veredas do Patrimônio Audiovisual, realizado ao longo de 2021. Organizado em dez módulos o ciclo busca destacar, através da exibição de filmes, da realização de debates e da publicação de livros, uma série de documentos e obras audiovisuais conservados pela Cinemateca do MAM e instituições congêneres, assim como proporcionar o conhecimento sobre iniciativas de difusão cinematográfica e audiovisual em grande diversidade. O projeto “Cinemateca: redes em movimento” é patrocinado pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura por meio da Lei de Municipal de Incentivo à Cultura – Lei do ISS.
Criado há 20 anos, o Festival Assim Vivemos é uma iniciativa pioneira no Brasil, destacando-se como o principal evento dedicado à promoção da inclusão e conscientização sobre as questões relacionadas às pessoas com deficiência. Ao longo dessas duas décadas o festival se consolidou como um espaço de reflexão e diálogo, utilizando o cinema e o audiovisual como meio para sensibilizar o público e gerar discussões sobre a diversidade, os direitos humanos e a quebra de estigmas associados à deficiência. Desde o seu início, disponibilizou recursos de acessibilidade. A primeira sessão de cinema com audiodescrição no Brasil, aconteceu na primeira sessão do festival.
Programação:
Serviço
Dia 2.12
11h e 14h30m
Cinemateca do MAM
Auditório Cosme Alves Netto – Av. Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo – Rio de Janeiro
Ingresso: Gratuito – Link Lotação: 180 pessoas
11h
Eu sou Irina, de Tatyana Rotar. Russia, 2019. Documentário. 9′. Exibição em mp4 (h264). Libras, legendas descritivas, e audiodescrição em português. Classificação indicativa livre + Sete Léguas (Siete leguas), de Jon Ander Santamaría e Marcia Castillo. Espanha, 2019. Documentário. 65′. Exibição em mp4 (h264). Libras, legendas descritivas, e audiodescrição em português. Classificação indicativa livre
14h30m
Mona, de Lucca Messer. Brasil, 2018. Documentário. 6′. Exibição em mp4 (h264). Libras, legendas descritivas, e audiodescrição em português. + O artista é a força do pensamento, de Elder Fraga. Brasil. 2021. Documentário. 94′. Exibição em mp4 (h264). Libras, legendas descritivas, e audiodescrição em português. Classificação indicativa livre.
Sinopses:
Eu sou Irina: Irina é uma mulher que perdeu a visão e a audição em um acidente. Depois disso, houve um período de profunda depressão, desespero e falta de vontade de viver. Mas quando ela conheceu uma pessoa que a levou ao mundo do teatro, Irina teve sua segunda chance.
Sete Léguas (Siete leguas): Uma notícia publicada no outro lado do mundo leva um grupo de pessoas de diferentes origens a por em prática algo que parecia impossível: colocar crianças com deficiências motoras como protagonistas em um palco de teatro. Para famílias que vêm sofrendo muitos percalços há anos, algo aparentemente tão comum como levar as crianças para aulas de dança é, na verdade, uma grande mudança em suas vidas. Todas as vozes que compõem esta pequena companhia de dança nos contam sobre essa experiência inspiradora.
Mona: Em 2017, Mona se torna a primeira mulher negra cadeirante a se apresentar no Teatro Municipal de São Paulo, Brasil. Quebrando barreiras no mundo da dança, Mona também representa a superação de preconceitos cotidianos contra pessoas negras na maior cidade da América do Sul. Como bailarina e atriz, ela é hoje um símbolo nacional de resistência.
O artista é a força do pensamento: O artista e a força do pensamento, reflete a relação entre equilíbrio e desequilíbrio dentro da parcialidade de movimento do dançarino Marcos Abranches. Ele oscila o corpo para o despertar do vazio e do isolamento causado pelo desequilíbrio. A falta de estética do movimento é sentida pelo abandono e pela rejeição, entendendo que o alívio está no amparo do amor. Investigando o movimento do corpo em um mundo sem angústia, sem dores, sem desespero. Busca a vida. Encontra na dança o equilíbrio do corpo e o belo da alma.
Debatedores:
Marcos Abranches iniciou sua trajetória como artista independente em 2007, trabalhando com coletivo artístico que agrega artistas de diversas linguagens. Traz em seu cerne as experiências de ter atuado na Cia. FAR 15, nos espetáculos “Senhor dos Anjos”, “Jardim de Tântalo” e “Metamorfose”, de Franz Kafka, sob direção e com coreografias de Sandro Borelli. O coletivo de artistas criado por Marcos, inicialmente, se chamava “Vidança Cia, que a partir de 2017, passou a se chamar Marcos Abranches & Cia. Suas principais obras de seu repertório são “Formas de Ver”, “Via de Regra”, “Corpo sobre Tela”, “Canto dos Malditos” e “O Grito”. Em 2022 montou a performance “O Palhaço” que assina a direção, coreografia e interpretação, em 2023 estreou dois projetos pelo
Fomento de dança que são: “O Krocodilo” e “O Idiota”, ambos em cima da obra do russo Fiódor Dostoiévski e com a concepção e direção coreográfica de Sandro Borelli. O artista que já dançou na Ópera de Berlin na Alemanha já teve passagens por outros países com sua obra como, Espanha, Coreia do Sul, EUA, Argentina, Bolívia, Colômbia, Peru entre outros. Em 2021 teve um longa doc sobre a sua vida contada no “O Artista e a Força do Pensamento” roteirizado e dirigido por Elder Fraga, o filme recebeu 18 prêmios sendo muitos internacionais como Moscou na Rússia, Los Angeles nos EUA, Belgrado na Sérvia, Seul na Coreia do Sul, Arouca em Portugal.
Elder Fraga dirigiu três longas: “SP CRÔNICAS DE UMA CIDADE REAL” 2018 (ficção – filme vencedor de 42 prêmios), “O ARTISTA E A FORÇA DO PENSAMENTO” 2021 (documentário – filme vencedor de 18 prêmios) e “LINHA DE FRENTE BRASIL” 2021 (documentário – filme vencedor de
3 prêmios) e 12 curtas-metragens. Com duas passagens pelo festival de CANNES (França) com os curtas “OS BONS PARCEIROS” 2014 e “NÓIA UM DIA NO LIMITE” 2015, acumula em sua carreira (com a Fraga Films) 157 prêmios e 326 indicações em várias categorias, além de 12 prêmios no teatro, 2 prêmios como personalidade da arte em 2018, 15 prêmios de melhor diretor e 36 prêmios de melhor filme. Fraga ganhou vários prêmios internacionais entre eles: 8o KIADA – Korea International
Accessible Dance Festival (Seul – Coreia do Sul 2023), “MELHOR DIRETOR” – BOSIFEST em
Belgrado – Sérvia, “PRÊMIO INSPIRAÇÃO” – 11o BREAKING DOWN BARRIERS International Film Festival (Moscou – Rússia – 2022), “Special Recognitions for the movie” – 15o LABRFF: Los Angeles Brazilian Film Festival (EUA – 2022), “MELHOR DOCUMENTÁRIO” – 20o Arouca Film
Festival (Portugal – 2022), The Peoples Film Festival, em Nova York/ EUA, no 49th Annual WorldFest-Houston /EUA, no 11o LABRFF Los Angeles Brazilian Festival (Los Angeles/ EUA), no NIAFFS 2018 (NOIDENTITY – International Action Film Festival, em Sevilha/Espanha), no 12º Months Film Festival (Romênia), além da Menção Honrosa no Experimental Forum (Los Angeles/2016), e da Menção Honrosa no LA Underground Film Forum (LAUFF – LA/USA -2016), dentre outros.
Fernanda Costa é educadora com trabalhos em artes, ciências e acessibilidade.
Sobre o Festival Assim Vivemos
Realizado desde 2003, o Assim Vivemos – Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência, conta com o patrocínio do Centro Cultural Banco do Brasil. Evento bienal, promove a reflexão sobre temas como preconceito, invisibilidade social, mobilidade, afeto, superação, autonomia, inclusão e acessibilidade, trazendo para o Brasil o melhor da produção audiovisual mundial sobre o assunto.
Entre suas produções estão curtas, médias e longas metragens de diferentes nacionalidades que formam um mosaico diverso, abrangente e rico sobre as questões que envolvem as pessoas deficientes e consequentemente toda a sociedade. Em todas as sessões são disponibilizados recursos de acessibilidade como a audiodescrição e legendas LSE (para surdos e ensurdecidos) e interpretação de LIBRAS.
O Assim Vivemos já se consolidou como um importante espaço de reflexão, já que também promove debates e oficinas sobre temas levantados pelos filmes, onde pessoas com deficiência e profissionais de referência com e sem deficiência se encontram. Com curadoria delicada e cuidadosa, que busca dar o espaço de fala e o protagonismo para as pessoas com deficiência contarem suas histórias, o Festival Assim Vivemos se revela uma experiência que encanta e transforma todos os públicos.
Sobre o Festival Assim Vivemos – Link/ @festivalassimvivemos
Sobre a Cinemateca do MAM: – Link