Para celebrar seus 450 anos, Niterói expõe seus filhos diletos
Exposição Miguel Coelho, O Artista será inaugurada na sala José Cândido de Carvalho, no próximo dia 21
Os 450 anos de Niterói, a serem completados no próximo dia 22, estão sendo celebrados com manifestações artísticas de filhos ilustres da cidade.
Na sala José Cândido de Carvalho, no Ingá, estará a exposição Miguel Coelho, O Artista, com 16 obras de um dos mais importantes multifacetados artistas da cidade, que viveu Niterói em todas as suas dimensões artísticas e políticas nas décadas de 1960 a 1990.
Nascido em Matipó, no interior de Minas Gerais, Miguel Coelho radicou-se em Niterói.
As peças ficarão em exposição de 21 de novembro a 21 de janeiro do próximo ano.
Miguel Coelho e sua Niterói
Miguel Coelho foi uma das primeiras levas de funcionários da UFF, a universidade recém-instalada na cidade e que prometia movimentar a vida da então capital do Estado do Rio de Janeiro.
Entre 1960 e 1990 Miguel Coelho mergulhou a fundo na cultura local, ligando-se profundamente às manifestações culturais e políticas da cidade.
Na pintura, teve influência da sua infância no interior e de Guimarães Rosa, cujos cenários das obras gostava de retratar.
O movimento cubista também esteve presente em boa parte de suas obras e foi próximo de Candido Portinari, utilizando o colorido para manifestar com intensidade sua interpretação dos fatos e das cenas.
Foi ainda exímio poeta, ilustrador, e carnavalesco, além de escrever sambas enredos vencedores para escolas da cidade, como Unidos da Mem de Sá e Acadêmicos do Sossego. Teve ainda passagem pela da Unidos do Jacarezinho, do Rio de Janeiro, mas seu foco eram as agremiações de Niterói, para onde trabalhou por vários carnavais. Nada lhe escapava.
Em 1974, a Unidos da Mem de Sá foi para a Avenida Amaral Peixoto com o samba Katxerê, a mulher estrela, de Coelho e Adalu Pimentel. Foi também dele e de Pimentel, seu principal parceiro de samba, o troféu de melhor samba-enredo de Niterói, em 1972, com Jorge Amado pede passagem, assim como a medalha de ouro do II Festival Fluminense da Canção Popular, em 1968, entre outros prêmios que conquistou.
A primeira exposição de Miguel Coelho foi em 1956.