Luz, celular e ação: Minuto Escola abre novas turmas para curso prático de audiovisual em RJ
Com carga horária de 15 horas o curso do Minuto Escola ensina linguagem audiovisual para professores da rede pública e estimula o uso desse recurso como ferramenta pedagógica em sala de aula; inscrições até 4 de setembro
Levar um projeto de formação audiovisual a professores da rede pública de todo o país e contribuir para a democratização do acesso e estímulo de novas metodologias pedagógicas na rede escolar. Essa é a missão do Minuto Escola ao disponibilizar 8.000 vagas para o seu curso gratuito e 100% online. Para o segundo semestre, a novidade é o formato prático que proporciona formação em apenas 15 horas, mais dinâmico e interativo. As inscrições podem ser feitas até o dia 4 de setembro, data de início do curso para os professores do Rio de Janeiro.
O Minuto Escola já formou mais de 4.000 professores desde 2017, desmistifica o uso do audiovisual propondo que os professores usem essa ferramenta da mesma forma que usa a tesoura e a cola no ambiente escolar. “Todos conhecemos aquela cena clássica do professor falando, falando e falando para 30 ou 40 alunos completamente multimidializados. Ou seja, o professor usa em excesso a linguagem oralizada para alunos que cada vez mais pensam e raciocinam a partir das imagens. Com a massificação do projeto uma grande quantidade de vídeos produzidos no ambiente escolar pula o muro da escola e é compartilhado em outras redes da cidade. Parte deste conteúdo fica na escola e será usado como material didático, produzido por professores e alunos, e não só pelas grandes editoras.”, afirma Marcelo Masagão, coordenador do Minuto Escola.
Independente do conhecimento técnico, o professor se tornará um mediador de ideias e de formas para ensinar as suas disciplinas por meio de vídeos-minuto. Os celulares e aplicativos já fornecem uma excelente base tecnológica para a execução técnica do vídeo. Desta forma o foco do curso é na edição, na montagem: a espinha dorsal do audiovisual. “Formamos leitores de imagens, a partir da análise e leitura de vídeos do incrível acervo do Festival do Minuto e utilizando a técnica da engenharia reversa destrinchamos como foi utilizado o tempo e o espaço em cada narrativa. O educador do audiovisual deve ter em mente a mesma preocupação de todo educador no contemporâneo, seja de que área for: menor conhecimento enciclopédico e mais conexão entre fatos, dados e ideias. Esse é o princípio básico da montagem: juntar coisas diversas e por vezes estranhas, mas que podem produzir novos e surpreendentes sentidos” complementa Marcelo.
Celular na sala de aula
Muito se discute sobre o papel do celular na sala de aula. Como todo recurso tecnológico, oferece aspectos positivos e negativos. Porém, o aparelho já é parte do contexto pedagógico e do dia a dia da comunidade escolar. Dessa forma, o Minuto Escola enxerga o celular como um potente instrumento de educação, que aliado ao audiovisual, tem empatia direta dos alunos, propondo uma linguagem em que eles já são parcialmente alfabetizados.
“O Audiovisual reorganiza o mapa afetivo dentro da sala de aula: Inverte relação de poder do saber entre professores e alunos, já que dos botõezinhos os alunos geralmente entendem mais; a produção audiovisual é por princípio coletiva, sendo um excelente exercício de confronto e acomodação das ideias e egos; exige vários tipos de inteligência, o tímido pode fazer o storyboard, o metódico faz a câmera, a expansiva a atriz e o hiper agitado vira o diretor; qualifica as relações online: muito além dos ‘likes’, a produção dos vídeos-minuto envolve corpos em movimento, suor e dinâmicas coletivas complexas”, completa Masagão.
Os alunos recebem uma certificação conjunta do Minuto Escola e de Secretarias Estaduais e Municipais de educação. O Minuto Escola 2023 tem patrocínios da Bayer, Itaú e Rede, através de recursos da Lei Rouanet. A realização é do Ministério da Cultura.
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Sobre o Minuto Escola
O Minuto Escola é um desdobramento do famoso Festival do Minuto criado em 1991 e que sempre teve um forte vínculo com a educação. Os vídeos do Festival são utilizados em sala de aula para discutir os mais variados assuntos, além do formato Minuto ser usado para trabalhos finais do semestre. O Minuto Escola já havia sido realizado no estado de São Paulo em 2010 e 2012, com o apoio da Secretaria Estadual de Educação, e em 2012 no Tocantins com o apoio da Secretaria de Educação do Estado do Tocantins. Posteriormente, o projeto foi realizado junto à Secretaria Municipal de Educação de São Paulo nos anos de 2016, 2018 e 2019, formando anualmente 200 professores da rede municipal. O diferencial da edição de 2020 foi o formato integralmente online, facilitando o acesso remoto de professores municipais que se encontravam em casa naquele momento de isolamento social. Isso incentivou o Festival a dar escala ao projeto que permanece 100% online.