Cinemateca Brasileira debate o impacto das pautas ESG no setor cultural com o Festival Cultura e Sustentabilidade: Criatividade para um Mundo Possível
Programação, que integra o projeto Viva Cinemateca, prevê a realização de debates, feira sobre a temática da sustentabilidade e sessões de filmes; Ailton Krenak abre a Mostra de filmes Povos Originários da América Latina
A Cinemateca Brasileira realiza, entre os dias 10 e 16 de julho, o FESTIVAL CULTURA E SUSTENTABILIDADE: CRIATIVIDADE PARA UM MUNDO POSSÍVEL. Com palestras, debates, feira e mostra de filmes, o evento põe em foco o impacto da pauta ESG (ambiental, social e governança) no setor cultural e proporciona ao público conhecer diferentes perspectivas e discutir ideias sobre a temática da sustentabilidade.
Com inscrições gratuitas e abertas ao público em geral, o festival reunirá especialistas, representantes de instituições culturais e empresas engajadas com a temática para discutir o papel da cultura na busca de soluções para os desafios ambientais globais. A ação integra o VIVA CINEMATECA, projeto que prevê o aprimoramento das instalações da Cinemateca Brasileira para guarda e processamento de seus acervos com o objetivo de garantir sua missão institucional. A proposta também contempla uma grande programação cultural que vai passar por São Paulo e outros 12 Estados no país.
“Queremos trazer um novo olhar sobre esses temas urgentes, que não se restringem a grupos específicos, mas a toda a sociedade. É uma oportunidade para o setor cultural compartilhar experiências e apontar alternativas criativas para desafios que não podem mais ser negligenciados”, comenta Dora Mourão, diretora da Cinemateca Brasileira.
Na programação do Festival, convidados de referência em suas áreas de atuação irão compartilhar práticas consistentes que já estão sendo desenvolvidas no setor, bem como ações consolidadas em diversos outros segmentos econômicos, que possam ser aplicadas ao segmento cultural. Os temas das quatro mesas foram pensados para trazer reflexões sobre sustentabilidade ambiental, social e econômica e seu impacto na produção cultural, considerando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os princípios do Pacto Global e o próprio poder de sensibilização da arte.
A mesa de abertura do Festival traz duas referências em leis e mecanismos de incentivo à cultura: Henilton Menezes, Secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural do Ministério da Cultura, e Fabio Cesnik, sócio fundador do CQS/FV Advogados, irão discutir os desafios e oportunidades para o setor, em meio às mudanças do cenário ambiental e as metas globais de desenvolvimento sustentável. Ainda no primeiro dia de debates, o impacto das demandas ESG na captação de recursos será o tema da conversa entre Bia Gurgel, experiente captadora do mercado e presidente da BG Soluções Sociais, e Glauco Paiva, gerente executivo de Comunicação e Responsabilidade Social da Shell Brasil. A intenção é entender por que os investidores atualmente priorizam determinados objetivos da Agenda 2030 nos editais e políticas de patrocínio e proporcionar uma compreensão de como os projetos culturais podem caminhar alinhados às questões ambientais.
“O Instituto Cultural Vale tem a Cinemateca Brasileira como seu maior parceiro no setor audiovisual. Buscamos apoiar instituições culturais que são patrimônios do nosso país, além das mais diversas expressões da nossa arte e cultura. A manutenção e recuperação do acervo da Cinemateca, de valor incalculável, é essencial para preservar a memória do país documentada em vídeo com o cuidado que ela merece. É através dos preciosos registros lá armazenados que é possível conhecer mais sobre a diversidade das nossas identidades culturais, fundamental para a construção de um futuro de mais possibilidades para as próximas gerações”, diz Marize Mattos, coordenadora de patrocínios do Instituto Cultural Vale.
“Com o compromisso constante de transformar vidas, entendemos ser fundamental o fomento à cultura como ponte para o desenvolvimento e a cidadania. O papel que a Cinemateca tem para a construção, fortalecimento e memória do audiovisual brasileiro é inestimável e poder contribuir para um projeto como esse é o nosso legado de parceria junto à sociedade brasileira”, comenta Glauco Paiva, gerente executivo de Comunicação e Responsabilidade Social da Shell Brasil.
No dia 11, os trabalhos são abertos com a mesa Arte no Ativismo Ambiental, que debate como a expressão artística pode ser uma ferramenta para conscientização. A seguir, o foco recairá sobre o setor audiovisual. O trabalho de gerenciamento de impactos das atuais produções cinematográficas será discutido por Renata Almeida, diretora da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Gabriela Sousa de Queiroz, diretora Técnica da Cinemateca Brasileira, e Ariene Ferreira, fundadora do Cinema Verde.
Paralelamente aos painéis de discussão, está prevista a realização de uma feira, com estandes dedicados a instituições e empresas com trabalhos relevantes no setor ambiental. Em consonância com seus objetivos, o Festival recebeu o Selo Evento Neutro por compensar as suas emissões de carbono apoiando projetos ambientais certificados.
MOSTRA DE FILMES
O Festival Cultura e Sustentabilidade culminará com a abertura da Mostra Povos Originários da América Latina, que traz uma seleção de filmes destacando a relação dos povos originários com a natureza e a importância de se preservar suas culturas e territórios. Na abertura, no dia 11 de julho, às 18h, Ailton Krenak e Anna Dantes receberão o público para uma sessão dos 7 curtas da série “As Flechas”, seguido por um debate com os realizadores. A série faz parte do projeto Ciclo Selvagem, que abre caminhos para a coexistência de saberes tradicionais, científicos e artísticos. Um sonho que Krenak teve para adiar o fim do mundo.
A mostra segue até 16 de julho, revelando ora proximidades de lutas e resistências, ora pluralidades linguísticas, culturais e de vivências. O público poderá assistir a obras do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, México e Peru. A maioria dos filmes foi realizada em nossos países vizinhos e é ainda inédita no Brasil. As produções brasileiras, por sua vez, contam com longas e curtas-metragens de diferentes etnias e povos, como Ashaninka, Baniwa, Ikpeng, Kisêdjê, Kuikuro, Laklãnõ-Xokleng, Maxacali, Mbyá-Guarani, Huni Kui (Kaxinawá), Xavante, Yanomami, entre outros. Serão 15 sessões compostas por um curta e um longa-metragem de países diferentes. A programação é inteiramente gratuita e os ingressos são distribuídos uma hora antes de cada sessão.
Os filmes tratam de temas como a memória e a história, instigando discussões sobre a importância do registro audiovisual para a preservação de línguas e tradições. Outra constante é resistência, que aparece atrelada aos processos de colonização, à luta por demarcação de terras e aos empreendimentos econômicos que devastam a floresta. Religiosidades, cosmologias, artes e alimentação são outros elementos recorrentes nos títulos selecionados.
A mostra conta com uma diversidade de gêneros cinematográficos que vão desde o documentário, aos experimentais, animações e ficções, manifestação da criatividade e do domínio da técnica audiovisual pelos tantos povos indígenas do continente.
A curadoria privilegia filmes feitos por cineastas indígenas, mas inclui também alguns poucos feitos por não-indígenas. Estes, contudo, foram feitos em diálogo com as comunidades que, por vezes, trabalharam na produção, no roteiro ou em outras áreas da realização audiovisual.
Festival Cultura e Sustentabilidade: Criatividade para um Mundo Possível
Mostra Povos Originários da América Latina
10 a 16 de julho, segunda-feira a domingo
Cinemateca Brasileira | Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Mariana
Sala Grande Otelo (210 lugares + 04 assentos para cadeirantes)
Sala Oscarito (104 lugares)
Entrada gratuita
Para os debates e palestras é necessária inscrição prévia pelo site
Retirada de ingresso para a sessões de cinema: 1h do início de cada sessão
PROGRAMAÇÃO DO EVENTO
Site Oficial | Arquivo em Word | No final deste texto
CINEMATECA BRASILEIRA
A Cinemateca Brasileira, maior acervo de filmes da América do Sul e membro pioneiro da Federação Internacional de Arquivo de Filmes – FIAF, foi inaugurada em 1949 como Filmoteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo, tornando-se Cinemateca Brasileira em 1956, sob o comando do seu idealizador, conservador-chefe e diretor Paulo Emílio Sales Gomes. Compõem o cerne da sua missão a preservação das obras audiovisuais brasileiras e a difusão da cultura cinematográfica. Desde 2022, a instituição é gerida pela Sociedade Amigos da Cinemateca, entidade criada em 1962, e que recentemente foi qualificada como Organização Social. O acervo da Cinemateca Brasileira compreende mais de 40 mil títulos e um vasto acervo documental (textuais, fotográficos e iconográficos) sobre a produção, difusão, exibição, crítica e preservação cinematográfica, além de um patrimônio informacional online dos 120 anos da produção nacional. Alguns recortes de suas coleções, como a Vera Cruz, a Atlântida, obras do período silencioso, além do acervo jornalístico e de telenovelas da TV Tupi de São Paulo, estão disponíveis no Banco de Conteúdos Culturais para acesso público.
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VIVA CINEMATECA
O Viva Cinemateca é uma continuidade do processo de retomada iniciado em 2022, com a reabertura da Cinemateca. O projeto atua em diferentes frentes de ação, com foco na infraestrutura da instituição, na preservação de seu importante acervo e no trabalho de difusão da produção audiovisual brasileira. Uma das principais frentes de ação do projeto pretende ampliar e modernizar a sede da Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Também estão em curso os projetos de recuperação da coleção dos filmes em nitrato de celulose, que compõem a coleção mais antiga do cinema brasileiro (PRONAC 212939) e a proposta de conservação, duplicação e difusão dos cinejornais do acervo do Canal 100 (PRONAC 221750), maior acervo cinematográfico do futebol brasileiro.
O projeto conta com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, como patrocinador estratégico, da Shell, como patrocinadora master, e Itaú, como copatrocinador. Conheça mais sobre o projeto acesse aqui
INSTITUTO CULTURAL VALE
O Instituto Cultural Vale parte do princípio de que viver a cultura possibilita às pessoas ampliarem sua visão de mundo e criarem novas perspectivas de futuro. Tem um importante papel na transformação social e busca democratizar o acesso, fomentar a arte, a cultura, o conhecimento e a difusão de diversas expressões artísticas do nosso país, ao mesmo tempo em que contribui para o fortalecimento da economia criativa.
São mais de 670 projetos criados, apoiados ou patrocinados em 24 estados e no Distrito Federal. Dentre eles, uma rede de espaços culturais próprios, patrocinados via Lei Federal de Incentivo à Cultura, com visitação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale (MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA). Onde tem Cultura, a Vale está. Visite o site do Instituto Cultural Vale.
SHELL BRASIL
Há 110 anos no país, a Shell é uma empresa de energia integrada com participação em Upstream, no Novo Mercado de Gás Natural, Trading, Pesquisa & Desenvolvimento e no Desenvolvimento de Energias Renováveis, com um negócio de comercialização no mercado livre e produtos ambientais, a Shell Energy Brasil. Aqui, a distribuição de combustíveis é gerenciada pela joint-venture Raízen, que recentemente adquiriu também o negócio de lubrificantes da Shell Brasil. A companhia trabalha para atender à crescente demanda por energia de forma econômica, ambiental e socialmente responsável, avaliando tendências e cenários para responder ao desafio do futuro da energia.
Festival Cultura e Sustentabilidade: Criatividade para um Mundo Possível
Mostra Povos Originários da América Latina
10 a 16 de julho, segunda-feira a domingo
Cinemateca Brasileira | Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Mariana
Sala Grande Otelo (210 lugares + 04 assentos para cadeirantes)
Sala Oscarito (104 lugares)
Entrada gratuita
Para os debates e palestras é necessária inscrição prévia pelo site
Retirada de ingresso para a sessões de cinema: 1h do início de cada sessão
Dia 10 de julho, segunda-feira
13h – credenciamento
14h – Painel: Sustentabilidade Ambiental e o Setor Cultural
Henilton Menezes – Secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural do Ministério da Cultura
Fábio Cesnik – Sócio fundador do CQS/FV Advogados
16h – Mesa ESG e o Impacto na Captação de Recursos para a Cultura
Bia Gurgel – Presidente da BG Soluções Sociais
Glauco Paiva – Gerente executivo de Comunicação e Responsabilidade Social da Shell Brasil.
Mediação: Sulamita Moreira – curadora do Festival
Dia 11 de julho, terça-feira
14h – Mesa Arte no Ativismo Ambiental
Giselle Beiguelman – Artista de professora da FAU-USP
Ricardo Piquet – Fundador Presidente do IDG
Mediação: Thiago Gil – Coordenador de Pesquisa e Difusão da Fundação Bienal de São Paulo
16h – Mesa Meio Ambiente em Cena
Ariene Ferreira – Fundadora do Cinema Verde
Renata de Almeida – Diretora da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo
Gabriela Sousa de Queiroz – Diretora Técnica da Cinemateca Brasileira
Mediação: Mauricio Kinoshita – Diretor e produtor
18h – Abertura da Mostra Povos Originários da América Latina com Ailton Krenak e Anna Dantes
MOSTRA POVOS ORIGINÁRIOS DA AMÉRICA LATINA
Dia 11 de julho, terça-feira, às 18h
Sessão apresentada e seguida de debate e com os realizadores Ailton Krenak e Anna Dantes
FLECHA 1 – A SERPENTE E A CANOA
Brasil, 2021, 16 min, livre
Direção: Anna Dantes, Ailton Krenak
Sinopse: Viajamos por teorias científicas contemporâneas e memórias das culturas ancestrais. O fio condutor deste episódio costura duas narrativas: a da canoa cobra, memória originária de povos rio negrinos, e a serpente cósmica, presente em mitos de origem de diferentes culturas, vista como a dupla hélice do DNA, código de memória presente em tudo que é vivo. A viagem percorre uma sequência que entrelaça saberes indígenas e hipóteses científicas sobre o surgimento da Vida.
FLECHA 2 – O SOL E A FLOR
Brasil, 2021, 11 min, livre
Direção: Anna Dantes, Ailton Krenak
Sinopse: A segunda flecha, O SOL E A FLOR, associa diferentes visões sobre a relação do Sol com a vida na Terra. A partir de trechos do livro “BIOSFERA”, de Vladimir Verndasky, Ailton Krenak narra sobre a profunda interação dos raios cósmicos com a matéria verde, que transformam a Terra em um supra organismo vivo. Uma visão da vida onde tudo está absolutamente relacionado, das cianobactérias ao ozônio. A fotossíntese se apresenta como chave de manutenção do equilíbrio dinâmico e para a regulação da Biosfera. A Teoria de Gaia flui em diálogo com a suspensão do céu na compreensão yanomami. Para além da narrativa científica, é uma flecha propulsionada, em sua essência, pela narrativa Guarani sobre Nhanderu, o desdobramento do escuro em sol e do sol em flor.
FLECHA 3 – METAMORFOSE
Brasil, 2021, 10 min, livre
Direção: Anna Dantes, Ailton Krenak
Sinopse: Um canal de transformação que leva vida de uma forma a outra. Uma mesma vida conecta vários mundos. No entrelace das partículas que atravessam vidas e corpos, somos quimeras, seres multiespécies.
FLECHA 4 – A SELVA E A SEIVA
Brasil, 2021, 8 min, livre
Direção: Anna Dantes, Ailton Krenak
Sinopse: “A Selva e a Seiva” é uma flecha selvagem sobre plantas, especialmente as plantas mestras, chamadas também de plantas professoras, aquelas que abrem a percepção da realidade cósmica da vida. A energia da vida vem do sol e é tragada pelos seres fotossintéticos, algumas bactérias, algas e plantas. A energia da vida é cósmica.
FLECHA 5 – UMA FLECHA INVISÍVEL
Brasil, 2021, 11 min, livre
Direção: Anna Dantes, Ailton Krenak
Sinopse: Uma flecha invisível se destina ao microcosmos. Concerne a um estado de grandeza física, mensurável, em escala infinitesimal e conjuntamente considera a condição invisível da presença de outras dimensões, espirituais, paralelas e agenciadoras da vida no planeta. “Tudo que vemos é uma expressão do invisível.” Visitamos assim uma série de seres que colaboram para a existência de vida no planeta.
FLECHA 6 – TEMPO E AMOR
Brasil, 2021, 12 min, livre
Direção: Anna Dantes, Ailton Krenak
Sinopse: A segunda lei da termodinâmica é a única lei geral da física que distingue passado do futuro. Como uma flecha do tempo, o calor passa somente de corpos quentes a frios, nunca ao contrário. Se nada é provocado externamente, um corpo frio não se torna quente. Esse fluxo natural de dissipação dança com outro fluxo: o fluxo biológico da vida, que aglutina e envolve Gaia numa metamorfose contínua.
FLECHA 7 – A FERA E A ESFERA
Brasil, 2021, 9 min, livre
Direção: Anna Dantes, Ailton Krenak
Sinopse: O caboclo é uma manifestação encantada das matas brasileiras. No Brasil, o Caboclo Sete Flechas emerge nos terreiros da umbanda e do candomblé. A sétima Flecha Selvagem é a última da série de audiovisuais criada pelo Selvagem Ciclo de Estudos sobre a Vida. Com o título A fera e a esfera, esta flecha “caiu” em Londres no Barbican Centre, incorporada à exposição Our time on Earth.
Dia 12 de julho, quarta-feira
SESSÃO 2 – 18h30
NGUNÉ ELÜ, O DIA EM QUE A LUA MENSTRUOU
Brasil (MT), 2004, 28 min, livre
Direção: Maricá Kuikuro, Takumã Kuikuro
Sinopse: Durante uma oficina de vídeo na aldeia Kuikuro, no Alto Xingu, ocorre um eclipse. De repente, tudo muda. Os animais se transformam. O sangue pinga do céu como chuva. O som das flautas sagradas atravessa a escuridão. Não há mais tempo a perder. É preciso cantar e dançar. É preciso acordar o mundo novamente.
Etnia: Kuikuro
USHUI, LA LUNA Y EL TRUENO
Colômbia, 2019, 72 min, livre
Direção: Rafael Mojica Gil
Sinopse: “Saga” é um grupo de mulheres que tem um papel importante na sociedade Wiwa: elas são responsáveis pelos nascimentos e pelo elo entre a comunidade e as divindades espirituais. Mas um obstáculo surge na busca para registrar essas mulheres: o diretor e a equipe do filme são homens Wiwa, e precisam solicitar autorização de uma divindade para acessar as sagas.
Etnia: Wiwa
SESSÃO 3 – 20h30
EL SILENCIO DEL RIO
Peru, 2020, 14 min, livre
Direção: Francesca Canepa
Elenco: Wilson Isminio Cruz, Roover Mesia, Luis Mesia
Sinopse: Juan, um menino de 9 anos, mora com seu pai silencioso em uma casa flutuante no deslumbrante rio Amazonas. Os dias são longos e tranquilos, e as noites solitárias. Na tentativa de entender o que aconteceu com seu pai, Juan parte para a escuridão. Na região amazônica, diz-se que a humanidade e a natureza estão profundamente interligadas. Juan encontra a verdade em algum lugar entre o sonho e a realidade.
UKAMAU
Bolívia, 1966, p&b, 72 min, 18 anos
Direção: Jorge Sanjinés
Elenco: Vicente Salinas Berneros, Benedicta Mendoza Huanca, Néstor Cárdenas Peredo, Elsa Antequera
Sinopse: Enquanto o marido trabalha no mercado local, uma jovem camponesa aimará é estuprada e assassinada. Ao descobrir sobre a morte da esposa, o viúve atormentado planeja cuidadosamente a sua vingança.
Etnia: Aimará
Dia 13 de julho, quinta-feira
SESSÃO 4 – 19h
TXÊJKHÔ KHÂM MBY – MULHERES GUERREIRAS
Brasil (MT), 2011, 12 min, 10 anos
Direção: Whinti Suyá, Kambrinti Suya, Yaiku Suya, Kamikia P.T. Kisedje, Kokoyamaratxi Suya
Sinopse: Dois velhos narram um mito, encenado em ficção pelos jovens Kisêdjê, em que uma moça namora secretamente com o próprio irmão. Os acontecimentos que se sucedem a essa paixão proibida dão origem à revolta das “Mulheres Guerreiras”.
Etnia: Kisêdjê
KENE YUXI, AS VOLTAS DO KENE
Brasil (AC), 2010, 48 min, livre
Direção: Zezinho Yube
Sinopse: Ao tentar reverter o abandono das tradições do seu povo e seguindo as pesquisas do seu pai, o professor e escritor Joaquim Maná, Zezinho Yube corre atrás dos conhecimentos dos grafismos tradicionais das mulheres Huni Kui, auxiliado por sua mãe.
Etnia: Huni Kui (Kaxinawá)
SESSÃO 5 – 20h
NAKUA PEWEREWEREKAE JAWABELIA / HASTA EL FIN DEL MUNDO / ATÉ O FIM DO MUNDO
Colômbia, Brasil (PE/RJ), 2019, 16 min, livre
Direção: Margarita Rodriguez Weweli-Lukana, Juma Gitirana Tapuya Marruá
Elenco: Margarita Rodriguez Weweli-Lukana, Juma Gitirana Tapuya Marruá
Sinopse: Vídeo experimental, realizado inteiramente com câmera de celular, parte do projeto UNID@S CONTRA A COLONIZAÇÃO: MUITOS OLHOS, UM SÓ CORAÇÃO. Tentativa ritual de sanação das dores coloniais, dessas feridas abertas que nos doem a todos, human@s e não-human@s, naturezas de Abya Yala.
Etnia: Sikuani
TAVA, A CASA DE PEDRA
Brasil (RS), Argentina, 2012, 78 min, livre
Direção: Kuaray Poty (Ariel Ortega), Pará Yxapy (Patricia Ferreira), Vincent Carreli, Ernesto de Carvalho
Sinopse: Memória, mito e história Mbyá-Guarani sobre as reduções jesuíticas e a guerra guaranítica do século XVII no Brasil, Paraguai e Argentina.
Etnia: Mbyá-Guarani
Dia 14 de julho, sexta-feira
PROGRAMAÇÃO ESPECIAL – 16h
Apresentação musical infantil “Planeta Oca” (60 min) – A CONFIRMAR
SESSÃO 6 – 19h15
JAKAWISA
Bolívia, 2020, 5 min, livre
Direção: Delia Yujra Chura
Sinopse: Três gerações de mulheres trabalham a terra preparando o solo para o cultivo de batatas próximo ao Lago Titicaca.
Etnia: Aimará
A PORTA-VOZ
Título original: La vocera
México, 2020, 82 min, 12 anos
Direção: Luciana Kaplan
Elenco: María de Jesús Patricio Martínez, Gabriela Torres, Mario Luna, Rusell Peba Ocampo, Lupita Vázquez, Damian Muguarte Barbosa, Yamili Chan Dzul, Fidencio Aldama, Loreta Vázquez, Felipe Serio
Sinopse: María de Jesús Patricio é a primeira mulher indígena a aspirar à presidência no México. Uma médica tradicional escolhida para curar um país doente. Sua campanha é um convite para conhecer a história por trás da luta do Congresso Nacional Indígena para defender o território, preservar a natureza e propor uma nova maneira de entender o progresso no mundo de hoje.
Etnia: Náuatle
SESSÃO 7 – 20h45
LA VIDA DE UNA FAMILIA IKOODS
México, 1985, 23 min, livre
Direção: Teófila Palafox
Sinopse: Um grupo de mulheres se reúne para trabalhar e sustentar a economia familiar, os laços familiares e a amizade em um vilarejo costeiro.
Etnia: Ikoods
TEJIENDO MAR Y VIENTO
México ,1985, 82 min, 12 anos
Direção: Teófila Palafox, Luis Lupone
Sinopse: Documentário sobre a Primeira Oficina de Cinema Indígena no México, ministrada a um grupo de mulheres artesãs da comunidade de San Mateo del Mar. O filme mostra os resultados dessa experiência única, em que a diretora, além de nos dar uma visão da cultura Huave, destaca o trabalho cinematográfico realizado pelas artesãs, incluindo no filme uma de suas produções intitulada A vida de uma família Ikoods.
Etnia: Ikoods
Dia 15 de julho, sábado
SESSÃO 8 – 15h30
MARANGMOTXÍNGMO MÏRANG: DAS CRIANÇAS IKPENG PARA O MUNDO
Brasil (MT), 2001, 35 min, livre
Direção: Natuyu Yuwipo Txicão, Kumaré Ikpeng, Karané Ikpeng
Sinopse: Quatro crianças Ikpeng apresentam sua aldeia respondendo à vídeo-carta das crianças da Sierra Maestra em Cuba. Com graça e leveza, elas mostram suas famílias, suas brincadeiras, suas festas, seu modo de vida. Curiosas em conhecer crianças de outras culturas, elas pedem para que respondam à sua vídeo-carta.
Etnia: Ikpeng
NO TEMPO DO VERÃO
Brasil (AC), 2012, 21 min, livre
Direção: Wewito Piyãko
Sinopse: É fim de semana e as crianças Ashaninka deixam a escola e partem, rio acima, para acampar com os pais e aprender a vida no rio e na mata.
Etnia: Ashaninka
SESSÃO 9 – 16h50
VÃNH GÕ TÕ LAKLÃNÕ
Brasil (SC), 2023, 25 min, livre
Direção: Walderes Coctá Priprá, Barbara Pettres, Flávia Person
Sinopse: Uma arqueóloga, um poeta, um pastor e kujá, uma professora e um cantor de rap remontam a história do seu povo, os Laklãnõ/Xokleng, habitantes do sul do Brasil: o tempo do mato, a quase extinção, a retomada da língua e da cultura, e o protagonismo político.
Etnia: Laklãnõ-Xokleng
DOLORES
Chile, 1984, 50 min, livre
Direção: Joaquín Eyzaguirre
Sinopse: Na região de Temuco, no sul do Chile, as mulheres Mapuche saem de suas aldeias de origem para trabalhar na cidade, geralmente como empregadas domésticas. O filme apresenta essas mulheres e seus esforços de organização para que seus direitos sejam respeitados nas terras que pertenceram a seus ancestrais.
Etnia: Mapuche
SESSÃO 10 – 18h20
YAKUQÑAN, CAMINOS DEL AGUA
Peru 2021, livre
Direção: Juan Durán
Sinopse: Mulheres e homens de diferentes comunidades nativas do Peru nos contam histórias de suas atividades diárias relacionadas à terra e à água, sua relação com o meio ambiente e a preservação de sua memória.
SESSÃO 11 – 20h
NASA YUWE, LA LENGUA MADRE
Colômbia, 2019, 6 min, livre
Direção: Mateo Leguizamón, Yaid Bolaños
Elenco: Yaid Bolaños
Sinopse: Aos 26 anos, Yaid Bolaños, antropólogo indígena da etnia Nasa e professor da língua nativa, busca narrar de forma experimental a importância de conservar sua língua nativa – Nasa Yuwe – em um complicado contexto social urbano, onde as práticas de seus usos e costumes estão em perigo devido ao choque cultural que representa sobreviver em um mundo cada vez mais moderno e globalizado.
Etnia: Nasa
TÍO YIM
México 2019, 82 min, 14 anos
Direção: Luna Marán
Elenco: Jaime Martínez Luna, Magdalena Andrade, Julia Martínez Hinojosa, Andrés Martínez Andrade, Luna Marán
Sinopse: Depois de 15 anos de silêncio e com a voz prejudicada pelo álcool, Tío Yim, cantor e compositor, filósofo Zapoteca e ativista, compõe uma nova música sobre sua vida tumultuada. Mas dessa vez ele a escreve com sua família e as visões são contraditórias. Uma imersão nas entranhas de uma família marcada pela festa, pela música e pela comunalidad.
Etnia: Zapoteca
Dia 16 de julho, domingo
SESSÃO 12 – 15h20
KAISER WILHELM INSTITUT FÜR ANTHROPOLOGIE TUPINIQUIM
Brasil (RR), 2019, 9 min, 12 anos
Direção: Denilson Baniwa
Sinopse: Videocolagem feita a partir do filme Ao redor do Brasil (1879-1940), realizado pelo major Luiz Thomaz Reis como forma de registrar os trabalhos da Comissão Rondon.
Etnia: Baniwa
ABDZÉ WEDE’Õ – O VÍRUS TEM CURA?
Brasil (MT), 2021, 55 min, 12 anos
Direção: Divino Xavante
Sinopse: Documentário que revela o impacto da pandemia de Covid-19 nas populações indígenas, com enfoque na nação Xavante (MT), um dos grupos mais afetados. O filme é narrado por Divino Xavante, que detalha a luta de sua própria aldeia para sobreviver ao vírus.
Etnia: Xavante
SESSÃO 13- 16h40
OPY’I REGUA
Brasil (RS) 2020 26 min Livre
Direção: Júlia Gimenes, Sérgio Guidoux
Elenco: Cacica Júlia Gimenes, moradores da Tekoa Guyra Nhendu (Aldeia Som dos Pássaros)
Sinopse: Gente grande e gente pequena, sabida e iniciante, juntam-se em um processo de construção, coleta, aprendizagem e reverência. No extremo sul da Mata Atlântica, após mudar a sua pequena aldeia para uma nova área, a cacica Júlia conduz a construção da Opy, a casa de reza Mbyá-Guarani.
Etnia: Mbyá-Guarani
AYVU-PORA, LAS BELLAS PALABRAS
Argentina 1999 48 min Livre
Direção: Vanessa Ragone
Sinopse: Uma equipe de filmagem chega à aldeia guarani de Tamanduá, no coração da selva missionária, e propõe a seus habitantes fazerem um documentário juntos.
Etnia: Mbyá-Guarani
SESSÃO 14 – 18h10
AMUHUELAI-MI
Chile 1972 11 min 10 anos
Direção: Marilú Mallet
Sinopse: Documentário que mostra a inserção do povo Mapuche em assentamentos urbanos, como Santiago. Eles também são mostrados em seus territórios perto de Temuco, incluindo as dificuldades e maus-tratos que sofrem nas mãos dos “huincas” (brancos).
Etnia: Mapuche
NŨHŨ YÃG MŨ YÕG HÃM: ESSA TERRA É NOSSA!
Brasil (MG) 2020 70 min Livre
Direção: Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero
Elenco: Delcida Maxakali, Totó Maxakali, Mamei Maxakali, Pinheiro Maxakali, Manuel Damázio, Arnalda Maxakali, Dozinho Maxakali, Vitorino Maxakali, Israel Maxakali, Marinho Maxakali, Américo Maxakali, Veronildo Maxakali, Noêmia Maxakali, Pedro Vieira, Joviel Maxakali, Neusa Maxakali, Manuel Kelé, Tevassouro Maxakali
Sinopse: Antigamente, os brancos não existiam e nós vivíamos caçando com os nossos espíritos yãmĩyxop. Mas os brancos vieram, derrubaram as matas, secaram os rios e espantaram os bichos para longe. Hoje, as nossas árvores compridas acabaram, os brancos nos cercaram e a nossa terra é pequenininha. Mas os nossos yãmĩyxop são muito fortes e nos ensinaram as histórias e os cantos dos antigos que andaram por aqui.
Etnia: Maxakali
SESSÃO 15 – 19h40
MÃRI HI – A ÁRVORE DO SONHO
Brasil (RR) 2023 17 min
Direção: Morzaniel Ɨramari Yanomami
Elenco: Davi Kopenawa
Sinopse: Quando as flores da árvore Mãri desabrocham surgem os sonhos. As palavras de um grande xamã conduzem uma experiência onírica através da sinergia entre cinema e sonho yanomami, apresentando poéticas e ensinamentos dos povos da floresta.
Etnia: Yanomami
PAKUCHA
Peru 2021 81 min 12 anos
Direção: Tito Catacora
Sinopse: Uma família se reúne para realizar o antigo ritual dedicado à pakucha, a alma da alpaca. Situado nas profundezas dos deslumbrantes Andes, o filme mostra a celebração da família Aymara e nos guia hipnoticamente através de sua visão de mundo na cultura andina.
Etnia: Aimará