No Dia Mundial do Refugiado (20/6), Instituto Moreira Salles promove debate e show gratuitos na PUC-Rio
Com entrada gratuita e início às 14h, o evento inclui uma mesa com Rosana Kohl Bines e Ricardo Prata Filho, seguida de show do cantor e compositor congo-angolano Zola Star. A programação organizada pelo IMS acontece na sede da PUC no Rio de Janeiro
Refletindo sobre o espaço das pessoas em situação de refúgio, em intersecção com as artes, de uma perspectiva da dignidade humana, o Instituto Moreira Salles organiza uma programação especial no Dia Mundial do Refugiado (terça-feira, 20 de junho). O evento gratuito acontece das 14h às 18h, na PUC do Rio de Janeiro (Rua Marquês de São Vicente, 225, Gávea, RJ).
A programação, realizada pelo IMS em conjunto com a PUC, tem início às 14h com o debate entre Rosana Kohl Bines, professora, coordenadora do Grupo de Pesquisa Observatório de Mobilidade e Direitos Humanos (OMDH) e pesquisadora da obra do escritor judeu-brasileiro Samuel Rawet, e Ricardo Prata Filho, doutora em Relações Internacionais com pesquisa sobre sexualidade, migrações e direitos humanos, e diretora da ONG LGBT+Movimento.
Ambas são integrantes da Cátedra Sérgio Vieira de Melo (ACNUR/PUC-Rio), voltada à promoção da educação e extensão acadêmica, com particular ênfase nos problemas de (des)proteção de direitos humanos de grupos de pessoas em movimento no e a partir do Brasil e do Rio de Janeiro. A mediação da conversa será de Bruno Cosentino, que integra a coordenadoria de Literatura do IMS.
Em seguida, às 16h, acontece o show de lançamento do álbum Loyembo, do cantor e compositor congo-angolano Zola Star, um dos principais nomes da música africana em diáspora no Brasil. Produzido por Gus Levy, o álbum é, segundo o pesquisador Luiz Antônio Simas, “a pegada sonora que dialoga diretamente com a corporeidade: a música aqui é feita para que o corpo responda”.
O evento integra a série de parcerias que o IMS promove com outras instituições do Rio de Janeiro, enquanto sua sede na cidade está fechada para reformas. O tema da imigração e do refúgio é frequente nos acervos do instituto, já que parte dos seus titulares, como Peter Scheier, Claudia Andujar, Paulo Rónai, Madalena Schwartz e as irmãs Elisa e Clarice Lispector, migraram para o Brasil na primeira metade do século XX, contribuindo para a formação da cultura do país.
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Serviço
Programação Literatura e Refúgio
20 de junho (terça-feira)
14h | Mesa com Rosana Kohl Bines e Ricardo Prata Filho, mediação Bruno Cosentino
Local: Solar Grandjean de Montigny, PUC-Rio
16h | Show com Zola Star
Local: Anfiteatro, PUC-Rio
Ambos eventos são gratuitos, com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais)
PUC Rio
Rua Marquês de São Vicente, 225, Gávea
Rio de Janeiro, RJ – Brasil
Participantes
Bruno Cosentino
Cantor e compositor. Criador e editor da revista de crítica musical Polivox. Doutor em literatura brasileira na UFRJ, com tese sobre amor e erotismo nos poemas e canções de Vinicius de Moraes. Trabalha na Coordenadoria de Literatura do Instituto Moreira Salles, no Rio de Janeiro, onde, entre outras atribuições, é editor do site de Clarice Lispector.
Ricardo (Rica) Prata Filho
Doutora em Relações Internacionais pela PUC-Rio e pesquisadora em direitos humanos, migração, gênero e sexualidade. Atualmente, é docente de Relações Internacionais no Instituto de Relações Internacionais e Defesa (IRID) da UFRJ e integrante da direção da LGBT+Movimento, organização que trabalha com escuta e acolhimento de migrantes e refugiadas LGBTTQIA+ no Rio de Janeiro.
Rosana Kohl Bines
Professora associada do Departamento de Letras e do Programa de Pós-Graduação em Literatura, Cultura e Contemporaneidade da PUC-Rio. Integra o Centro Primo Levi PUC-Rio e a Cátedra Sérgio Vieira de Mello (PUC-Rio/ACNUR), dedicada a atividades de ensino, pesquisa e extensão sobre refúgio. É pesquisadora do CNPq, com projetos voltados aos estudos da infância no campo literário.
Zola Star
Representante da tradição da Rumba Congolesa do Soukous e também da moderna música de Angola. Nascido em Angola, muda-se para o Congo, em virtude da situação política e da guerra de Independência, e em 1994 chega ao Brasil. Participou do Festival de Arte Negra de Belo Horizonte – FAN/BH, da Mostra Maré de Música, do festival Picadeiro Digital, a Live Pocket show do MAM-RJ e o Festival Mundo Pensante. Em 2018, teve sua história contada pela série documental da TV Brasil, Bravos! Em 2022 teve um episódio da série Sons do Refúgio do Sesc TV dedicado ao seu trabalho. Também foi convidado para fazer parte da série ‘Contemporâneos na Funarte’.
*Sobre a imagem de abertura do release: A fotografia faz parte de uma série que retrata passageiros que tentaram a sorte em São Paulo sem êxito, em 1969. O Departamento de Imigração da Secretaria da Agricultura de São Paulo lhes dava um farnel e uma passagem de volta para casa. A viagem de trem, que durava 7 dias, partia da estação Roosevelt, em São Paulo, com destino a Salvador, Bahia, e foi registrada por Claudia Andujar, fotografa suíça refugiada de guerra.