Teatro Prudential abriga programação no Rio de Janeiro, de 3 a 7 de agosto.
No domingo, espetáculos gratuitos ocupam Praça Mauá durante o dia
Apresentações, oficinas e residências envolvem 41 companhias nacionais e internacionais, em teatros e espaços públicos de norte a sul do país
Um dos mais longevos festivais de dança contemporânea do Brasil, o Dança em Trânsito completa 20 anos com uma edição comemorativa que se estende por mais de três meses, percorrendo todas as regiões do país, incluindo uma parada em Paris no mês de setembro.
De 14 de julho a 23 de outubro, 41 companhias e artistas do Brasil, Coreia do Sul, Eslovênia, Espanha, França, Itália e Suíça e ocupam palcos e espaços públicos de 12 capitais e 17 outras cidades com espetáculos, residências, intercâmbios e oficinas.
No Rio de Janeiro, o festival acontece entre 3 e 7 de agosto, com uma ocupação no Teatro Prudential, de quarta a domingo, e também no entorno da Praça Mauá, com apresentações ao ar livre no domingo de encerramento.
O 20º Dança em Trânsito é apresentado pelo Instituto Cultural Vale.
Com realização e produção do Espaço Tápias e direção artística e curadoria de Giselle Tápias e Flávia Tápias, o festival internacional Dança em Trânsito acumula, desde 2002, números superlativos, com cerca de mil apresentações em mais de 30 cidades, no Brasil e no exterior, envolvendo uma centena de companhias oriundas de 16 países, vistas por mais de 60 mil pessoas. Em 2020, durante a pandemia, realizou uma versão online – indicada ao Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), na categoria “Difusão” – e, em 2021, a primeira edição híbrida, com passagem por 25 cidades.
“Quando criamos o Dança em Trânsito em 2002, pensamos não apenas em fazer mais um festival de dança, mas contribuir, de alguma forma, para um maior intercâmbio entre artistas do Brasil e do exterior e para a democratização da dança, seja com a itinerância por outras capitais e pequenas cidades com pouco acesso à cultura, ou com a ocupação de espaços públicos em apresentações gratuitas, ou ainda abrindo espaço na programação a companhias e artistas fora do eixo Rio-São Paulo”, explica Giselle Tápias. “Ainda dentro desse propósito, desenvolvemos oficinas e residências com bailarinos e coreógrafos brasileiros e estrangeiros nas cidades por onde passamos e capacitação para professores multiplicadores. São ações das quais não abrimos mão ao longo dessas duas décadas, mesmo nos anos em que tivemos que adaptar o festival à situação econômica da época”, celebra.
Este ano, o festival lança a inédita Vitrine Brasileira de Dança Contemporânea, oportunidade para que companhias de todo o país possam se apresentar diante de representantes, diretores ou curadores de festivais internacionais de dança contemporânea, como Anna Arthur, diretora administrativa da Aerowaves, no Reino Unido; Tiphane Dangauthier, presidente da associação Essonne Dance, em Paris, além de representantes da Itália, Coreia do Sul, Canadá e República Tcheca. A iniciativa, realizada no Teatro Prudential, no Rio de Janeiro, inclui a residência Ateliê de Escrita sobre a Dança, com encontros orientados pelas facilitadoras convidadas – a jornalista, crítica de dança e escritora francesa Rosita Boisseau, e a brasileira Ana Teixeira, artista, pesquisadora e Doutora em Comunicação e Semiótica (PUC/SP), de 3 a 6/8, às 15h30, e no domingo, 7/8, às 18h30.
No Rio de Janeiro, entre os dias 3 e 7 de agosto, o Dança em Trânsito faz uma ocupação do teatro e demais espaços do Teatro Prudential, na Glória, de manhã à noite, com espetáculos, oficinas, residências. No domingo de encerramento, 7/8, as tradicionais apresentações ao ar livre acontecem na região da Praça Mauá, em frente ao Museu do Amanhã, entre 10h30 e 16h.
Na ampla programação estão, entre outras companhias, as cariocas Focus Cia de Dança, de Alex Neoral, com Grand Pas – recorte do novo trabalho VINTE, inspirado no universo literário de Clarice Lispector – com apresentação no dia 3/8, às 13h; Márcia Milhazes Cia de Dança (4/8, às 17h30), com Paz e Amor, para traçar um paralelo entre o ‘invisível’ vírus, do qual a sociedade se escondeu em um confinamento doloroso, e o amor, outro invisível, imprescindível ao ser; e Renato Vieira Cia de Dança, que mostra o espetáculo Malditos, inspirado no Movimento dos Poetas Malditos e na experiência pessoal de Renato durante a Ditadura, em 1964, no dia 3/8, às 17h30.
A francesa Cie Felinae, do coreógrafo e bailarino Maxime Cozic, apresenta o solo Emprise, no dia 3/8, às 17h. Da França, vem também a Cie Arrangement Provisoire, com Blanc – da coreógrafa e bailarina brasileira Vania Vaneau, radicada há mais de 20 anos na Europa. O trabalho, exibido no dia 4/8, às 13h, foi criado a partir de influências que vão dos rituais xamânicos afro-brasileiros à obra de Hélio Oiticica e ao movimento antropofágico modernista. Já CRU é a nova coreografia do Ateliê do Gesto, companhia goianiense dirigida por Daniel Calvet e João Paulo Gross, que apresenta ainda Dança inacabada, nos dias 3/8 e 5/8, respectivamente.
ESTREIA NACIONAL DO GRUPO TÁPIAS É UM DOS DESTAQUES DESTA EDIÇÃO
O Grupo Tápias, companhia franco-brasileira associada ao Espaço Tápias e a todas às suas realizações, estreia a versão integral de Café não é só uma xícara na programação do festival. Com coreografia e direção artística de Flávia Tápias, o trabalho, que no Rio poderá ser visto entre os dias 3 e 6/8, coloca em cena sentimentos e sensações associados à pesquisa realizada sobre a bebida tão presente na vida dos brasileiros, que evoca tradições, crenças, espiritualidade. Com patrocínio do Instituto Cultural Vale, o espetáculo fará 20 apresentações no Brasil e na França. O Grupo Tápias abriu audições para selecionar parte do elenco, que é formado por brasileiros e estrangeiros: “O espetáculo começou a ser pensado há mais de três anos. Chegamos a apresentar um work in progress em 2019, mas, por conta da pandemia, adiamos a estreia para este ano”, comenta Flávia Tápias. A companhia apresenta ainda no festival SOLO e Casa de Abelha.
No dia 5/8, às 14h, o premiado espetáculo (Melhor Espetáculo de Dança presencial – APCA, 2021) Ou 9 ou 80, da paulistana Clarín Cia de Dança, dirigida pelo maranhense Kelson Barros, aborda a cultura funk e a realidade de desigualdade, racismo e homofobia retratada pelos movimentos periféricos.
A Cie Sam-Hester, da Suíça, abre a programação do dia 6/8, com uma sessão matinal, às 11h, de Jour Blanc, adaptação de Cloud, a mais recente criação de Perrine Valli, coreógrafa da companhia. Para questionar nossa ligação com a tecnologia, adolescentes, munidos de fones de ouvido, executam a coreografia por controle remoto, abrindo mão da própria memória e da gestão do espaço. Aos poucos, vão desafiando a ordem e afirmando sua subjetividade.
Radicado na Alemanha, o coreógrafo e bailarino brasileiro Gleidson Vigne apresenta, no dia 6/8, às 17h, o solo Adapta-bilidade com a sua NIMO Cia de Dança, em que traça um paralelo entre a capacidade de adaptação na dança e na vida.
Sediada na Espanha, a companhia GN | MC, dos coreógrafos e bailarinos Guy Nader & Maria Campos, escolheram Set of Sets para esta edição do festival, na apresentação que encerra a etapa carioca, no dia 7/8, às 20h, no Teatro Prudential. A coreografia usa a repetição e o ritmo no movimento dos corpos, que desafiam a gravidade, como metáfora para a natureza repetitiva da própria existência e a ideia de persistência.
Mais cedo, no domingo, a tradicional programação gratuita que ocupa espaços públicos da cidade acontece no entorno do Museu do Amanhã, na Praça Mauá. De 10h30 às 16h30, oito companhias se apresentam no local, como Grupo Monjuá (RJ), João Rafael Neto (BA), Anyel Aram (RJ) e Laso Cia de Dança (RJ), além de ROTAS PLURAL, resultado da residência de intercâmbio reunindo bailarinos brasileiros e estrangeiros.
TURNÊ
Entre 12 e 18 de setembro, o Dança em Trânsito desembarca mais uma vez em Paris com apresentações e workshops de artistas e companhias brasileiras, incluindo Márcia Milhazes, Renato Vieira, Gleidson Vigne, Cia Gente e Cia do Pantanal, Jessé Batista, no centro cultural Le Carreau du Temple; na Salle Jacques-Higelin (MPAA /Saint-Germain); Le Regard du Cygne; na Embaixada do Brasil; na Place de Fêtes e e em outros espaços públicos da cidade.
Até 23 de outubro, o festival passa por Belo Horizonte (BH), Coronel Fabriciano (MG), Timóteo (MG), Ipatinga (MG), Baixo Guandú (ES), Vitória (ES), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Goiânia (GO), Brasília (DF), São Luís (MA), Itapecuru-Mirim (MA), Santo Amaro do Maranhão (MA), Belém (PA), Ilha do Combú (PA), Parauapebas (PA), Canaã dos Carajás (PA), Paris (FRA), Salvador (BA), Sento Sé (BA), Curitiba (PR), Entre Rios do Sul (RS); Alto Bela Vista (SC); Florianópolis (SC), Corumbá (MS), Itaguaí (RJ), Mangaratiba (RJ), Tiradentes (MG) e Barbacena (MG).
ROTAS PLURAL: A DANÇA CONTEMPORÂNEA ENCONTRA OS ESTILOS MUSICAIS BRASILEIROS
Adotando formatos diferentes nas duas últimas edições – videodança (2020) e híbrido (2021) –, a tradicional residência de intercâmbio ROTAS, idealizada e facilitada pela coreógrafa Flávia Tápias, retoma a parceria criativa que originalmente reúne intérpretes brasileiros e estrangeiros participantes do Dança em Trânsito para uma série de apresentações ao longo do festival. Batizado como ROTAS PLURAL, o projeto realiza o intercâmbio entre a dança contemporânea e estilos musicais populares do Brasil.
MOVIMENTO CONTÍNUO: OFICINAS, RESIDÊNCIAS DE CRIAÇÃO E CONVERSAS
Os projetos formativos deste ano incluem oficinas pontuais e residências de criação destinadas a participantes com algum conhecimento de técnica de movimento e ministradas por artistas convidados nacionais e internacionais. As residências, que se dividem para o público adulto e infanto-juvenil, acontecem durante três dias de imersão coletiva, nos quais encontros, trocas e aprendizagens resultam em obras que são apresentadas dentro da programação do Dança em Trânsito. As oficinas são encontros pontuais, de duas a três horas de duração, abertos a todos os interessados. Flávia Tápias (BRA); Fábio Costa (BRA); Cie Sam-Hester (SUI); Clara da Costa (BRA); Márcio Cunha (BRA); Kiko López (ESP); Panzetti & Ticcone (ITA); Hector Plaza e Agnes Sales (ESP); Guy Nader e Maria Campos (ESP); Rosa Antuña (BRA); Dilo Paulo (ANG), Maxime Cozics (FRA), Gleidson Vigne (BRA); Nayane Fernandes (BRA) e Luciana Ponso (BRA) conduzem os trabalhos. Inscrições e mais informações no site www.dancaemtransito.com.br.
Sobre o Instituto Cultural Vale
O Instituto Cultural Vale parte do princípio de que viver a cultura possibilita às pessoas ampliarem sua visão de mundo e criarem novas perspectivas de futuro. Tem um importante papel na transformação social e busca democratizar o acesso, fomentar a arte, a cultura, o conhecimento e a difusão de diversas expressões artísticas do nosso país, ao mesmo tempo em que contribui para o fortalecimento da economia criativa. São mais de 300 projetos criados, apoiados ou patrocinados em 24 estados e no Distrito Federal em execução em 2022. Dentre eles, uma rede de espaços culturais próprios, patrocinados via Lei Federal de Incentivo à Cultura, com visitação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale (MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA). Onde tem Cultura, a Vale está. Visite o site do Instituto Cultural Vale: institutoculturalvale.org
Sobre a ENGIE
No Brasil, a ENGIE é a maior produtora privada de energia elétrica no país, operando uma capacidade instalada de 10.290 MW em 32 usinas em todo o Brasil, o que representa cerca de 6% da capacidade do país.. O Grupo possui 90% de sua capacidade instalada no país proveniente de fontes limpas, renováveis e com baixas emissões de gases de efeito estufa, posição que tem sido reforçada pela construção de novas eólicas no nordeste do país e por uma das maiores hidrelétricas do País, Jirau (3.750 MW), localizada no rio Madeira e que foi inaugurada em dezembro de 2016. O Grupo também atua na área de geração solar distribuída e oferece serviços relacionados à energia, engenharia e integração de sistemas, atuando no desenvolvimento de sistemas de telecomunicação e segurança, iluminação pública e mobilidade urbana para cidades inteligentes, infraestruturas e a indústria de óleo e gás. Contando com 3.000 colaboradores, a ENGIE teve no país em 2016 um faturamento de R$ 6 bilhões.
DANÇA EM TRÂNSITO – 20ª edição
Programação completa e inscrições para oficinas e residências de criação: www.dancaemtransito.com.br
SERVIÇO:
Festival Dança em Trânsito
Teatro Prudential – Rua do Russel, 804
Temporada: 3 a 7 de agosto
Preços: R$ 30 (inteira)
Horários:
Dia 3 – Quarta às 13h, 17h e 20h
Dia 4 – Quinta às 13h, 17h e 20h
Dia 5 – Sexta às 13h, 17h e 20h
Dia 6 – Sábado às 13h, 17h e 20h
Dia 7 – Domingo às 17h e 20h
Duração:50min
Classificação: Livre
Ingressos Sympla: https://bileto.sympla.com.br/event/75447/d/151556/s/1000608
Apresentação Gratuita:
Local: Praça Mauá (em frente ao Museu do Amanhã)
Horário: 10h30 às 16h30
Apresentação e patrocínio master: Instituto Cultural Vale
Patrocínio: Engie
Direção geral: Giselle Tápias
Direção artística e curadoria: Giselle Tápias e Flávia Tápias
Direção de produção: Norma Thiré
Contatos artísticos: Larissa Emi
Contatos com instituições, patrocínios e parcerias: Letícia Kaminski
Produção Executiva: Karoli Andrade e Sonia Reinstein
Identidade visual, web design: Fernanda Valois | TRUQUE
Design gráfico: Fernanda Valois | TRUQUE, Letícia Andrade e Julia Werneck | Nós Comunicações
Coordenação técnica e de palco: Louis Radavelli