Marcelo Soido Paz 
Salve, salve minhas queridas capivaras.
O grande João Bosco vai se apresentar no Teatro Prudential na noite dessa sexta-feira.
Com o show João Bosco Solo, o músico vai realizar duas apresentações nesse dia 29.
A primeira sessão começa às 20h e a segunda vai iniciar às 22h.
Olhando o repertório do show, podemos perceber tamanha a qualidade desse grande nome da música brasileira.
Vamos conferir?
REPERTÓRIO – JOÃO BOSCO SOLO
01) Bala com bala – ( J Bosco/A Blanc)
02) Incompatibilidade de gênios – ( J Bosco/A Blanc )
03) Abricó de Macaco- ( J Bosco/Francisco Bosco)
04) De frente pro crime –( J Bosco/A Blanc )
05) O Mestre-Sala dos mares – ( J Bosco/A Blanc )
06) O Ronco da Cuíca –( J Bosco/A Blanc )
07) Boca de Sapo – ( J Bosco/A Blanc )
08) Coisa Feita – ( J Bosco/A Blanc)
09) Sinhá – ( J Bosco/ Chico Buarque )
10) Desenho de Giz – ( J Bosco/ Abel Silva )
11) Memória da Pele – (J Bosco/ Wally Salomão/Antônio Cícero)
12) Jade – ( João Bosco )
13) Ultra Leve – ( João Bosco/ Arnaldo Antunes )
14) Saída de emergência – (J Bosco/W Salomão/Antônio Cícero )
15) Transversal do tempo ( J Bosco/A Blanc )
16) Quando o amor acontece – (J Bosco/ Abel Silva )
17) Corsário – ( J Bosco/A Blanc )
18) Eu não sei seu nome inteiro ( J Bosco/João Donato/ Francisco Bosco )
19) Papel Machê –( J Bosco/ Capinan )
20) O Bêbado e a Equilibrista – ( J Bosco/ A Blanc )
João Bosco por Sérgio Ricardo
Ouvi João Bosco pela primeira vez em minha casa, quando estava escolhendo o artista novo, desconhecido, que viria gravar o outro lado do compacto simples do Disco de Bolso. Achava que seria meio impossível encontrar alguém que tivesse fôlego para encarar o artista consagrado do outro lado do disco, Tom Jobim, com Águas de Março, temendo que viesse a jogar o desconhecido numa “gelada”. Foi um susto. Qualquer uma das músicas que ele apresentou naquele dia, poderia entrar no disco. Depois de muita conversa e controvérsia, resolvemos ficar com Agnus Sei, considerando sua parceria com outro craque, Aldir Blanc.
Depois do disco pronto, Tom Jobim pediu para ouvir o outro lado. Depois de uma grande pausa, olhou pra mim e disse: Ô Sergio, você está querendo me derrubar! Cobriu o João de elogios. Rimos muito, ainda sem saber que aquele seria um disco histórico, pois lançava Águas de março, considerada posteriormente como a música do século e a descoberta de “um tal de João Bosco”.
Não vou me ater à nossa convivência cercada de ótimos momentos, pois seria assunto para um livro. Quero fazer uma análise, isenta, do artista. E digo simplesmente, que se trata de um fenômeno. Sua melodia, seu ritmo, sua harmonia, seu censo de arranjo, ultrapassam os níveis aceitáveis pelos mestres. Seu violão é eletrizante, e suas levadas antológicas por descreverem o ritmo brasileiro “nunca dantes navegados”, comprovando a diversidade de nossa rítmica de maneira rica e surpreendente. Sua voz alinhava todo esse universo sonoro com modesta intervenção, dando chance para que os versos ecoem com a mensagem pretendida. Na forma final, ao juntar todos estes valores num palco, é a explosão de um verdadeiro gênio musical da raça. É o Brasil se mostrando forte, ancorado em suas verdadeiras origens, ostensiva e orgulhosamente assumido. Ao ouvi-lo, dar gosto de ser brasileiro
Serviço:
João Bosco Solo
Teatro Prudential – Rua do Russel, 804 – Glória
Data: 29 de julho de 2022
Horários: sexta, às 20h00 e 22h00
Preço único – R$ 120,00 (inteira)
Abertura da casa: 60 minutos antes
Lotação presencial: 359 lugares
Classificação: 12 anos
Duração: 70 minutos
Ingressos Sympla – https://bileto.sympla.com.br/event/72184
