Serjão Loroza, Marquinho OSócio e Valéria Custodio fazem participações especiais na obra
O EP “CARIOCA” é uma entrega do compositor MACAU nesse momento difícil, pós-pandemia, que chega como um presente de aniversário para a música “Olhos Coloridos (Sarará Crioulo)”, sua obra eterna, considerada o “hino do orgulho negro”.
Já é possível ouvir a novidade nas principais plataformas de música.
Em 1982, quando ecoou em todos os lares brasileiros uma voz potente e linda que cantava a dor de um humilde brasileiro, um negro CARIOCA, oriundo da Cruzada São Sebastião, comunidade da zona sul do Rio de Janeiro, o mundo parou para ouvir e a autoestima do negro chegou às alturas.
Essa voz era de Sandra Sá e esse compositor, o negro CARIOCA, era Macau.
E agora, em 2022, 40 anos depois, os dois se juntam para comemorar os 40 anos de “Olhos Coloridos” e vão fazer soar novamente, por todos os cantos do Brasil, novas composições desse mestre de “Olhos Coloridos”.
No repertório desse novo trabalho, o EP “CARIOCA”, o cantor e compositor Macau conta com as participações especiais dos artistas Serjão Loroza – na faixa “Papo de Doidão”, Valéria Custódio – em “Ondas de Amor” e Marquinho OSócio e Banda Eletronaipe – na faixa Xeque-Mate.
O músico, baixista renomado da black-music brasileira Jamil Joanes, trouxe sua contribuição inconfundível para a música “Saudade”, de autoria de Macau e Sandra Sá.
Na faixa “Diz que fui por aí”, de Zé Ketti e Hortêncio Rocha, a única música não autoral que Macau e Sandra de Sá escolheram para compor o trabalho, pode ser identificado o lindo arranjo de Paulão 7 Cordas.
E claro, só faltava ela, Sandra Sá, que na direção musical do EP, segue olhando tudo e, como num passe de mágica, com talento e competência, transformou e deu vida ao terceiro trabalho solo de Macau.
“Todas as músicas nesse meu novo trabalho representam diversas fases da minha vida. A história que torna “Olhos Coloridos (Sarará Crioulo)” tão essencial, ainda nos dias de hoje, pode ser revivida em “Armadilhas da Vida”, música que compus com o meu amigo Cézar Reis, que, infelizmente, nos deixou antes de ver sua música ecoar por ai; em “Xeque-Mate”, “Papo de Doidão” e “Saudade”, pérolas da minha parceria com Sandra Sá; em “Ondas de Amor” onde mostro um pouco do meu lado blues romântico e em “Diz que fui por aí”, um clássico do samba brasileiro do ícone negro Ze Ketti, onde eu me atrevi a colocar o violão e a minha voz”, explica Macau.
Questionado sobre os avanços conquistados, sobre como vê a atualidade da música há exatos 40 anos, Macau faz uma análise da questão racial nesses anos: “Quando olho para trás vejo que tivemos muitas conquistas mesmo: eu, um negro retinto, andava com medo nas ruas, nos abordavam e nos levavam presos, se estivessem de mau humor, tinham nojo da gente, raspavam o nosso cabelo. As informações não circulavam livremente, sempre ouvíamos coisas sobre “o nosso lugar”. Nas calçadas, a preferência era dos brancos, não nos olhávamos nos olhos, só nos sentíamos mais livres quando fechados nos nossos “guetos”, no convívio com os nossos iguais. Não existiam leis para nós negros, não éramos tratados como gente. Na época da ditadura, depois do golpe de 64, as repressões aumentaram muito, o poder oficial aproveitou e aumentou as “duras” contra nós negros, se sentiram autorizados a fazer tudo, sem medo. Mas tudo isso é muito triste, tudo o que passei e que, uma pena, ainda vejo se repetir; mas tenho esperança porque me sinto representado por essa juventude negra que esta aí mudando os rumos das coisas, “quebrando tudo”,”chutando o pau da barraca”. A juventude branca esta repensando e fazendo suas reflexões, revendo conceitos interiores e ajudando na mudança do país”, finaliza.
Músicas do EP:
1. Ondas de Amor (Macau)
2. Papo de Doidão (Macau-Sandra Sá)
3. Diz Que Fui Por Aí (Zé Ketti-Hortêncio Rocha)
4. Xeque-Mate (Macau-Sandra Sá)
5. Saudade (Macau-Sandra Sá)
6. Armadilhas da Vida (Macau-Cézar Reis)
Ficha Técnica:
Sandra Sá – Produção e Direção Musical
Moara Menezes – Produção Executiva
Pedro Kaufman – Designer Gráfico
Wallace Fernandes – Web-Designer
Gui Ribeiro – Fotógrafo
Kayke Girotto – Captação de Imagens de Vídeo
Cezar Delano – Masterização, Mixagem e Gravação
Fernando Santana – Gravação Voz “Ondas de Amor”
Gilce Miranda (in memorian) – Arranjos de vocais
Paulao 7 cordas – Arranjo “Diz que fui por ai”.
Gravado nos Estúdios da Editora Warner Chappell com o apoio de Décio Cruz
Produtores Fonográficos – The Sá Musica e Moara Produções Artísticas
Os músicos:
Macau – violão de nylon
Rickson Breda – teclado
Flávio Santos – bateria
Wellington Magalhães – baixo
Cristiano Emmerik – guitarra
Ricardo Brazil – percussão
Gilce Miranda – vocal
Marcus Vinicius Rosa – vocal
Cosme Motta – vocal
Nayna Duarte – Vocal
Jamil Joanes – baixo “Saudade”
Ozeas Miranda – baixo “Ondas de Amor”
Nicolas Krassik – violino “Ondas de Amor”
Liandro Goes – sax tenor “Papo de Doidão” e flauta “Diz que fui por aí”
Roberto Migans – Cavaquinho “Diz que fui por ai”
Walace Martins Dias – violão de 7 cordas “Diz que fui por aí”
Bebeto Sorriso – percussão “Diz que fui por aí”
Alex Ribeiro – participação especial percussão “Diz que fui por aí”
Moises Alves – sax tenor “Xeque Mate”
Rafael Silva – trompete “Xeque Mate”
Wellington Silva – trompete “Xeque Mate”
Eduardo Motta – trombone “Xeque Mate”
Thaizinho Costa – baixo “Xeque Mate”
Ticão – guitarra “Xeque Mate”
Felipe Martins – bateria “Xeque Mate”
Luiz Otavio Paixão – teclado “Xeque Mate”