Apostando em produções artesanais e diversidade religiosa:
uma viagem cultural por estados e países através da gastronomia,
artesanato, folclore e tradições.
Mas esse ano, a Feira da Providência recebeu ineditamente outros grupos religiosos compondo sua grade de atrações. E ontem, em total clima de diversidade e diálogo inter-religiosos contou com representantes de vários segmentos, como Maria das Graças Nascimento (MIR-Movimento Inter-religioso do RJ), Xamanismo, Grupo Wiccano, Conselho Espírita do Estado do RJ, Fé Bahá’í, Movimento Negro Evangélico RJ e pela Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, Umbandista, MIRUA, entre outros lideranças.
A praça central, denominada, Praça do Povo, foi o palco para a diversidade, onde judeus, Hare Krishna, evangélicos, adeptos das religiões de matrizes africanas, ciganos e outros mostraram sua arte, refletindo o espírito de brasilidade e de internacionalidade, dançaram, cantaram e acima de tudo confraternizaram. O evento contou com apresentações de dança com os bailarinos Fernando Davidovich e Aloa Machado – Da Cia Judaica de Dança Phoenix, canto e performance Hare Krishna, Grupo Respeitem Meu Canto, União Cigana do Brasil – com as dançarinas Edith Amara Rodrigues da Silva e Hortência Rodrigues da Silva, além da apresentação Grupo Ás de Ouro, Orquestra de Atabaques e outros.
Orquestrado pelo Prof. Dr. Babalawô Ivanir dos Santos – Interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa – CCIR, a fim de propiciar ações concretas em prol da promoção da tolerância religiosa, do respeito e do diálogo inter-religioso, em parceria com CEAP, vem realizando, desde o ano de 2008, a “Caminhada em Defesas da Liberdade Religiosa”, que tem como cenário anual de realização a Orla de Copacabana, e o “Cantando a gente se entende” – Show inter-religioso de caráter itinerante.
Durante a ocupação na Feira da Providência, a CCIR realizou uma caminhada simbólica, em um formato reduzido, em prol da tolerância, um dos pontos altos no 1º dia de evento.
“A realização da “Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa” e do “Cantando a gente se entende”, é sem sombras de dúvidas, uma quebra de paradigmas! Pois além de propor evidenciar a relevância do diálogo da tolerância, lança para o futuro a possibilidade de construções e viabilização de ações concretas em prol da tolerância e do respeito”, pontuou o sacerdote Ivanir dos Santos.
Na grade cultural, o músico Marquinhos de Oswaldo Cruz deu uma canja no “ônibus palco” da FM O Dia, na apresentação do grupo Revelação, a integração agradou em cheio, Marquinhos contou os clássicos “Meu Lugar” e “Rapadura é Doce”. E o grupo Revelação dando um show.
“Um honra está na feira, quando recebi o convite do babalawô, imediatamente aceitei”, declarou Marquinhos de Oswaldo Cruz.
Culminando com o show cultural inter-religioso “Cantando a gente se entende”, ao lado do “bus palco”, onde um outro palco recebeu mais atrações: a cantora católica Zezé Luz, acompanhada no violão por Alexandre Augusto, mandou ver com “Romaria” e “Meu Prazer é Adorar a Cristo”. O Grupo Awurê entrou em seguida, arrasou com cânticos afros e autorais. O cantor gospel Kleber Lucas, em ritmo frenético com shows pelo Brasil (chegou na madrugada de ontem do Amazonas, aportou na feira e já partiria no dia seguinte para o Acre, na sequência teria agenda em Manaus), entrou no palco, atacou com os clássicos “Aos pés da cruz” e “Deus cuida de mim”, entre outras. Interessante a quantidade de pessoas que estavam trabalhando na feira e visitantes que pararam para gravar dos seus celulares a atuação do pastor gospel, alguns até se emocionaram.
A balconista Andréia Silva, que trabalhava na ala de gastronomia, estava eufórica ao ver de perto o Kleber Lucas: “Um sonho ver, que voz linda, amei ver de perto. Vi um monte de gente cantando, nunca vou esquecer”, declarou emocionada a jovem de 24 anos.
“Essa construção é linda, costumo dizer que quando o Prof. Ivanir me convida, eu entendo que sou convocado, estamos aqui para ouvir e ser ouvidos, respeitar e ser respeitado, foi um prazer participar dessa atividade, não é nenhum esforço, é uma obrigação”, disse Kleber Lucas.
A feira conta com 300 expositores, entre eles um stand da CCIR, bem distribuídos nos 20 mil metros quadrados. O Pavilhão foi dividido em setores: Brasil e Mundo. E cada setor ganhou subdivisões (Sudeste, Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte) e os continentes (Europa, Ásia, África e América). Com cada um valorizando a riqueza cultural, as tradições, os costumes, as matérias-primas e os produtos típicos destas representações geográficas e origens. A proposta é ser uma janela para o mundo. E cumpriu bem o seu papel, decor bacana, gastronomia, lojas atrativas e uma variedade de produtos. Uma feira de cara nova, evento multicultural, repaginado e repleto de atrações e novidades.