Dizer que o Dida preparou algo especial na semana da consciência negra, pode parecer redundante. Afinal, é uma referência carioca no quesito africanidade.
A chef comanda o bar que leva seu nome: Dida Bar & Restaurante – Aberto em Dezembro de 2015, na Praça da Bandeira (em outro número, mas na mesma rua – O Casarão fica na Rua Barão de Iguatemi, 379), logo se reporta à tradição e ao sabor. Hoje, a casa é reconhecida como reduto da comunidade negra no Rio de Janeiro, não é à toa que já até recebeu a ativista Angela Davis.
A sexta do dia 20 de novembro, data marcada pelo Dia da Consciência Negra, uma homenagem a Zumbi dos Palmares. A chef não só criou agenda especial para o feriado, mas estendeu o tributo para o sábado e domingo, e caprichou com os quitutes.
“O dia 20 de novembro sempre foi um dia de muita reflexão para nós, além de ser um dia de luta pela valorização de nossa memória, é o dia que celebramos a resistência dela. Olhar para o futuro com a certeza de que nosso esforço não será em vão”, atesta Dida.
Na sexta do dia 20, Dida abriu os festejos prestando homenagem para dois Quilombos. Preparando o “Cantão”, a base de carne seca e com purê de banana, do Quilombo Conceição do Imbé de Campos Goytacazes. E “Canjiquinhas com Carne Ralada” – Do Quilombo Cambucá, também de Campos.
No sábado, dia 21, o Dida Bar recebeu pela 1ª vez o Quilombo do Grotão, e sua famosa feijoada. Sob o comando do mestre Renatão do Quilombo, como é conhecido. O Quilombo do Grotão fica localizado no bairro do Engenho do Mato, em Niterói, e há mais de 70 anos se mantém firme como uma comunidade referência em cultivar uma maneira de viver baseada em valores africanos.
“Era um desejo nosso que no final de semana dedicado a Zumbi tivéssemos um dia de construção conjunta com alguma iniciativa semelhante. E conseguimos”, completa Dida.
A feijoada contou com a participação do DJ angolano Joss Dee. Joss é também produtor musical, atualmente reside no Brasil, e arrasou no comando do som, que trouxe a afrofunk, passeou pela cabo-verdiana Cesária Évora ao brasileiro Belchior, entre outros.
No domingo, dia 22, a celebração foi dedicada à ancestralidade tijucana. Alusivos as Folias de Reis dos Morros da Formiga e do Turano; As Escolas de Samba Império da Tijuca (Formiga), Unidos da Tijuca (Borel) e Salgueiro. A Tijuca de Almir Guineto, Tim Maia, Jorge Ben e outros.
Na ala das comidinhas, ficou por conta da Feijoada das Tias do Salgueiro, uma reverência à ancestralidade matriarcal e também de toda população carioca.
Dida, que está em uma casa maior, bombou com a programação. A casa segue todas as normas de segurança diante da covid-19, com álcool em gel, equipe com máscaras, distanciamento entre as mesas e funcionando área aberta.
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