Em série de programas comemorativos dos 60 anos da TV Globo, artista relembra musical do “Secos & Molhados”, no ‘Fantástico’
Pedro Bial recebe Ney Matogrosso no ‘Conversa com Bial’ desta quinta-feira (24), no GNT e na TV Globo. A entrevista faz parte de uma série que celebra os 60 anos da TV Globo, no ar durante toda essa semana. Com décadas de carreira, Matogrosso é o artista vivo com mais temas em novelas e parte do musical clássico com a banda “Secos & Molhados”, exibido pelo ‘Fantástico’. O bate-papo conta ainda com uma apresentação musical de “Como 2 e 2” e participação de Jesuíta Barbosa, que protagoniza o filme “Homem com H”, biografia de Ney Matogrosso que chega aos cinemas em maio.
Com referências do teatro, o cantor reflete sobre o seu estilo de interpretação musical: “Ninguém tinha cantado e vestido do jeito que eu me vestia. Ninguém tinha cantando com o rosto escondido como eu. Acho que muita coisa foi atiçando o povo“. O artista relembra também a projeção que o Secos & Molhados ganhou depois da exibição do musical na década de 70: “Foi assim, o programa passou no Fantástico e ali começou, detonou. Nunca tinham visto aquilo”.
Somando sucessos interpretados pela voz marcante, ele é o artista vivo com mais músicas em abertura de novelas. Ao todo são oito, atrás apenas de Rita Lee com nove. Em ‘Vale Tudo’, Ney interpreta a música “Quase um Segundo”, escrita por Herbert Vianna, e gravada pelos Paralamas do Sucesso, Cazuza e Gal Costa. Ele conta como prepara a leitura de uma nova interpretação: “Se eu vou cantar uma música que essas pessoas cantaram, eu tenho que oferecer outra leitura. E a leitura, eu faço dentro de mim”. Sua primeira abertura, “Bandido Corazón”, foi feita para a novela “Despedida de Casado”, que acabou não estreando por ter sido censurada pela Ditadura Militar.Durante a conversa, Ney compartilha uma história marcante do período: “Eu tinha uma coisa que eu queria confrontar aquela história [da ditadura], eles próprios tinham problemas com a minha figura, vieram me dar uma dura um dia. Fomos chamados [junto com o grupo Secos e Molhados] para um jantar em São Paulo e disseram que não poderíamos cantar e dançar porque o que fazíamos parecia que éramos um grupo de homossexuais […], se eu parasse de fazer aquilo, não sabia fazer outra coisa […]”, conta.
O artista também relembra o uso da máscara no início da carreira: “Era para me poupar do desprazer de não andar na rua, porque diziam que artista não andava na rua […]. Depois do show no Maracanãzinho [com o Secos e Molhados, em 1974], estava na praia e ficava só ouvindo as pessoas falarem ao meu respeito”.
No segundo bloco, Jesuíta Barbosa, que interpreta Ney na cinebiografia “Homem com H”, comenta sobre como se identifica com o cantor em uma certa insubordinação a definições: “Eu percebo que tem algo muito genuíno na corporeidade desse homem desde sempre. E isso aparece no trabalho do Ney de uma forma muito clara, muito bonita de ver. E eu também sempre tive vontade de ser o que eu era, não colocar nenhuma amarra”.
‘Conversa com Bial’ vai ao ar de segunda a sexta-feira às 23h45 no GNT e após o ‘Jornal da Globo’ na TV Globo. O programa tem apresentação e redação final de Pedro Bial, direção de Fellipe Awi e Mairo Fischer e produção de Anelise Franco. A direção de gênero é de Mariano Boni.
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