
O bullying é um comportamento nocivo, com efeitos profundos na vida emocional, escolar e social de crianças e adolescentes. No Dia Nacional de Combate ao Bullying, celebrado em 7 de abril, é fundamental lembrar que essa violência também se manifesta nas redes, nos jogos online e em diversas outras plataformas digitais.
É por isso que o AfroGames — iniciativa do Grupo Cultural AfroReggae — trata o comportamento digital e a comunicação não violenta como dimensões centrais da formação de jovens em comunidades periféricas do Rio de Janeiro.
Entre as expressões mais cruéis e silenciosas do bullying está o cyberbullying: ataques, humilhações e ameaças feitas por meio da internet, com o objetivo de expor, silenciar ou excluir alguém. O agravante é que, nas redes, essa exposição pode ganhar proporções imensas, atingindo um número muito maior de pessoas em um curto espaço de tempo — e prolongando os efeitos da violência muito além do momento da agressão.
No AfroGames, o enfrentamento ao cyberbullying acontece de forma transversal, integrado ao cotidiano das atividades. Além da formação técnica em eSports, Desenvolvimento e Design de Jogos, os jovens participam de rodas de conversa, dinâmicas e vivências que trabalham o respeito às diferenças, a escuta e a construção de vínculos saudáveis nos espaços digitais e presenciais.
“Nós não estamos formando apenas desenvolvedores ou atletas de eSports. Estamos formando seres humanos mais conscientes, que compreendem o valor da empatia, do cuidado e do respeito. A violência simbólica, muitas vezes banalizada nas interações online, pode deixar marcas profundas — e é nosso papel intervir com acolhimento, diálogo e escuta qualificada”, afirma Karla Soares, diretora social do AfroReggae, assistente social e psicóloga.
Com acompanhamento técnico das equipes pedagógicas e sociais, o AfroGames cria um ambiente onde os jovens se sentem seguros para se expressar, experimentar e aprender. Os efeitos desse processo se refletem em diferentes dimensões da vida: no desempenho escolar, na convivência familiar, nas relações sociais e na forma como cada participante constrói sua autoestima e enxerga o outro.
Mais do que ensinar a jogar ou programar, o AfroGames promove a formação de jovens que pensam criticamente, se posicionam com responsabilidade e levam para além das telas os valores que constroem todos os dias.