Brasil ganha uma nova orquestra com proposta inovadora em sustentabilidade e foco na educação musical
Orquestra Filarmônica Catarinense (OFiC) realiza no próximo dia 26 de junho seu concerto inaugural no Teatro Ademir Rosa, em Florianópolis, com a regência do renomado maestro Roberto Minczuk
O Brasil passa a ter a oficialmente neste mês de junho uma nova orquestra com foco inovador voltado para a educação e ações de sustentabilidade. Trata-se da Orquestra Filarmônica Catarinense (OFiC), que faz seu concerto inaugural no próximo dia 26, às 20h, no Teatro Ademir Rosa, em Florianópolis.
“Lumina Ignis – Luz e Transformação” terá regência de um dos maiores maestros da atualidade, Roberto Minczuk, titular da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e Diretor Musical da New Mexico Philharmonic (EUA), com a participação especial da soprano brasileira Maria Carla Pino Cury e do tenor argentino Santiago Martinez. A orquestra tem o incentivo das empresas Agricopel, Celesc, Ciser, Havan, Grupo Novo Brasil e Imperatriz por meio do Programa de Incentivo à Cultura (PIC) do Governo de Santa Catarina e das empresas Ciser, Diamante, Engie, Multilog e Portobello, por meio da Lei Rouanet, e apoio da Fundação Galeto’s e Instituto Pedra Branca. O concerto inaugural busca ajudar as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul por meio de doações voluntárias de alimentos, roupas de inverno e produtos de higiene. A entrada é franca.
O concerto marca um momento de extrema relevância na cultura de Santa Catarina e do Brasil, simbolizando um compromisso renovado com a arte, a sustentabilidade e a inclusão social. A apresentação reúne obras-primas clássicas e contemporâneas de vários estilos musicais como o barroco, romântico e contemporâneo, incluindo a primeira execução de uma peça da compositora Elodie Bouny feita especialmente para a ocasião.
Um dos maiores destaques do concerto será a Sinfonia Nº 3 Em Mi Bemol Maior, Op. 55, “EROICA“, de Beethoven, considerada até hoje um marco na história da música ocidental. O programa também apresenta peças de compositores como Edino Krieger, Jacques Offenbach, Christoph Willibald Gluck, Georg Händel e Elodie Bouny.
Além da celebração musical, o evento irá promover uma interação entre música, luz e imagem. A apresentação também presta uma homenagem aos 200 anos da imigração alemã no Brasil e aos 195 anos em Santa Catarina, o que se reflete na escolha dos compositores alemães ou de origem alemã (caso de Edino Krieger), no programa.
“A Orquestra Filarmônica Catarinense surge com uma proposta inovadora para promover a música de concerto, continuamente integrando ações educativas e sociais, inovação tecnológica e conscientização ambiental. Além do repertório sinfônico tradicional, valorizamos a prática de música de câmara, diversificando os programas musicais e promovendo o desenvolvimento amplo dos músicos”, afirma Pablo Rossi, Diretor Artístico da OFiC.
SOBRE O CONCERTO INAUGURAL “LUMINA IGNIS – LUZ E TRANSFORMAÇÃO”:
A apresentação que marca o nascimento da Orquestra Filarmônica Catarinense (OFiC) baseia-se em três conceitos fundamentais: a conscientização ambiental através do ineditismo da música contemporânea; a releitura de um ícone do repertório sinfônico, a 3ª Sinfonia de Beethoven, que simboliza a libertação criativa e a superação individual, rompendo com os limites estéticos tradicionais para buscar novos caminhos de desenvolvimento para nossa sociedade; e a importância da cultura musical alemã para a história da música ocidental, desde o período barroco até os dias atuais.
Para contemplar o seu primeiro pilar, a OFiC encomendou uma obra inédita da compositora francesa de renome internacional, Elodie Bouny, reforçando seu compromisso com a conscientização e o desenvolvimento do pensamento crítico do público, especialmente em relação à temática ambiental e sua conexão com a música de concerto. Desde o princípio da cultura musical ocidental, a natureza tem sido uma inspiração poética e um tema central na expressão da alma humana e na forma como o indivíduo se comunica com o mundo ao seu redor. Na música brasileira, compositores como Villa-Lobos construíram uma identidade artística intrinsecamente ligada a essa temática, tornando-se a voz da natureza.
Buscando continuar esse diálogo profundo entre a música e a questão ambiental no contexto do século XXI, a OFiC está desenvolvendo o conceito de “Music of Climate Change” (“Música da Mudança Climática”), criado nos EUA. Através da encomenda de obras inéditas a compositores contemporâneos, será promovida uma discussão artística sobre a questão ambiental e climática atual, bem como o papel das artes na difusão dessa mensagem importante. As recentes catástrofes ambientais, como as enchentes no Rio Grande do Sul, chamam cada vez mais a atenção para os desafios trazidos pela tecnologia e urbanização: tempestades, secas, furacões e queimadas se tornaram comuns no campo e nas cidades do Brasil e do mundo. Em defesa da biodiversidade e do patrimônio socioambiental brasileiro, a obra “Ignis II” é uma homenagem à Floresta Amazônica e um alerta sobre sua deterioração.
A 3ª Sinfonia de Beethoven, também conhecida como “Eroica“, realiza uma jornada pelas origens do ser humano e tenta descrever e ilustrar musicalmente a caminhada do herói, revelando o processo de transmutação do indivíduo. Inicialmente dedicada a Napoleão Bonaparte, como um dos idealizadores da Revolução Francesa — dedicatória posteriormente apagada por Beethoven devido à autocoroação de Napoleão como Imperador —, a obra é composta por quatro movimentos que representam as etapas de vida do herói: nascimento, morte, renascimento e vitória espiritual, culminando em um clímax que expõe a conquista do sublime. Esse conceito transcende a ambição dos homens e representa a potencialidade criativa de realizar o bem, perseguir a justiça e alcançar o sublime.
Composta entre 1803 e 1804, a obra rompeu fronteiras no gênero sinfônico, superando todos os modelos tradicionais da época, seja na magnitude de sua construção musical (duração sem precedentes), experimentação harmônica, densidade emocional e filosófica. Além disso, críticos consideram a peça um marco na transição entre a era Clássica e Romântica da música ocidental, sendo por muitos cunhada como a primeira composição do romantismo, revelando uma nova e poderosa expressividade da criação humana.
O Concerto Inaugural “Lumina Ignis – Luz e Transformação” também faz homenagem ao bicentenário da imigração alemã no Brasil e aos 195 anos em Santa Catarina. Com importantes contribuições nas áreas de urbanismo, economia, gastronomia e cultura, a colônia europeia foi fundamental para sintetizar a diversidade de costumes e tradições no estado e alavancar a diversidade brasileira na América Latina, constituindo parte da identidade dos catarinenses. A tradição dos colonos, juntamente com o espírito cosmopolita de Santa Catarina, torna a OFiC uma orquestra cidadã do mundo: aberta às demandas dos novos tempos e atenta às suas raízes em Palhoça, cidade que sedia a orquestra.
Sobre a Orquestra Filarmônica Catarinense (OFiC)
Acreditamos que somar é a solução mais inteligente para criar um futuro melhor. Pensando nisso, a OFiC está criando ações que serão capazes de incentivar mais Inclusão e Sustentabilidade, usando a Música e as Artes como ferramentas para isso.
A Orquestra Filarmônica Catarinense (OFiC) nasce com uma proposta revolucionária para disseminar a música de concerto integrando continuamente ações educativas, sociais e conscientização ecológica. Além do repertório sinfônico clássico, a OFiC valoriza a prática de música de câmara, com programas musicais diversificados e promove o desenvolvimento abrangente dos músicos.
Inovamos no formato de nossos programas musicais temáticos, envolvendo nossa plateia e convidando os ouvintes a participarem no processo de performance, seguindo o conceito “musicking”.
Além disso, valorizamos a formação artística individual dos músicos, oferecendo projetos que incluem oficinas musicais, apresentações solo e em grupos menores, proporcionando um ambiente que incentiva o crescimento artístico