Tá todo mundo tentando traz crônicas sobre a vida em grandes metrópoles
A escritora Gaía Passarelli mistura ficção e não-ficção em reflexões sobre a vida urbana
Temas comuns presentes nas grandes metrópoles inspiraram o mais novo livro de crônicas da Editora Nacional. Escrito pela jornalista Gaía Passarelli, Tá todo mundo tentando traz um olhar reflexivo sobre registros cotidianos, memórias e vida urbana.
A obra, que tem ilustrações do artista de quadrinhos Tiago Lacerda, conhecido como El Cerdo, é dividida em três seções, cada uma encerrada com um conto inédito, marcando a jornada de Gaía do jornalismo rumo à escrita ficcional.
A primeira parte, Tá todo mundo tentando, apresenta crônicas em seu mais conhecido, narrando experiências pessoais que podem ser profundas ou banais, como o uso do batom vermelho. “Batom vermelho não tem necessariamente a ver com querer seduzir. É fácil confundir uma boca vermelha com uma boca disponível. Mas me pintar por escolha própria, dentro de casa, é algo como dizer que estou aqui para mim mesma. Não é possível, acho, falar sobre como escolhemos aparecer sem mencionar machismo. Nós que habitamos corpos femininos somos particularmente propensas à expectativa de agradar, seja com sorrisos gentis, seja com o visual pensado para a satisfação do olhar do outro”, destaca a escritora em um trecho do livro que fala também sobre liberdade de envelhecer e aceitação.
A segunda parte, Todo Mundo, conversa com a literatura de viagem pelo qual a autora é mais conhecida — Gaía atuou como jornalista de viagem por alguns anos e fez de suas viagens solo pelo mundo o tema de primeiro livro, “Mas Você Vai Sozinha” (Editora Globo, 2016, atualmente fora de catálogo). O segmento traz histórias reais passadas na índia e Argentina, e termina com um conto ficcional que homenageia a jornalista e escritora Martha Gellhorn (1908-1998), que Gaía cita como uma de suas maiores referências.
A terceira parte, batizada 011, faz referência ao código de área da capital paulista. Gaía, que nasceu e vive em São Paulo, reflete sobre as dificuldades e a beleza de habitar uma das maiores cidades do mundo. “É impossível olhar pra essa São Paulo e dizer: ‘Ah, que linda’ — não dá. É preciso não romantizar essa cidade. Parar de fingir que o horror cotidiano de São Paulo é menos importante que os modernistas de 1922, que os heróis da revolução perdida de 1932, que o Obelisco do Ibirapuera, que a arquitetura de Higienópolis, que a imponência da Catedral da Sé, que a riqueza cultural do Bixiga, que a originalidade da vanguarda paulistana, que a beleza dos edifícios do Ramos de Azevedo, que a eletricidade das juventudes periféricas. O horrível e belo, o miserável e rico, a fome e fartura convivem na mesma calçada”.
Editora e autora lançam o livro Tá todo mundo tentando no próximo 11 de junho, às 19h, na Livraria Megafauna. O evento contará com bate-papo conduzido pela jornalista e apresentadora Renata Simões. A obra já está disponível na pré-venda no site da Amazon. A versão impressa está com valor promocional de R$ 59,42 e no Kindle por R$ 41,90.
Sobre a autora: Gaía Passarelli é escritora, editora e criadora da newsletter Tá todo mundo tentando na plataforma Substack. Em sua carreira, trabalhou na MTV Brasil, BuzzFeed Brasil e colaborou em jornais e revistas como Folha de S. Paulo, Elle, Marie Claire e Viagem & Turismo. É autora de “Mas você vai sozinha?”, publicado pela Globo Livros, em 2016.
Sobre a Editora: A Companhia Editora Nacional foi fundada em 1925 por Monteiro Lobato e Octalles Marcondes. O criador do icônico “Sítio do Pica Pau Amarelo”, além de autor, também foi editor e tradutor, além de responsável por diversas inovações na indústria do livro – desde a importação de novas tecnologias de impressão até uma revolução nas dinâmicas de distribuição.
Depois de 50 anos de um grande trabalho, a Companhia Editora Nacional foi adquirida pelo Grupo IBEP, que se transformou em uma das maiores companhias brasileiras do mercado do livro. 2020 foi o ano que marcou uma grande mudança na editora, que compreende uma reflexão sobre a nossa marca e a redefinição das nossas propostas de valor.