Porto Príncipe, primeiro longa-metragem da diretora premiada Maria Emília de Azevedo, estreia nos cinemas brasileiros dia 13 de junho
Filme conta a história de Bastide, um imigrante haitiano que chega a Santa Catarina onde conhece Bertha com quem desenvolve uma amizade inusitada; distribuição é da O2 Play
O drama Porto Príncipe, longa-metragem de estreia de Maria Emília de Azevedo, já tem data de lançamento. Através da amizade inusitada entre Bertha e Bastide, o filme mostra como a força do encontro entre duas pessoas com histórias tão distintas consegue prevalecer sobre o racismo e a xenofobia presentes na sociedade. Distribuída pela O2 Play, a produção da Dois Plátanos em parceria com a Cafeína Produções chega aos cinemas brasileiros em 13 de junho.
Porto Príncipe nos apresenta Bertha, interpretada por Selma Egrei, uma mulher viúva residente de uma chácara isolada na serra catarinense, que começa a enfrentar dificuldades para manter a propriedade funcionando. Ela vive pressionada pelo filho, Henrique, que deseja que a mãe vá morar com ele em um bairro abastado de Florianópolis. Mas, ao saber da vinda de imigrantes refugiados vindos do Haiti a Santa Catarina, Bertha decide levar o haitiano Bastide – representado pelo ator haitiano Diderot Senat – para trabalhar e morar com ela.
Ao mesmo tempo em que o convívio transforma a relação de trabalho entre Bertha e Bastide em uma amizade sincera entre duas pessoas de culturas diferentes, que compartilham ideias e sentimentos em comum, a chegada do haitiano alimenta a hostilidade de Henrique, que fará o possível para afastar os dois.
O filme aborda questões latentes como etarismo, racismo e xenofobia em suas diferentes formas na sociedade brasileira. Seja através de olhares, diálogos, ou ações, o longa-metragem apresenta um incômodo silencioso que provoca o público, levando a uma reflexão sobre a realidade dos imigrantes negros no país. A ficção de Maria Emília mostra o preconceito velado, sentido diariamente por pessoas negras, principalmente em regiões onde facções nazi-fascistas aumentam a cada ano.
“Porto Príncipe busca a provocação emblemática na micro e macro narrativa, nos contextos políticos brasileiros e de outros países. Bastide é simbólico. O homem que não será aceito fora de sua terra e que em sua terra não consegue mais viver”, explica a diretora Maria Emília de Azevedo.
Porto Príncipe passou por diversos festivais de cinema incluindo 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, 18th Trinidad+Tobago Film Festival, 22nd New York Latino Film Festival, 27º Florianópolis Audiovisual Mercosul, 12th Africa International Film Festival – AFRIFF, 32nd Annual Pan African Film Festival, 15º FESTin – Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa, 26ès Rencontres du cinéma sud-américain de Marseille e 30º Festival de Cinema de Vitória.
Na passagem pelo 27º Cine Pernambuco, o longa recebeu os prêmios de Melhor Filme e Melhor Ator para Diderot Senat. Já no Botogá International Film Festival, além do prêmio de melhor filme, Maria Emília Azevedo, estreando como diretora de longa, levou o prêmio de melhor direção.
“Interpretar esse personagem foi algo inexplicável. Primeiro porque desde criança eu assistia a filmes, participava de peças de teatro da minha igreja, mas nunca esperava me ver nas telas. Na minha cabeça, isso era algo gigante demais para mim, mas hoje estou percebendo que realmente tudo é possível. Ganhar um prêmio de melhor ator é uma loucura, pois, na minha infância, os exemplos de atores que eu tinha no Haiti eram todos norte-americanos. Esse prêmio é uma esperança para toda uma geração. Estou ansioso para que todas pessoas da minha cidade me vejam na tela, porque elas vão ver que podem sonhar sim, e que é possível, não importa de onde você venha”, relata o ator Diderot Senat.
Sobre a diretora
Maria Emília de Azevedo é roteirista, produtora executiva, e diretora. Dirigiu os curtas “Alva Paixão” (1995), “Roda dos Expostos” (2001), “Um Tiro na Asa”, “Mulher Azul” (2010), entre outros. É produtora executiva de diversos filmes, entre eles o curta-metragem de animação stop-motion “Almofada de Penas”. Porto Príncipe é sua estreia na direção de longas-metragens e já rendeu o prêmio de Melhor Direção para Maria Emília.
Ficha Técnica
Direção: Maria Emília de Azevedo
Roteiro: Marcelo Esteves
Produtor: PH Souza
Elenco: Selma Egrei, Diderot Senat, Léo Franco, Monica Siedler e Wasmith Destin
Direção de Fotografia: Marx Vamerlatti
Técnico de Som Direto: Toninho Muricy
Diretor Assistente: Ricardo Weschenfelder
Direção de Arte: Liliane Motta
Figurino e Maquiagem: Adriana Bernardes
Montagem: Natara Ney
Edição de Som e Mixagem: Bernardo Uzeda
Trilha Sonora Original: Antônio Villeroy
Direção de Produção: Simone Bastos
Produtora: Dois Plátanos
Coprodução: Cafeína Produções
Distribuidora: O2 Play
Duração: 90 min
Sobre a produtora Dois Plátanos
A DOIS PLÁTANOS PRODUÇÕES CINEMATOGRÁFICAS foi criada em 2010 com o intuito de realizar projetos de relevância cultural, nas áreas de ficção e não ficção, em Santa Catarina. A produtora tem como sócios legais a diretora Maria Emília de Azevedo e o roteirista Marcelo Esteves, que desde 2002 desenvolvem projetos em parceria. Em 2014, a produtora foi contemplada no Itaú Cultural/RUMOS para realizar a animação Almofada de Penas. Em 2016, a Dois Plátanos produziu e realizou, em Florianópolis, a Mostra de Cinema Raoul Peck: um cineasta do Haiti. Em 2017, a produtora foi contemplada no edital PRODECINE 1 – BRDE/ANCINE para realização do longa Porto Príncipe. Em 2023, o roteiro de longa-metragem Estamos Bem, de autoria dos sócios da produtora, foi semifinalista do Prêmio Cabíria 2022, foi selecionado para o BRLab SC, para o Concurso de Roteiros do Festival de Cine Latino-Americano (Cuba) e para o Brasil CineMundi 2023, na categoria Paradiso Multiplica. Atualmente, os sócios participam, na produtora Contraponto (SC), da realização do longa Um Lugar para Viver – roteiro de Marcelo Esteves e direção de Maria Emília de Azevedo –, projeto contemplado no Prêmio de Cinema Catarinense. Em 2025, a Dois Plátanos realizará o curta-metragem com temática LGBTQIA + Agora Pouso Minha Mão Sobre Você, projeto contemplado no Prêmio Catarinense de Cinema 2023 – roteiro de Marcelo Esteves, direção de Thomas Dadam e produção de Maria Emília de Azevedo.
Sobre a Cafeína Produções
A Cafeína Produções, fundada em 2006, cria e produz conteúdos originais brasileiros para cinema, tv, exposições, livros e mostras. Em 2020, recebeu o Emmy Internacional na categoria Arte pela documentário “Ressaca” (2019), também laureado como melhor direção e filme no 21º Festival do Rio. Coprodutora do longa-metragem documentário “Cacaso Na Corda Bamba” , direção José J Salles e PH Souza, (2016),seleção Oficial do Festival É Tudo Verdade 2016, e Melhor Longa-Metragem no 15º Recine. Inspirada por parcerias, a Cafeína levou a obra do mestre Ziraldo as telas ao coproduzir a série em motion comics “A Turma Do Pererê”, com direção de PH Souza, lançada em 2018 pela TV Brasil e coproduzir o documentário longa-metragem “A Turma do Pererê.Doc, selecionado para o Festival do Rio 2018, licenciado de forma exclusiva ao Disney + e lançado em circuito comercial pela O2 Play, parceria de distribuição que também abraçou as obras ‘O Que Resta, de Fernanda Teixeira, e Ciclo, longa do diretor IAN SBF, com passagens pela Mostra Internacional de SP e Festival do Rio ambos 2022, todas, coproduções que se somam a série documental “Nei Lopes no Fundo do Rio”, exibida pelo Music Box Brazil, em parceria com a Caipora e Porto Príncipe, ambos estreando em 2024.
Sobre a distribuidora O2 Play
A O2 Play é dirigida por Igor Kupstas sob a tutela de Paulo Morelli, sócio da O2 Filmes. A distribuidora faz parte do grupo O2, que também tem como sócios o cineasta Fernando Meirelles e a produtora Andrea Barata Ribeiro.
Em atividade desde 2013, a O2 Play se diferencia das demais distribuidoras por trabalhar, além do cinema, TV e vendas internacionais, o VOD (Video on Demand) – licenciando conteúdo para além de 30 plataformas digitais.
Já foram mais de 80 filmes lançados em cinemas, entre títulos brasileiros premiados, como Sócrates e Chorão – Marginal Alado, e internacionais, em parceria com a Netflix, como O Irlandês, Dois Papas, Não Olhe Para Cima, Bardo e Pinóquio por Guillermo Del Toro – estes dois últimos indicados ao Oscar® 2023.
A lista de longas ainda inclui parcerias com a MUBI: Annette, que abriu o Festival de Cannes 2021 e conquistou o Prêmio de Melhor Direção, Crimes of the Future, que estreou no Festival de Cannes 2022, o vencedor do Oscar® 2022 de Melhor Filme Internacional Drive My Car, o vencedor do Prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes 2022 Holy Spider, o indicado ao Oscar® 2023 de Melhor Ator Aftersun e o indicado ao Oscar® 2023 de Melhor Filme Internacional Close.
Mais informações no site da O2 Play.