Drama francês ‘Disfarce Divino’ narra escândalo sobre gênero de padre
INSPIRADO EM LIVRO, PRODUÇÃO DIRIGIDA POR VIRGINIE SAUVEUR CHEGA AOS CINEMAS EM 30 DE MAIO, FERIADO DE CORPUS CHRISTI, E ACOMPANHA CHANCELER DE UMA DIOCESE LIDANDO COM SEGREDO QUE DESAFIA A IGREJA CATÓLICA
Trailer: aqui
A vida de Charlotte, chanceler encarregada de uma diocese, não será mais a mesma após se deparar com a morte do padre Foucher. Membro antigo e considerado na comunidade, o afetuoso pároco guardava um segredo que só agora vem à tona: era na verdade uma mulher. Filme de estreia na direção de Virginie Sauveur, “Disfarce Divino” chega aos cinemas em 30 de maio com distribuição da Bonfilm, após ter sido exibido no Festival Varilux de Cinema Francês 2023.
Adaptação do livro “Des femmes en noir”, de Anne-Isabelle Lacassagne, o longa-metragem – assim como no texto original – acompanha Charlotte em busca da verdadeira história de Pascal Foucher. Interpretada por um dos ícones do cinema francês, Karin Viard tem 38 anos de carreira e já foi premiada com o César de Melhor Atriz/2000 por “Haut les coeurs!” e de Melhor Atriz Coadjuvante/2023 por “Beije Quem Você Quiser” e por Inocência Roubada/2019.
No filme, ela age de forma contrária a decisão de seu superior Monseigneur Mevel, interpretado pelo veterano François Berléand (A Última Dança/A Boa Esposa/Carga Explosiva3), e inicia uma investigação minuciosa para descobrir o passado do padre e acaba tendo que lidar com memórias há muito esquecidas. Cuidadoso e eletrizante, o longa-metragem aborda e questiona a objeção da igreja católica ao impedir o sacerdócio de mulheres.
“Se o Vaticano souber que o Seminário está infiltrado por mulheres será o apocalipse, observa Mevel.
“A igreja precisa evoluir ou vai morrer. (…) Há mulheres rabinas, pastoras, imames..- questiona Charlotte.
A diretora Virginie Sauveur conduz a delicada história de forma humana e faz com que acontecimentos que se desdobram na trama sejam importantes na resolução do problema inicial. “As mulheres no Ocidente, mesmo que ainda haja progressos a fazer, podem exercer hoje todas as profissões, com exceção do sacerdócio, que permanece o último bastião. […] Contar esta transgressão era contar a história de uma heroína que ignorava esta proibição para viver plenamente o seu chamado”, explica Sauveur.
O tema, inclusive, ganhou destaque nos últimos meses devido a um pronunciamento feito pelo Papa Francisco na conferência “Mulheres na Igreja: Criadoras de Humanidade”. Na ocasião, o líder da igreja católica destacou a importante contribuição das mulheres leigas e religiosas e a necessidade de valorizar seu papel e investir em suas formações para diminuir as desigualdades e a discriminação.
“Disfarce Divino” é um filme intrigante e que levanta discussões relevantes não só sobre os segredos e tabus que formam a igreja, como também sobre o papel da mulher na sociedade atual.
“Tremenda empatia no papel de Chanceler, Karin Viard nos leva aos poucos a nos questionar sobre esses assuntos, libertando-se de caricaturas e tabus.” – Le Parisien
“O primeiro filme de cinema de Virginie Sauveur evoca com tato o tabu das mulheres sacerdotes na igreja. Karin Viard é incrível.” – Le Figaro
DISFARCE DIVINO / Magnificat
2023|Drama|1h38|Distribuição:Bonfilm|14 anos
Direção: Virginie Sauveur
Elenco: Karin Viard, François Berléand, Nicolas Cazalé
Sinopse: Quando um padre idoso falece, a chanceler encarregada da diocese, Charlotte, descobre que ele era uma mulher. Sem que ninguém suspeitasse, o padre estava praticando sua vocação por anos. Consternada, Charlotte decide iniciar uma investigação em meio a comunidade.
Sobre Virginie Sauveur, diretora: após três anos de estudos na ESRA, a diretora ingressou na K’ien Productions em 1998 como assistente de produção. A partir de 2001, passou a escrever roteiros, atraindo a atenção da ARTE, que lhe deu sua primeira chance para escrever e dirigir seu filme para TV, Alguns dias entre nós (2003), com Cyrille Thouvenin e Sara Forestier.
Em seguida escreveu e dirigiu Celle qui reste (2005), com Julie Depardieu e Julien Boisselier. Durante as filmagens, conheceu Martine Chevallier, integrante da Comédie Française, a quem convidou alguns anos depois para interpretar o papel principal no filme para TV The Tattooed Widow 1. Em 2009, após inicialmente se recusar a produzir Brothers (2011) para o canal de televisão France 2, que considerava muito distante de seu universo, Virginie Sauveur finalmente se lançou ao projeto contratando jovens atores. Em 2012, terminou de dirigir os episódios 7 a 10 da 4ª temporada de Engrenages (2005-2020) para o Canal+. Em 2014, uniu forças com Jan Vasak e Alexandre Charlet para criar a empresa Day For Night Productions 2.
LANÇAMENTOS BONFILM NO PRIMEIRO SEMESTRE 2024:
Além de “Disfarce Divino”, de Virginie Sauveur, a Bonfilm lançou os títulos “A Viagem de Ernesto e Celestine”, de Jean-Christophe Roger e Julien Chhengos, “O Livro da Discórdia”, de Baya Kasmi, e “Cinema é uma Droga Pesada“, de Cédric Kahn, “Maestro(s)”, de Bruno Chiche, em fevereiro, março, abril e maio respectivamente.
SOBRE A BONFILM
Além de distribuidora de filmes, a Bonfilm é realizadora do Festival Varilux de Cinema Francês que, nos últimos 13 anos, promoveu mais de 35 mil sessões nos cinemas e somou um público de mais de um 1,1 milhão espectadores. Desde 2015, a Bonfilm organiza também o festival Ópera na Tela, evento que exibe filmes de récitas líricas em uma tenda montada ao ar livre no Rio de Janeiro, e que já teve uma edição em São Paulo, além de cinemas de todo Brasil.