Grupo Gratuito de Acolhimento e
Apoio a Mães Enlutadas – Mães SemNome –
realiza plantão psicológico na semana do Dia das Mães
Dia das Mães é data comemorativa para muitas mulheres, mas existem milhares de outras que neste momento revivem o sofrimento intenso da inominável dor de perderem seus filhos. Pensando nesses casos, o Grupo Gratuito de Acolhimento e Apoio a Mães Enlutadas, o Mães SemNome, criado para acolher e apoiar essas mulheres, realizará um plantão psicológico na semana do Dia das Mães. Para participar, basta fazer inscrição por meio do link, abaixo, que também está na bio do instagram do grupo (@maessemnome2023): https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeaczNQ2_fVtjLvn1MpNgUn0G1tGDa80GfYAhG-rSXGv8q4Sg/viewform
O Mães SemNome, um grupo pioneiro no acolhimento ao luto materno, que completou 12 anos de fundação, realiza encontros gratuitos, mediados por psicólogas voluntárias, três vezes ao mês, de forma online, para mulheres enlutadas de diversos estados do Brasil e do exterior, e presencial na sede da C-Fen (Clínica e Cursos em Fenomenologia). Segundo Márcia Noleto, psicóloga e escritora, criadora do grupo e da C-Fen, este é um projeto que ocupa o vácuo deixado pelo poder público no atendimento a mulheres vulnerabilizadas pela perda de seus filhos – seja por violência (infelizmente a cada dia mais comum), acidentes, doenças. Muitas mães não contam com uma rede de apoio durante esse difícil processo.
“O grupo é um espaço seguro, onde essas mulheres, afetadas por todo tipo de luto (gestacional, durante e pós-parto e ao longo da vida) podem compartilhar suas histórias, dores e amores, dar voz às suas experiências singulares e, juntas, tecerem uma rede de apoio, além de buscarem possibilidades de rearticulação com a vida, após esse evento trágico da perda de um filho, que subverte a lógica da vida”, explica Márcia.
Por que Mães “SemNome”?
Márcia Noleto conta como tudo começou e a razão da escolha do nome do grupo. “Em 2011, perdi minha filha primogênita, de 20 anos, em um acidente de helicóptero. Fiquei destruída. Ao buscar caminhos para minimizar minha dor, comecei a procurar outras mulheres que passaram por experiências similares a fim de encontrar um caminho. E nunca mais parei. Um ano após o acidente, reuni um grupo significativo de mães enlutadas em torno da formação deste grupo. “SemNome” foi o adjetivo que escolhi para essas mulheres. A história não conseguiu dar um “nome” para a dor da perda de um filho. Se procurarmos no dicionário, temos as viúvas, para mulheres que perderam seus cônjuges, e órfãs para mulheres que perderam seus pais. Mas, não há um nome para a dor de quem perdeu seus filhos. Quando cunhei esse termo, não podia imaginar que ele se tornaria uma referência em textos sobre perdas, nem tampouco que inúmeras mães me procurariam dizendo: sou uma “mãe “semnome”.
A criadora do grupo é autora, em conjunto com a psicóloga Mariana Magalhães, do recém-lançado livro “Lutos”, da editora Summus; de um capítulo do livro “Revés de um parto”, de Karina Fukumitsu, de uma dissertação de mestrado sobre grupos terapêuticos, que será publicada em breve, dentre outros artigos acadêmicos.
Mais sobre o grupo
O Mães SemNome <@maessemnome2023>, no instagram e https://www.facebook.com/maessemnomereaprendendoaviver/>
no facebook é um grupo terapêutico gratuito de mútuo-apoio voltado para mulheres que passam pelo doloroso processo de perder um filho. Criado em 2011, inicialmente apenas na rede social Facebook (atingiu rapidamente cerca de 23 mil seguidores), teve diversos desdobramentos como eventos, documentários inspirados na iniciativa, palestras e atendimento a milhares de mulheres. Após uma matéria veiculada no programa “Fantástico, da TV Globo, no dia 9 de fevereiro de 2014, mães enlutadas de vários estados do Brasil e de outros países passaram a enviar mensagens para Márcia Noleto, compartilhando suas histórias de perdas.
Instituto
Em 2016, o Mães SemNome se transformou em Instituto. Quarenta alunos do Departamento de Direito da Fundação Getúlio Vargas, ao lado da apoiadora e novelista Gloria Perez, formalizaram seu estatuto e ajudaram a escrever a “Cartilha Jurídica do Luto”, um livro constituído a partir das experiências das próprias mães que foram à FGV para contar pessoalmente suas histórias. Nele, em uma linguagem simples e direta, fez-se um mapeamento das principais dúvidas e orientações práticas sobre casos de falecimento, desaparecimento, questões funerárias, patrimoniais e sucessórias.
Como participar
Atualmente, o grupo realiza encontros online quinzenais intercalados uma vez por mês às quartas das 20h às 21h30min e às sextas das 19h às 20h30min. E, encontros presenciais aos sábados, na sede da C-FEN em Copacabana, das 10h às 12h. Para participar é necessária inscrição prévia e uma entrevista posterior agendada com uma de nossas psicólogas, que tem como objetivo conhecer a história dessa mãe e a sua situação atual (rede de apoio, relações sociais, autocuidado, entre outros). Após essas etapas, e conforme a avaliação das psicólogas responsáveis, a mãe é encaminhada ou para os grupos ou para uma terapia individual. As inscrições devem ser feitas pelo link, também disponível na bio do perfil do grupo no instagram @maessemnome2023
Curta-metragem
O grupo inspirou a produção do curta-metragem “Mães SemNome”, de autoria do jornalista Bruno Dias – trailer https://youtu.be/nnFLrRUsEZQ
versão completa https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=O5TfVU5hEOo, selecionado, em 2017, pelo “Whatashort Independent International Film Festival” e do documentário “O luto não morre” https://www.youtube.com/watch?v=fP9jG5KJJmU, produzido por alunas de jornalismo do Centro Universitário FIAM FAAM, eventos no Cristo Redentor, apoiados pelo Padre Omar Raposo, Reitor do Santuário, participação do projeto “Ação Global”, da TV Globo, organização de show beneficente no Teatro da Maison de France, palestras para policiais, na Cruz Vermelha; no Consulado da Argentina, visitas à Escola Tasso da Silveira em Realengo (em solidariedade às mães das treze crianças assassinadas no local) e foi tema de entrevistas para inúmeros programas de rádio e TV.