Pianolatria, álbum de Cristian Budu, apresenta a diversidade da música para piano no Brasil
Composições de Guarnieri, Villa-Lobos, Chiquinha Gonzaga, Clarisse Leite, e outros ganham interpretação contemporânea do pianista
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Lançamento de álbum digital nas Plataformas de Streaming e Sesc Digital: 05 de abril
Lançamento de videoclipes e minidocumentário no Youtube do Selo Sesc: 05 de abril
Concerto de lançamento e disco físico dia 11 de abril, às 21h, no Sesc Vila Mariana
Concerto de lançamento dia 12 de abril, às 20h, no Sesc Jundiaí
Concerto de lançamento dia 16 de abril, às 20h, no Sesc Ribeirão Preto
Pianolatria é o título de um artigo de Mário de Andrade publicado pouco depois da Semana de Arte Moderna de 1922. Nele, o intelectual criticava a centralidade do piano na vida musical paulistana.
Foi refletindo sobre a descentralização do instrumento na cultura brasileira e a prática decolonial presente na produção cultural durante a Semana de Arte Moderna que Cristian Budu, pianista da nova geração da música de concerto, encontrou as motivações para o repertório do álbum “Pianolatria”.
Lançamento do Selo Sesc, o disco duplo chega às plataformas de música no dia 05 de abril e às lojas Sesc no dia 11 de abril, data na qual também ocorre o recital de lançamento no Sesc Vila Mariana.
“A palavra-título é resgatada em um sentido ampliado e positivo, reverberando as muitas dimensões sociais e estilísticas do piano no Brasil. O piano de Cristian Budu dá conta, em escala esplêndida, de todas as refrações dessa pianolatria expandida”, comenta José Miguel Wisnik em texto no encarte do álbum.
Produzido por Ulrich Schneider, Budu contou também com o suporte e pesquisa do pianista Alexandre Dias, do Instituto Piano Brasileiro (IPB), na escolha do repertório.
Na seleção, comparecem peças consagradas do repertório brasileiro com outras menos conhecidas, como obras de Clarisse Leite, compositora hoje praticamente apagada da historiografia musical do país.
Cristian Budu trabalha o repertório do piano sem delimitar fronteiras entre o erudito e o popular e promove uma interação entre diferentes linguagens: à música soma-se uma série de 4 vídeos, sendo 3 videoclipes (“Cabaré”, “Evoca” e “Exu”) e um minidocumentário. A ideia foi do próprio pianista, que observou a importância de atrair faixas mais amplas de público por meio de experiências audiovisuais.
O CD vem acompanhado de encarte ilustrado e com textos de Camila Fresca, Claudia Toni, José Miguel Wisnik e do próprio Cristian Budu. Os desenhos do artista gráfico Chico Shiko retratam todos os compositores presentes no repertório do disco.
A leitura e a escuta são um verdadeiro mergulho na vida e obra destes compositores que partilhavam do ideário de brasilidade modernista. São eles:
Heitor Villa-Lobos (1887-1959), Nininha Velloso Guerra (1895-1921), Carlos Gomes (1836-1896), Henrique Alves de Mesquita (1830-1906), Chiquinha Gonzaga (1847-1935), Ernesto Nazareth (1863-1934), Brasílio Itiberê II (1896-1967), Luciano Gallet (1893-1931), Oscar Lorenzo Fernández (1897-1948), Fructuoso Vianna (1896-1976), Francisco Mignone (1897-1986), Radamés Gnattali (1906-1988), Camargo Guarnieri (1907-1993), Cacilda Borges Barbosa (1914-2010), Clarisse Leite (1917-2003) e Tia Amélia (1897-1983).
Esses autores, dos séculos XIX e XX, contribuíram para a criação de um repertório nacional diverso, influenciados tanto pelas tradições e sonoridades europeias quanto as afro-brasileiras, formando uma identidade musical própria.
“Ao selecionar o repertório, eu quis trazer à tona outras coisas – músicas que eu mesmo não conhecia e fui descobrindo. Muito mais do que apenas fazer um trabalho ‘diferente’, foi a vontade de me sentir parte do Brasil, à minha maneira, que motivou as escolhas do disco”, conta Cristian.
CD 1
1. Alvorada, da ópera “lo schiavo” (Carlos Gomes)
2. Rapsódia sertaneja (Luciano Gallet)
3. Hieróglifo (Luciano Gallet)
4. Com as crianças / Carícias da mamãe (Nininha Velloso Guerra)
5. Com as bonecas, em dança (Nininha Velloso Guerra)
6. Histórias da babá (Nininha Velloso Guerra)
7. Soldados de chumbo (Nininha Velloso Guerra)
8. Boa noite, mamãe (Nininha Velloso Guerra)
9. O que pensa de tudo isso a criança grande (Nininha Velloso Guerra)
10. Homenagem a sinhô (Fructuoso Vianna)
11. Dança de negros (Fructuoso Vianna)
12. Cheio de truque (Tia Amélia)
13. Seresteiro (Tia Amélia)
14. Jaboatão (Tia Amélia)
15. Canhoto (choro) (Radamés Gnatalli)
16. Porque (dos estudos em ritmo de choro) (Radamés Gnatalli)
17. Impressões seresteiras (Heitor Villa-Lobos)
18. Festa no sertão (Heitor Villa-Lobos)
CD 2
1. Lendas… e nada mais / O curupira pula na brasa (Clarisse Leite)
2. A nuvem e o lago (Clarisse Leite)
3. O duende louco (Clarisse Leite)
4. Impressões de viena (Clarisse Leite)
5. Quadrilha heroica (Henrique Alves de Mesquita)
6. Estudo brasileiro no 1 (Cacilda Borges Barbosa)
7. Estudo brasileiro nº 2 (Cacilda Borges Barbosa)
8. Gaúcho / o corta-jaca) (Chiquinha Gonzaga)
9. Cananéa (Chiquinha Gonzaga)
10. Valsa de esquina nº 5 (Francisco Mignone)
11. Valsa de esquina nº 12(Francisco Mignone)
12. Suíte litúrgica negra – Xangô (Brasílio Itiberê II)
13. Ogum (Brasílio Itiberê II)
14. O protetor exu (Brasílio Itiberê II)
15. Ponteio nº 30 (Camargo Guarnieri)
16. Ponteio nº 40 (Camargo Guarnieri)
17. Ponteio nº 45 (Camargo Guarnieri)
18. Ponteio nº 49 (Camargo Guarnieri)
19. Batuque (Lorenzo Fernández)
20. Confidências (Ernesto Nazareth)
21. Escorregando (Ernesto Nazareth)
22. Apanhei-te, cavaquinho! (Ernesto Nazareth)
FICHA TÉCNICA
Idealização e direção musical: Cristian Budu
Direção de produção: Eduardo Toni Raele
Produção: Toni & Associados
Coordenação editorial e pesquisa: Camila Fresca
Textos: Camila Fresca, Cristian Budu, Claudia Toni, José Miguel Wisnik
Consultoria: Claudia Toni
Consultoria de repertório: Alexandre Dias
Produção musical, edição, mixagem e masterização: Ulrich Schneider
Assessoria técnica: George Boyd
Produção em Curitiba: Marcela Carvalho Campos
Tradução: Thomas Mathewson
Gravação: Estúdio Trilhas Urbanas, Curitiba – Paraná
Cessão de partituras: Instituto Piano Brasileiro – IPB
Vídeos: Fernando Fonini
SERVIÇO
Pianolatria – Cristian Budu
Lançamento do álbum pelo Selo Sesc
O pianista Cristian Budu apresenta seu mais recente trabalho: o álbum duplo Pianolatria (Selo Sesc), no qual apresenta um retrato histórico da diversidade da música para piano no Brasil a partir de uma curadoria que passa por Camargo Guarnieri, Villa-Lobos, Chiquinha Gonzaga, Clarisse Leite, entre outros grandes compositores brasileiros.
O espetáculo conta com a participação do Quarteto Aporá e Léo Rodrigues.
SESC VILA MARIANA
11 de abril de 2024
QUINTA ÀS 21H
Rua Pelotas, 141
11 5080.3000
Ingressos: R$ 15,00 Credencial Plena, R$ 25,00 Meia Entrada, R$ 50,00 Inteira
Local: Teatro.
SESC JUNDIAÍ
12 de abril de 2024
SEXTA ÀS 20h
Av. Antônio Frederico Ozanam, 6600
11 4583.4900
Ingressos: R$ 12,00 Credencial Plena, R$ 20,00 Meia Entrada, R$ 40,00 Inteira
Local: Teatro.
SESC RIBEIRÃO PRETO
16 de abril de 2024
TERÇA ÀS 20h
R. Álvares Cabral, 370 – Centro, Ribeirão Preto – SP, 14010-080
16 3977.4477
Ingressos: R$ 12,00 Credencial Plena, R$ 20,00 Meia Entrada, R$ 40,00 Inteira
Local: Teatro.
Ingressos disponíveis para compra online a partir de 02/04, às 17h.
Venda presencial a partir de 03/4, às 17h, nas bilheterias do Sesc.
CRISTIAN BUDU
Citado pela revista inglesa Gramophone como “um pianista impactantemente original, com visão e maturidade musicais comparáveis a colegas com o dobro de sua idade”, Cristian Budu é uma referência na nova geração da música de concerto. Vencedor do Concurso Internacional Clara Haskil, na Suíça, também recebeu prêmios como Instrumentista do Ano (APCA), Melhor Concerto do Ano (Guia da Folha) e entrou em duas listas “Top 10” da Gramophone, que incluem nomes como Martha Argerich, Arthur Rubinstein, Dinu Lipatti, Murray Perahia e Maria João Pires. Ainda na Gramophone, entrou para a lista “Top 50 Greatest Recordings”, seleta compilação de gravações antológicas de Chopin. A mais honrosa citação que Cristian já recebeu veio de Nelson Freire que, em sua última entrevista, disse acreditar que ele viria a ser seu sucessor. Cristian crê numa concepção humanista da música e teve influências de linguagens diversas, graças ao incentivo e visão cultivados por sua mãe. Filho de romenos, cresceu em Diadema e na infância fez parte do Coral ECO, dirigido pelo maestro Teruo Yoshida, com o qual participou de diversas montagens operísticas. Na adolescência foi aluno do Instituo Brincante, onde teve aulas de danças e ritmos brasileiros e fez parcerias com Antonio Nóbrega, artista que o inspirou e influenciou profundamente. Promotor fervoroso da música de câmara, Cristian já colaborou em duo com Renaud Capuçon, Antonio Meneses e com músicos da Filarmônica de Berlim. Tocou recitais solo em grandes festivais europeus como Verbier e La Roque D’Antheron, e em salas como Ateneu de Bucareste, Liederhalle (Stuttgart), KKL (Lucerna) e Jordan Hall (Boston). Já solou à frente de orquestras como Sinfônica de Lucerna, Suisse Romande, Orquestra de Câmara de Lausanne e Sinfônica da Rádio de Stuttgart. Cristian iniciou seus estudos musicais com Marta Ziller e os estudos pianísticos com Elsa Klebanowski, pupila de Wilhelm Kempff. Foi ainda aluno de Marina Brandão, Cláudio Tegg (Fundação das Artes de São Caetano do Sul), Eduardo Monteiro (USP) e Wha-Kyung Byun no New England Conservatory (Boston), onde também teve aulas com Russell Sherman, uma de suas principais referências. Nos EUA, hospedou os saraus que iniciaram o projeto Groupmuse, plataforma inovadora de música clássica conhecida internacionalmente. No Brasil é criador do projeto de saraus Pianosofia, cujo intuito é levar a música clássica a ambientes informais e caseiros, promovendo artistas locais e a música de câmara. Além disso, colabora com projetos sociais como Projeto Integração e Liga Solidária, na qual é conselheiro voluntário da Unidade Casulo.
SOBRE O SELO SESC
Desde 2004 o Selo Sesc traz a público obras que revelam a diversidade e a amplitude da produção artística brasileira, tanto em obras contemporâneas quanto naquelas que repercutem a memória cultural, estabelecendo diálogos entre a inovação e o histórico. Em catálogo, constam álbuns em formatos físico e digital que vão de registros folclóricos às realizações atuais da música de concerto, passando pelas vertentes da música popular e projetos especiais. Entre as obras audiovisuais em DVD, destacam-se a convergência de linguagens e a abordagem de diferentes aspectos da música, da literatura, da dança e das artes visuais. Os títulos estão disponíveis nas principais plataformas de áudio, Sesc Digital e Lojas Sesc. Saiba+: Link
SOBRE O SESC SÃO PAULO
Com 77 anos de atuação, o Sesc – Serviço Social do Comércio conta com uma rede de 42 unidades operacionais com atendimento presencial e 4 unidades operacionais com atendimento não presencial no estado de São Paulo e desenvolve ações com o objetivo de promover bem-estar e qualidade de vida aos trabalhadores do comércio, serviços, turismo e para toda a sociedade. Mantido pelos empresários do setor, o Sesc é uma entidade privada que atua nas dimensões físico-esportiva, meio ambiente, saúde, odontologia, turismo social, artes, alimentação e segurança alimentar, inclusão, diversidade e cidadania. As iniciativas da instituição partem das perspectivas cultural e educativa voltadas para todas as faixas etárias, com o objetivo de contribuir para experiências mais duradouras e significativas. São atendidas nas unidades do estado de São Paulo cerca de 30 milhões de pessoas por ano. Hoje, aproximadamente 50 organizações nacionais e internacionais do campo das artes, esportes, cultura, saúde, meio ambiente, turismo, serviço social e direitos humanos contam com representantes do Sesc São Paulo em suas instâncias consultivas e deliberativas. Mais informações, clique aqui.