Lollapalooza Brasil 2024 se despede com Gilberto Gil abraçando a juventude, além do pop dançante de SZA e Sam Smith
Ritmos brasileiros tomaram conta do palco Perry’s By Johnnie Walker, que nesta edição ganhou nova cenografia e chamou atenção do público presente
O terceiro e último dia de Lollapalooza Brasil 2024 foi feito sob medida para quem veio ao Autódromo de Interlagos a fim de dançar e de prestigiar o que há de melhor na cultura brasileira. O pop e a música nacional reinaram neste domingo: SZA, Sam Smith, Greta Van Fleet e Gilberto Gil foram alguns dos nomes que encerraram a 11ª edição do festival com chave de ouro e já deixaram aquele gostinho de quero mais no público, que encontrou nesta edição mais conforto com uma nova infraestrutura de banheiros, transporte funcionando 24 horas, além de uma identidade visual que conversava com todo o desenho do festival, da iluminação ao desenho grandioso do Palco Perry’s, por exemplo. No total, o evento reuniu ao longo destes três dias 242 mil pessoas, que puderam acompanhar as performances de seus artistas favoritos de perto e conhecer o trabalho de tantos outros.
Antes do pop ganhar o holofote, teve tempo para o som mais pesado dos ingleses do Nothing But Thieves, que encheram o Palco Budweiser na tarde do domingo para um público majoritariamente mais jovem. O “indie da nova geração” foi carregado pelo carisma do vocalista Conor Mason, que prometeu voltar ao Brasil logo. O Phoenix, de volta ao Lolla exatos 10 anos depois, começou a virar o jogo mais para o pop. Liderado pelo vocalista Thomas Mars, a banda emendou dois hits logo de cara: “Lisztomania” e “Entertainment”, em uma performance cheia de luzes, momentos dançantes e Thomas indo para o público, onde foi carregado no final da apresentação.
O palco era todo dela, da americana SZA. A artista com mais indicações ao Grammy 2024 abriu sua apresentação com um cropped do Brasil e um shorts jeans, bem abrasileirada, e encerrou o palco com seu estilo musical que mescla R&B, pop e rap e a turnê do disco aclamado pela crítica, “SOS”. Dele, veio a maior parte do setlist, com “Seek & Destroy”, “I Hate U”, “Kill Bill” e “Snooze”. A cantora abriu espacate, rebolou, ficou suspensa no ar por uma bola de demolição e se surpreendeu com o público brasileiro cantando cada frase de suas músicas. Tanto a estrutura, quanto o alcance vocal e a performance da artista mostraram porque ela é digna de ser chamada de estrela do pop.
Já no Palco Samsung By Galaxy, Dayglow fez seu primeiro show no Brasil e garantiu a alegria dos indies de plantão, com hits dançantes como “Close to You” e “Can I Call You Tonight?”. Mas, foi no entardecer que o Lollapalooza Brasil entregou uma das performances mais históricas de todas as 11 edições: Gilberto Gil, lenda viva da Tropicália e do MPB, subiu para conversar com gerações diversas. Pais e filhos se reuniram para prestigiar um dos maiores nomes da música brasileira, que cantou faixas eternizadas em sua voz, como “Vamos Fugir”, “Não Chore Mais (No Woman, No Cry)” e “Andar Com Fé”. Conversando diretamente com o público mais jovem, ele disse: “Vocês tomaram conta da música mundial, hein, galera? Devotados, aficionados, entusiasmados. Viva a juventude brasileira!”, celebrou, para as novas gerações que lembrarão desse dia para sempre.
Sam Smith, com um quepe policial na cabeça, chegou sem cerimônias e abriu o show com um dos maiores hits da carreira: “Stay With Me”. O show foi marcado por diversos dançarinos, trocas de figurinos e muita sensualidade. Ele usou um vestido e abandonou os looks na cor preta ao usar a camisa da Seleção Brasileira, que prontamente tirou e sensualizou, rodopiando-a pelo ar e enlouquecendo os fãs. “Unholy” encerrou a segunda passagem de Sam Smith no Lolla Brasil.
Mas a despedida do Palco Samsung Galaxy ficou a cargo dos americanos do Greta Van Fleet, que embora seja uma banda nova, traz uma sonoridade de hard rock dos anos 1980. Bateria pesada, solos de guitarra e a voz inconfundível do vocalista Josh Kiszka embalaram o último gás, ainda empolgado, dos inimigos do fim do Lollapalooza Brasil 2024.
E se os palcos já citados investiram na versatilidade musical sem abandonar o tradicional groove das guitarras, no palco Perry’s By Johnnie Walker, o funk, trap, rap e o eletrônico dividiram o line-up, no dia mais diverso e agitado para o espaço. DJ Suburbia avisou que esse último dia de Lolla seria um pouco diferente neste espaço, com “o som das periferias”. Vulko FK, com uma voz potente e muito trap, manteve a energia lá em cima. A vibe do palco foi crescente, e Dricka colocou todo mundo para dançar. TZ da Coronel e Oruam, com o habitual rosto pintado de Coringa (pela metade), levaram o público ao delírio, ainda mais quando Mc Daniel apareceu de surpresa no palco. Ele já havia se apresentado no palco Alternativo mais cedo. A participação nacional no Perry’s By Johnnie Walker não poderia terminar de uma maneira melhor: Mc Livinho tinha um dos shows mais aguardados do dia e proprocionou aos fãs um verdadeiro espetáculo ao prestar uma homenagem ao rei do pop, Michael Jackson. No telão, Livinho apareceu treinando alguns passos com o próprio MJ, recriado em Inteligência Artificial. Foi aí que começou a tocar “Beat It”, em um tributo que empolgou todos ali presentes. O cantor mostrou sua versatilidade, demonstrando um domínio impressionante das coreografias. O show encerrou ao som de “Black or White” com a presença de Rodrigo Teaser, maior sósia brasileiro de Michael. O line up seguiu com nomes internacionais, com J. Worra, Dombresky, Zhu e Meduza, que fechou a noite dizendo amar o Brasil, ser fã de Ayrton Senna e estar muito feliz por estar no Autódromo de Interlagos.
Mc Daniel abriu o Palco Alternativo com estilo: ele entrou vestido de Máskara, personagem eternizado por Jim Carrey no cinema. Omar Apollo foi mais um expoente da música pop latina no Lollapalooza Brasil 2024. O cantor mexicano-americano se sentiu bem à vontade, tirou selfie com os fãs, abraçou a atriz Bruna Marquezine, que acompanhava o show na plateia, e entregou romance nas canções, como “Evergreen”, “Useless” e “Go Away”. O último grupo a se apresentar no Palco Alternativo foi o The Driver Era, que já havia se apresentado em um side show no Cine Joia. O vocalista Ross Lynch não esperou e já na terceira música foi para a multidão, levando os fãs fervorosos à loucura. Sem dúvidas foi um dos shows mais animados do festival.
Sobre o Lollapalooza
Fundado por Perry Farrell em 1991 com a proposta de ser um festival itinerante, o Lollapalooza segue como referência de inovação cultural em festivais mais de 30 anos depois. O Lollapalooza foi um dos primeiros festivais a reunir artistas de uma ampla variedade de gêneros musicais em um só evento, a viajar, a se expandir para vários dias, a apresentar um segundo palco, a misturar arte e ativismo, a compensar suas emissões de carbono, a colocar artistas de música eletrônica no palco principal, para criar uma programação familiar, a se instalar no centro urbano da cidade e a expandir internacionalmente.
O Lollapalooza tornou-se um festival anual de renome mundial em Chicago (2005), bem como em países culturalmente ricos, incluindo Chile, Argentina, Brasil, Alemanha, França, Suécia e Índia. É um dos principais destinos musicais para fãs de música nos Estados Unidos e no mundo. O festival comemorou seu 30º aniversário em 2021, celebrando seu sucesso duradouro como uma marca poderosa de festivais globais.
Lollapalooza Brasil é produzido por Perry Farrell, C3 Presents e Rock World.
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