José Bechara abre exposição com instalação ao ar livre no Instituto Artium
Artista é um dos mais proeminentes de sua geração no cenário brasileiro, com obras em acervos do Centre Pompidou (França), Museum of Latin American Art (EUA), Pinacoteca (São Paulo) e MAM (Rio de Janeiro).
Mostra Lampejar fica em cartaz nas áreas externa e interna do Palacete Stahl (1920), em Higienópolis (SP), de 24 de março a 19 de maio. A entrada é gratuita.
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No próximo dia 24 de março o Instituto Artium de Cultura inaugura a exposição Lampejar, individual do grande artista carioca José Bechara. A mostra faz um recorte da produção recente de Bechara, que acumula mais de 30 anos de carreira.
Com apoio da Galeria Marília Razuk, a exposição inclui trabalhos da série Dancing in my room, na qual Bechara criou obras de pequenos formatos, superfícies que exploram cores altas e sólidas e que insistem em um transbordamento para além da métrica a que estão limitadas.
A mostra também traz peças tridimensionais da série Esculturas gráficas: Allen Allen grande, em alumínio e pintura fluorescente e Super Oxy em aço SAC. São esculturas constituídas por elementos geométricos de diferentes massas e medidas, ordenados por gravidade e que propõem reflexão sobre o vazio na medida em que, combinando sólidos cheios e vazios, sugerem “desenhar” no espaço real.
A exposição reúne um conjunto de pinturas nas quais a tradição geométrica, que usualmente afirma um mundo ideal, cede lugar a uma crise de certezas e elogia outros aspectos, mais ligados à condição humana: as imperfeições desse mesmo mundo constituído por dúvidas, receios e falhas. “Minha relação com a geometria guarda a vontade de revelar defeitos do mundo real, de corroer certezas e danificar as matemáticas”, detalha José Bechara.
Numa pesquisa cromática mais luminosa, em Lampejar o artista constrói espaços geométricos que oscilam entre o rigor formal e ocorrências randômicas. Aprofundando-se na sua técnica de oxidação, o artista revela novos tons e tramas, trazendo espaços elaborados a partir de campos com fronteiras frágeis, conjuntos de linhas hesitantes, que se esforçam para emergir no plano. Num procedimento que envolve cortes de uma grande superfície, uso de materiais e combinações químicas, cálculos, observação de vizinhança de cores, observação de pesos, processos de escolhas, uso de pincéis e outras ferramentas, repetições, observação de tempo e clima, observação de temperatura de cor, e acidentes, muitos acidentes.
Sobre o artista
José Bechara nasceu no Rio de Janeiro em 1957, onde trabalha e reside. Destaca-se como um dos artistas mais proeminentes de sua geração no cenário brasileiro, tendo suas obras em acervos de renomadas instituições nacionais e internacionais, incluindo Centre Pompidou, (França), Museum of Latin American Art (EUA), Pinacoteca do Estado de São Paulo, MAM (Rio de Janeiro), Ludwig Museum (Alemanha), ASU Art Museum (EUA), dentre outras.
Participou da 25ª Bienal Internacional de São Paulo; 29ª Panorama da Arte Brasileira; 5ª Bienal Internacional do MERCOSUL; Trienal de Arquitetura de Lisboa de 2011; 1ª Bienalsur – Buenos Aires; 7ª Bienal de Arte Internacional de Beijing; Anozero’19 – 3ª Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra; Bienalsur 2019 – Museu Nacional de Riade, Arábia Saudita e das mostras “Caminhos do Contemporâneo” e “Os 90” no Paço Imperial–RJ.
Realizou exposições individuais em instituições como MAM Rio de Janeiro–BR; Ludwig Museum (Koblenz)–DE; Instituto Figueiredo Ferraz–BR; Fundação Iberê Camargo–BR; Fundação Calouste Gulbenkian–PT; Casa de Vidro/Instituto Lina Bo e P.M. Bardi–BR; MAM Bahia-BR; Museu Oscar Niemeyer–BR; Museu da Pampulha-BR; Instituto Tomie Ohtake-BR; Instituto Figueiredo Ferraz-BR.
Publicou os livros “Território oscilante”, editora Barléu-BR; “José Bechara, desenhos: Como pIscada de vagalume”, editora Reptil-BR; “José Bechara, Blefusco, editora Dardo -ES; “José Bechara, editora Barléu”; e “A casa”, editora Francisco Alves.
Sobre o Instituto Artium de Cultura
O Instituto Artium ocupa um palacete centenário na Rua Piauí, no bairro Higienópolis, tombado pelo Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) e reconhecido como patrimônio histórico. Construído para ser a residência do primeiro cônsul da Suécia em São Paulo, em 1921, o casarão passou por duas das grandes famílias paulistas de barões do café e foi propriedade do Império do Japão por 67 anos (de 1940 a 2007). A residência foi fechada durante a Segunda Guerra Mundial e, em 1970, como testemunho da história do Brasil de então, o cônsul-geral do Japão foi sequestrado quando chegava ao local.
Degradado desde 1980, o espaço foi assumido pelo Instituto Artium em 2019, passou por um minucioso trabalho de restauro, revitalizando jardins e recuperando elementos ornamentais e decorativos da arquitetura da época de sua construção. A entidade cultural sem fins lucrativos cumpre atualmente um plano de atividades que reúne projetos nas áreas da preservação de patrimônio imaterial, preservação de patrimônio material, artes visuais e artes cênicas.
Serviço
LAMPEJAR – JOSÉ BECHARA
Instituto Artium de Cultura
Endereço: Rua Piauí, 874 – Higienópolis, São Paulo – SP – Brasil – 01241-000
Período expositivo: 24 de março a 19 de maio de 2024.
Horário de funcionamento:
Quarta a sexta de 12h às 18h
Sábados e domingos: 10h às 18h.
Segundas e terças: fechado.
Entrada gratuita