Tom Zé ganha homenagem no Manouche,
sob a direção de Ana Beatriz Nogueira, dia 2 de março
Luan Carbonari e Gabriel Rojas releem o repertório do artista em “Uma Canção para Tom Zé”, com participação de Ceiça Moreno; noite será apresentada por Malu Mader e Louise Cardoso
“Quando um artista quer homenagear outro artista, o céu fica de brigadeiro, para usar um termo nada civil. E a homenagem é no aqui e agora”. Partindo deste princípio, a atriz e diretora Ana Beatriz Nogueira, uma apaixonada pela vasta obra de Tom Zé, vai celebrar o cantor e compositor, um dos pilares do tropicalismo e ícone da música brasileira, no show que leva ao palco do Manouche, no dia 2 de março.
O espetáculo “Uma Canção para Tom Zé”, idealizado, produzido, dirigido e patrocinado por Ana Beatriz, reúne músicas emblemáticas e pérolas do repertório do artista baiano de 87 anos, como “Tô”, “Solidão” e “Augusta, Angélica e Consolação”, que ganham uma releitura nada óbvia nas vozes de Luan Carbonari (violão) e Gabriel Rojas (piano). A dupla paulista será apresentada ao público por outro poderoso duo de atrizes: Malu Mader e Louise Cardoso.
“É uma homenagem, um gesto de amor, com jovens cantando a obra de Tom Zé, por meio de melodias e vozes belíssimas, com arranjos construídos por Luan e Gabriel. É nosso olhar sobre a obra deste grande mestre. Não é preciso estar necessariamente debaixo dos holofotes para fazer algo artístico, ser artista também é promover, proporcionar, tornar possível, fazer por onde, a arte”, conta Ana Beatriz, que vai trazer de São Paulo para o Rio o homenageado.
Sempre atenta a novos talentos, Ana ficou encantada com a presença de palco e a voz cristalina de Luan Carbonari, um dos finalistas do “Canta Comigo”, da Record, que tem apenas 23 anos, e com a musicalidade ímpar de Gabriel, de 22. Não por acaso, são amigos de infância, têm uma banda chamada Pink Floyd Eclipse, e são multi-instrumentistas.
“É desafiador tocar Tom Zé, pegar o que ele quis transmitir com a obra dele e, agora, devolver com a nossa pegada. A música ‘Mãe’ é uma das nossas favoritas. Ela começa a capela, ficou bem interessante”, entrega Gabriel. “Ficamos muito honrados com o convite da Ana. É muita responsabilidade, mas até que estamos tranquilos. Tom Zé é muito à frente do tempo e também é aberto, receptivo. Temos certeza de que ele vai achar interessante o que estamos propondo e como fizemos a nossa leitura da obra dele”, aposta Luan.
Eles recebem a participação especial da sanfoneira pernambucana Ceiça Moreno, que prepara surpresas para esta noite que promete “desabar felicidade” sobre todos.
Sobre Tom Zé
Membro da Academia Paulista de Letras desde 2022, ocupando a cadeira que pertencia a Jô Soares, Antônio José Santana Martins, mais conhecido como Tom Zé, é um compositor, cantor e arranjador baiano, nascido em 1936, na cidade de Irará. Um dos pilares do movimento tropicalista, o artista está ao lado de Caetano Veloso, Gal Costa, Rita Lee, Nara Leão, Arnaldo e Sérgio Baptista, Gilberto Gil, Torquato Neto, Capinam e Rogério Duprat na icônica capa do LP “Tropicália ou Panis Et Circensis”, de 1968, ano em que também chegou ao primeiro lugar no IV Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record, com a canção “São Paulo, Meu Amor”. Nas últimas seis décadas, estabeleceu seu nome não só no Brasil, mas também no mercado europeu e americano. Original, irônico, poético e cirúrgico, lançou mais de 25 álbuns, entre eles o antológico “Todos os Olhos”, de 1973, e “Com Defeito de Fabricação”, de 1998, eleito um dos dez melhores álbuns do ano pelo The New York Times.
Serviço
Manouche.
Rua Jardim Botânico 983, Jardim Botânico.
Sábado, 2 de março, às 21h.
Ingressos: R$ 120 (inteira), R$ 60 (meia ou meia solidária + 1kg de alimento não-perecível). 18 anos. 70 minutos.