Ópera Madama Butterfly é destaque do Theatro Municipal de São Paulo em março
Montagem do clássico de Puccini, com direção de Livia Sabag,
sucesso recente no Theatro Colón de Buenos Aires, abre a temporada de óperas da casa
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Foto Orquestra Sinfônica Municipal. Crédito Rafael Salvador
Espetáculo “O Circo Preto da República Bantu” que aborda a exploração e dor por meio de performance sobre zoológicos humanos, acontece entre 8 e 10 de março.
No Dia Internacional da luta das mulheres, 8 de março, Praça das Artes recebe o Projeto Samba de sexta com o grupo Yayá Massemba, formado exclusivamente por sambistas mulheres.
Orquestra Sinfônica Municipal apresenta Sinfonia nº2, “Ressurreição” de Mahler, uma das mais populares do gênio austríaco. E a Orquestra Experimental de Repertório apresenta obra da compositora inglesa Doreen Carwithen junto à quinta Sinfonia do russo Shostakovich no final do mês
Em março o Theatro Municipal de São Paulo tem como destaque o início da temporada de óperas de 2024. A ópera Madama Butterfly, de Puccini tem estreia a partir de 15 de março, e homenageia o centenário de morte do compositor. A Orquestra Sinfônica Municipal, toca a Segunda Sinfonia de Mahler, sob a regência de Roberto Minczuk nos dias 29 e 30 de março, e a Orquestra Experimental de Repertório, apresenta no dia 30 de março obra da compositora inglesa Doreen Carwithen e a Quinta Sinfonia de Shostakovich, sob a regência do maestro Guilherme Rocha.
A ópera Madama Butterfly, montagem que aporta no Theatro Municipal de São Paulo depois de uma bem-sucedida montagem no Teatro Colón, de Buenos Aires (Argentina). Quem assina a direção cênica é a premiada Livia Sabag, que ressalta o declínio social e o empobrecimento que acontecem na vida de Cio-Cio-San, evidenciando aspectos socioculturais e de gênero que desembocam no desfecho trágico. O machismo, tanto da cultura japonesa quanto americana, podem ser vistos sob os comportamentos racistas de Pinkerton, marinheiro com quem tem o filho, e por quem é abusada repetidamente. Nesta montagem também se explicita a tragédia anunciada da situação dramática e o público compreende a situação de risco que a jovem, que se converte ao cristianismo e assume cegamente que seu casamento é real e que é amada, enfrenta já no início do espetáculo, tendo nesse casamento não mais que um simulacro.
A regência é dividida pelos maestros Roberto Minczuk e Alessandro Sangiorgi. A cenografia fica a cargo de Nicolàs Boni, a iluminação, de Caetano Vilela, o figurino de Sofia Di Nunzio, Matísas Otálora no vídeo e Mercedes Marmorek na assistência de direção cênica. Participa ainda da montagem o Coral Paulistano, sob a regência de Maíra Ferreira. Como a protagonista Cio-Cio San, as sopranos Carmen Giannattasio e Eiko Senda se dividem nas sessões. No primeiro elenco, que se apresenta nos dias 15, 17, 20 e 23 de março, Celso Albelo interpreta Pinkerton, Ana Lucia Benedetti é Suzuki e Douglas Hahn interpreta Sharpless. Nas récitas de 16, 19 e 22 de 23, Enrique Bravo é Pinkerton, Juliana Taino, Suzuki, e Michel de Souza, Sharpless. Todas as récitas contam com Elaine Martorano como Kate Pinkerton; Jean William como Goro; Carlos Eduardo Santos como Príncipe Yamadori, Andrey Mira como Bonzo, Márcio Marangon como Yakuside, Leonardo Pace como Comissário Imperial, Sebastião Teixeira como Notário, Magda Painno como mão de Cio-Cio-San, Caroline de Comi como Prima de Cio-Cio-San e Graziela Sanchez como Tia de Cio-Cio-San. Cenografia, figurinos e adereços serão os mesmos apresentados no Theatro Colón em 2023, de modo que o público poderá conferir a personalidade deste trabalho agora em São Paulo. A duração aproximada é de 170 minutos com intervalo, a classificação indicativa, de 12 anos e os ingressos vão de R$12 a R$165.
Integrando a programação da Mostra Internacional de Teatro (MIT), importante evento do calendário anual dramatúrgico da cidade que acontece em inúmeras unidades do SESC-SP, o espetáculo sul-africano de Albert Ibokwe Khoza, “O Circo Preto da República Bantu (The Black Circus of The Republic of Bantu) contará com três apresentações na cúpula do Theatro Municipal, entre os dias 8 e 10 de março. No espetáculo, a história vergonhosa e violenta dos zoológicos humanos, exposições etnológicas da Europa entre 1870 e 1960 nas quais as pessoas eram exibidas como animais exóticos. Nesta performance, o artista e diretor investiga o impacto do olhar imperial e colonial sobre os corpos negros, tanto no passado, como no presente, e testemunha a dor contínua causada pelo racismo histórico e persistente, ao mesmo tempo em que abre espaço para a cura coletiva e a reivindicação da dignidade. Os ingressos custam R$50, a classificação indicativa é 14 anos e a duração do espetáculo, de 55 minutos.
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Circo Preto da República Bantu. Foto de Sanele Thusi
Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo em três espetáculos
O Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo conta com três apresentações no mês de março. No dia 7 de março, quinta-feira, às 20h, Betina Stegmann, Nelson Rios (violinos), Marcelo Jaffé (viola) e Rafael Cesario (violoncelo) se juntam ao pianista Marcos Aragoni no segundo espetáculo do ano da série Grandes Quintetos. No repertório, Johannes Brahms, com Quinteto Op. 34 (40′) e o italiano Ottorino Respighi, com seu Quinteto em fá menor. O espetáculo acontece às 20h na Sala do Conservatório, na Praça das Artes. Os ingressos custam R$33 (inteira), a duração é de 60 minutos e a classificação indicativa, livre.
Já na quinta-feira, dia 21 de março, às 20h, na Sala do Conservatório, o Quarteto, junto à mezzo-soprano Keila de Moraes, apresenta obras de três compositores brasileiros ilustres, dois deles ainda vivos. De Ricardo Tacuchian, a formação interpreta Quarteto nº6 (15′), e de Clarice Assad, “Canções da América” (15′). O programa traz ainda 25 minutos da obra Quarteto nº 6 de Heitor Villa-Lobos, em seus quatro movimentos. Os ingressos custam R$33, o espetáculo é livre para todos os públicos e tem 60 minutos de duração.
O Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo se apresenta ainda no dia 23 de março, sábado, no Museu Catavento, obras de seus contemporâneos brasileiros Silvia Goes – Suíte Chiquinha Gonzaga (10´) – , Kleberson Buzo – Suíte Brasileira (20´) e Hercules Gomes – Cantiga, Baião e Frevo (15´). O espetáculo terá 60 minutos e é gratuito para todos os públicos.
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Foto Samba de Dandara. Crédito: divulgação
Samba de Sexta celebra mulheres negras no Dia internacional da Mulher e Salão Nobre recebe debate sobre Mário e Oswald de Andrade
Celebrando as lutas que marcam o dia 8 de março e a força das mulheres, em especial as negras, na cultura brasileira, o Samba de Dandara convida Yayá Massemba no Projeto Samba de Sexta, que acontece no Vão Livre da Praça das Artes, às 19h. O projeto, que traz mensalmente os principais grupos da cidade de São Paulo para uma animada roda de samba gratuita, tem apresentação de Daniele Abelin. Abrindo as apresentações do ano, no dia internacional da Mulher, o Samba de Dandara, fundado em 2012, que exalta as empoderadas grandes compositoras, intérpretes e lutadoras do samba, passeia pelos ritmos afro-brasileiros, sobretudo vertentes diversas do samba como ijexá, afoxé, pontos de candomblé e umbanda. Nesta apresentação eles se unem ao grupo Yayá Massemba, surgido em 2018 na Chapada Diamantina, na Bahia e que tem como destaque o samba de roda, seja em composições autorais, trazendo o legados das Mestras Aurinda do Prato, Bete de Arembepe e Drª Dalva Damiana, entre outras afluências dessa matriz musical. Mãe (Yayá, em Yorubá), Umbigada (Massemba, do Kimbundu), casa e ancestralidade em união, valorizando mulheres, ancestralidade, natureza e cultura afro-brasileira. Os ingressos são gratuitos, a classificação é livre e a duração, de aproximadamente 180 minutos.
Dois dos grandes agitadores culturais desta casa de espetáculos e da vida artística da cidade de São Paulo, Mário de Andrade e Oswald de Andrade terão o lançamento da publicação de sua correspondência, parceria entre Edusp e Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), lançada em bate-papo que acontece no sábado, na Sala do Conservatório, espaço onde Mário deu aulas, às 15h. Na ocasião, a organizadora da correspondência que abarca o período entre 1919 e 1928, Gênese de Andrade, media uma conversa entre os professores universitários Carlos Augusto Calil, Marcos Antonio de Moraes e Roberto Zular. Os ingressos são gratuitos, a classificação livre e a duração, de 180 minutos.
Balé da Cidade em turnê mundial
O Balé da Cidade de São Paulo inicia o ano em turnê por Suíça e Alemanha, sob a direção de Alejandro Ahmed. No repertório, as coreografias Adastra, de Cayetano Soto, Transe, de Clébio Oliveira, e Fôlego, de Rafaela Sahyoun.
Orquestras trazem grandes obras de Mahler e Shostakovich
O terceiro concerto do ano da Orquestra Sinfônica Municipal junto ao Coro Lírico Municipal e ao Coral Paulistano acontece nos dias 29 e 30 de março, na sexta, às 20h e, no sábado, às 17h. Com regência de Roberto Minczuk, da soprano Marly Montoni e da mezzo-soprano Carolina Faria, será apresentada na Sala de Espetáculos da casa uma das Sinfonias mais célebres de Gustav Mahler, a de nº2, “Ressurreição”. Com um percurso que passa por passagens poderosas, tons suaves, momentos melodiosos, e momentos com mais dissonâncias, a obra é uma das maiores e mais longas obras sinfônicas e foi escrita pelo compositor austríaco ao longo de seis anos, até serem reunidas nesta suntuosa peça, entregue aos editores em 1891. Os ingressos custam de R$12 a R$66 (inteira), a classificação é livre e a duração do concerto, de 80 minutos (sem intervalo).
Já no domingo, 31 de março, às 11h, a Orquestra Experimental de Repertório, sob a regência de Guilherme Rocha, apresenta na sala de espetáculos do Theatro um concerto que reúne Bishop Rock, obra da compositora inglesa Doreen Carwithen e a Sinfonia número 5, de Dimitri Shostakovich. Os ingressos vão de R$12 a R$33 (inteira), a classificação indicativa é livre para todos os públicos e o concerto terá duração de 60 minutos (sem intervalo).
Serviço
Theatro Municipal de São Paulo
Praça Ramos de Azevedo, s/nº
Sé – São Paulo, SP
Capacidade Sala de Espetáculos – 1503 pessoas