Arte Maker e Tecnologias Ancestrais: estudantes de 16 Escolas Firjan SESI expõem obras na Casa Firjan
Povos originários, ritos, questões raciais e suas reverberações, estética negra, identidade. Esses são alguns dos temas que baseiam cerca de 40 trabalhos produzidos ao longo do ano de 2023 e que ficarão expostos até abril.
Cerca de 40 obras de arte estarão distribuídas pela Casa Firjan, a partir do dia 02/03, na exposição “Arte Maker: Tecnologias Ancestrais“. Os artistas são alunos e alunas de Ensino Médio de 16 Escolas Firjan SESI localizadas pelo estado do Rio de Janeiro. Os estudantes fizeram parte do Itinerário de Inovação Arte Maker, uma atividade optativa oferecida, de forma gratuita, que tem o objetivo de unir a potência da cultura maker com as reflexões e a multidisciplinaridade da arte contemporânea.
Ao longo do ano de 2023, professores e estudantes formaram grupos de pesquisa, tiveram encontros de formação com artistas renomados e puderam desenvolver trabalhos artísticos sobre questões relevantes para a sociedade e para a arte contemporânea. A temática escolhida para guiar os trabalhos deste ano foi justamente “Tecnologias Ancestrais”.
Alunos e alunas deveriam refletir, em suas pesquisas e, consequentemente, em suas obras, sobre os saberes indígenas e afro-diaspóricos, tanto na estética e materiais utilizados para suas composições quanto no desenvolvimento artístico e tecnológico sustentável. Assim, ao longo de todo o ano, os estudantes realizaram experimentações que, ao final do período letivo, passaram por uma seleção para integrar a exposição coletiva na Casa Firjan.
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“A exposição é a culminância do projeto, dá visibilidade à produção de alunos e alunas e chama atenção para o próprio Arte Maker, que é um projeto diferencial dessas 16 Escolas Firjan SESI. Além disso, serve como um estímulo para que novos ingressantes no Ensino Médio se interessem por essa disciplina optativa”, afirma Antenor Oliveira, Gerente de Cultura e Arte da Firjan SESI.
Júlia Costa, Coordenadora de Educação Cultural da Firjan SESI, explica que o Arte Maker parte da ideia de fazer com que alunos e alunas sejam criadores. “A escolha pelas artes visuais torna o projeto inovador na experiência do estudante. A arte contemporânea é nosso disparador para guiar essa produção artística. Não só para a exposição, mas para um olhar reflexivo, questionador e transformador do mundo. O Arte Maker é um projeto que foi criado para escutar alunos e alunas através da produção de sua arte. Durante todo o percurso, são eles os protagonistas”.
A Arte Maker promove a reflexão dos estudantes
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Como parte da metodologia STEAM (sigla, em inglês, para Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), a cultura maker apresenta aos jovens o conceito de “faça você mesmo”, além de estimulá-los a refletir sobre suas próprias realidades. Foi pensando sobre sua própria negritude que Isaac Rodrigues, de 17 anos, aluno do terceiro ano do Ensino Médio na Escola Firjan SESI São Gonçalo e do curso técnico de Automação Industrial na Firjan SENAI, produziu a obra “Redescoberta das Cores“.
“Sempre gostei muito de desenhar e comprava muitos lápis para colorir. Mas não encontrava lápis com a minha cor de pele. A partir daí, me inspirei em um trabalho de fotografias para criar bases com diferentes cores, utilizando elementos naturais, como urucum, anil azul, argilas marrom e amarela e óleos minerais e de rosa mosqueta”, detalha Isaac, que ainda produziu, junto com seus colegas Letícia Gomes, Maria Fernanda Oliveira, Nathan Velasco e Yuri Jaciel de Aquino, um vídeo documentário que também será exibido na exposição.
Thaís Cruz Teixeira, professora da Escola Firjan SESI Tijuca, no Rio de Janeiro, reforça a função da disciplina de Arte Maker como uma possibilidade para os jovens pesquisarem, refletirem e expressarem questões que estão nas pautas contemporâneas, como as relacionadas à temática da exposição.
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“Entendo a Arte como uma oportunidade de trabalhar o tema ancestralidade dentro da Educação. Tem muitos assuntos que alunos e alunas trazem para as aulas que ainda são tabus. Então, é um momento de questionar, pensar, refletir sobre suas próprias origens, sobre práticas familiares presentes em seus cotidianos, sobre questões individuais ou coletivas”, acredita Thaís.
A aluna Agatha Rodrigues será uma das expositoras. Ela cursa o técnico em Edificações na Firjan SENAI e a 3ª série do Ensino Médio na Escola Firjan SESI Tijuca. Na exposição, Agatha vai apresentar um móbile, formado por um conjunto de quatro quadros que representam constelações importantes para os povos originários. O trabalho nasceu do interesse de Agatha pelas estrelas. Ela lembra que costumava mirar o céu quando criança.
Quando perguntada sobre o que significa ancestralidade, Agatha diz que ela está na nossa essência. “É o que nos acompanha pela vida, aquilo que nos forma. E a Arte é uma maneira surreal de aliviar a alma e o coração”, diz.
Serviços “Arte Maker – Tecnologias Ancestrais”
De 02/03 a 14/04
Entrada gratuita
Local: Casa Firjan (Rua Guilhermina Guinle, 211, Botafogo – Rio de Janeiro)
Horários de funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 19h