Os artistas brasileiros Vivian Caccuri, Lúcia Koch e OSGEMEOS iluminam a capital saudita como parte do Noor Riyadh, o maior festival de arte de luz do mundo
- Caccuri, Koch e OSGEMEOS estão entre os mais de 100 artistas de mais de 35 países que iluminam a Riade com mais de 120 obras de arte.
- A terceira edição do festival Noor Riyadh vai até 16 de dezembro, com a exposição que o acompanha ficando aberta até 2 de março de 2024.
- As duas primeiras edições do Noor Riyadh receberam oito recordes mundiais do Guinness.
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Os celebrados artistas brasileiros Vivian Caccuri, Lúcia Koch e OSGEMEOS estão cativando o público da Arábia Saudita e de todo o mundo com obras de arte espetaculares como parte do Noor Riyadh 2023.
O Maior Festival de Arte de Luz do Mundo retorna à capital saudita sob o tema “O Lado Brilhante da Lua do Deserto”.
O festival em toda a cidade vai até 16 de dezembro de 2023 e tem como parte uma exposição que fica aberta até 2 de março de 2024.
- Vivian Caccuri, radicada no Rio de Janeiro, criou a obra de arte comissionada “Fourth World (2023)” (em português: O Quarto Mundo) para o Noor Riyadh 2023. Composta por alto-falantes, amplificadores e luzes de palco, esta é uma obra de arte que convida o visitante a entrar. A obra Fourth World exige que seus espectadores ativem o espaço e se conectem com ele através do som e da luz. A instalação inclui música programada pela artista e pelo músico Hasan Nakhleh, que eles fizeram usando inteligência artificial e que é autogerativa, infinita e em constante mudança. Seguindo os padrões de ritmo e escala do Oriente Médio, a composição rítmica vai contra a maioria das músicas generativas que geralmente são feitas a partir da música pop ocidental. Ancorado nas tradições musicais árabes, o som é composto por uma mistura delas com ritmos percussivos brasileiros, ficticiamente chamados por Caccuri e Nakhleh de “Fourth World”. Sincronizadas com as batidas e escalas fundamentais da música, as luzes do palco criam uma coreografia única, dançando junto com a música no tom de cores característico de Caccuri. Criando vibrações visuais e sonoras que hipnotizam o corpo, seu trabalho sinérgico destaca a capacidade da música de unir as pessoas e cria plataformas para uma nova dimensão, para um Quarto Mundo.
Caccuri cria situações que perturbam a experiência cotidiana, desafiando percepções arraigadas na cultura e nas estruturas cognitivas em relação ao som e à música. Ela investiga o impacto físico, sociopolítico e espiritual do som, especialmente os indesejados ou subalternos. Seu interesse pelo som que é abundante, mas situado à margem da sociedade, também a levou a prestar atenção aos mosquitos e outros insetos, misturando dados científicos e ficção. Concentrando-se especialmente no som pelo seu significado e história que carrega, bem como pela experiência corporal que gera, seu trabalho expõe a psicologia e o contexto do som.
Seu trabalho foi exibido em várias exposições individuais e coletivas, incluindo The Shadow of Spring, New Museum, Nova York, 2022; Bienal de Veneza, 2019; General Ecology, Serpentine Galleries, Londres, 2019; Bienal do Mercosul, 2018; Bienal de Kochi-Muziris, 2018; Future Generation Art Prize no Pinchuk Art Center, Kiev, 2017; e Bienal de São Paulo, 2016.
- Lúcia Koch, radicada em São Paulo, criou a obra de arte comissionada “Picnic Cones (2023)” (em português: Cones de Piquenique) para o Noor Riyadh. Koch usa a qualidade efêmera da luz e da névoa para alterar os arredores e transformar a paisagem. A instalação de luz de seis metros e cinco cones “Picnic Cones” insere-se no Salam Park e na extensão desértica que faz fronteira com a Wadi Namar Dam, usando “anéis” coloridos projetados que incorporam postes de iluminação. Seu trabalho envolve a comunidade local e chama a atenção para as práticas sociais usuais que ocorrem nesses locais de lazer. Fundindo criativamente a luz com as estruturas existentes, explora os meandros do design do parque e como as pessoas se adaptam a esses espaços, reconhecendo o significado dos piqueniques noturnos e caminhadas como momentos importantes de sociabilidade.
Fazendo uso de mídias como fotografia, vídeo e intervenções arquitetônicas para instalações em grande escala, o trabalho de Koch chama a atenção para os aspectos negligenciados do ambiente cotidiano. Ela altera os espaços utilizando mantas, tecido e outros métodos para filtrar a luz, criando uma atmosfera que sugere um estado alterado do local. Além dessas intervenções, ela também cria fotografias de interiores vazios de caixas de papelão que são ampliadas até uma escala arquitetônica.
Exposições recentes incluem o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, 2021; Instituto Inhotim, Brumadinho, 2020; La Biennale d’Architecture, Frac Centre – Les Turbulences, Orléans, 2017; Phoenix Art Museum, 2017; Wexner Center for the Arts, Columbus, Ohio, 2014; e Contemporary Art Museum, Tokyo, 2008.
- OSGEMEOS são os artistas de rua e gêmeos idênticos Otávio e Gustavo Pandolfo. Eles criaram a obra de arte comissionada “Experience (2002-23)” (em português: Experiência) para o Noor Riyadh. Os artistas gêmeos têm a intenção de compartilhar seu mundo surreal interior com o público. Dentro de uma casa pintada com cores vivas, há uma instalação de vídeo imersiva. Os artistas convidam o público a passar pela soleira da casa, entrando em sua dupla mentalidade, onde o espectador fica imerso em vídeo e som exuberantes. As imagens em constante transformação apresentam suas figuras clássicas e familiares ao lado de abstrações geométricas coloridas, levando o espectador a uma jornada por seu universo único. Gratos por terem encontrado a expressão artística como parte integrante de suas vidas, OSGEMEOS compartilham seu mundo íntimo interior para inspirar outras pessoas a realizar seus próprios sonhos.
O trabalho dos gêmeos tem sido descrito como “fantástico” e “surreal” devido ao seu estilo sonhador, ilustrativo e padronizado. Os dois sempre exploraram em conjunto, com uma dedicação atenta, as várias técnicas de pintura, desenho e escultura, que vieram do envolvimento com as ruas como seu local de estudo. Eles começaram com grafites, mas ao longo dos anos criaram um universo compartilhado, do qual sonham juntos e se inspiram. As imagens derivadas de seu subconsciente tornaram-se mais poderosas do que a arte de rua que eles criavam: uma linguagem própria, incorporando uma infinidade de influências e culturas, à medida que evolui constantemente. Seu diversificado corpo de trabalho, que muitas vezes apresenta personagens amarelos – tirados do tom amarelo de seus sonhos – varia de grafite a escultura cinética, de intrincadas instalações de vídeo a murais elaborados.
O trabalho de OSGEMEOS foi exibido em museus e instituições conceituadas, incluindo o Institute of Contemporary Art, Boston, 2012; Institut Valéncia d’Art Modern, 2011; Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, 2010; Museu de Arte Brasileira, São Paulo, 2010; Museum of Contemporary Art San Diego, 2010; e Museum of Contemporary Art, Hiroshima, 2009.
O festival Noor Riyadh tem curadoria de Jérôme Sans, Pedro Alonzo, Alaa Tarabzouni e Fahad Bin Naif. Ele possui mais de 120 instalações de arte de luz em grande escala, projeções em edifícios, performances e mais de mais de 100 artistas de mais de 35 países. O evento também conta com mais de 35 artistas sauditas.
A exposição que acompanha o Noor Riyadh, intitulada Refracted Identities, Shared Futures (em português: Identidades Refratadas, Futuros Compartilhados), tem curadoria de Neville Wakefield e Maya Al Athel e apresenta o trabalho de 32 artistas do mundo inteiro que exploram um mundo multidimensional de luz.
Desenvolvida com o objetivo de nutrir o talento local e ampliar a economia cultural da Arábia Saudita, o Noor Riyadh faz parte da Riyadh Art, uma das maiores iniciativas de arte pública do mundo. A Riyadh Art pretende transformar a capital saudita numa “galeria sem paredes”, com mais de 1000 instalações de arte pública, espalhadas pela cidade através de 10 programas e dois eventos anuais.
Ao longo de suas edições, o Noor Riyadh criou momentos únicos de alegria em toda a cidade e proporcionou a milhões de visitantes a oportunidade de apreciar obras de arte de luz de classe mundial e redescobrir a cidade de Riade sob uma nova luz. Em 2022, o Noor Riyadh celebrou várias conquistas, incluindo receber 2,8 milhões de visitantes no festival e ganhar seis recordes mundiais do Guinness, um dos quais sendo a maior celebração de arte de luz do mundo.
A terceira edição do Noor Riyadh foi inaugurada com a capital saudita sendo eleita cidade sede da World Expo 2030. A Riade será apenas a segunda cidade árabe a acolher a Expo.
Sobre o Noor Riyadh
O Noor Riyadh é um festival anual de luz e arte que ocorre em toda a cidade e que foi lançado em março de 2021. O Noor Riyadh inclui um festival e uma exposição de classe mundial, juntamente com um programa público de atividades para a comunidade, que inclui oficinas educacionais, palestras e apresentações. O Noor Riyadh é o maior festival de arte de luz do mundo e combina obras de arte de luz da mais alta qualidade dos principais artistas internacionais e sauditas, ocupando a maior área urbana de qualquer festival de arte de luz do mundo. Organizado no âmbito da Riyadh Art, o festival visa fomentar o talento local e inspirar os jovens a impulsionar a economia criativa da Arábia Saudita.