Editora Telha estreia na Flip discutindo questões raciais contemporâneas
Participação acontece na Casa Poéticas Negras, de 24 a 26 de novembro, com a presença de oito autoras e autores da editora na Festa Literária de Paraty (Flip). Educação para diversidade, narrativas de mulheres negras e albinismo estão entre os temas da programação
De 24 a 26 de novembro, a Editora Telha marca presença na Festa Literária de Paraty (Flip) 2023. A participação acontece em parceria com a Casa Poéticas Negras, com foco em obras e autores ligados à literatura afro-brasileira. Estão na programação nomes como Verônica Santana, Hananza, Tatiana Moreira, Richard Santos e Roberta Federico – autores da Telha – e ainda outras personalidades da cena cultural preta, como Katiuscia Ribeiro, Fayda Belo, Dani Balbi e Angela DaCor, fundadora da Casa Poéticas Negras.
“É um momento muito especial e importante para a Telha, que chega com o propósito de ampliar a visibilidade de novas e novos autores negros no cenário da literatura brasileira, principalmente com obras e temáticas muito ligadas a questões sociais contemporâneas”, conta Douglas Evangelista, fundador e diretor da Editora Telha.
Na Casa Poéticas Negras, a Telha realizará oito mesas. Na programação, estão temas como saúde mental e subjetividades de mulheres negras, narrativas de mulheres negras; pensamento negro contemporâneo, filosofia e literatura afrodiaspórica para emancipação e educação para a diversidade.
Albinismo: questão invisibilizada
“É um privilégio participar da Flip junto à Telha, em uma programação tão potente, de aquilombamento, ancestralidade e diversidade, como a Casa Poéticas Negras”, afirma Tatiana Moreira, autora de ‘A história de Ayana’, lançada pela editora carioca.
O livro conta a história de Ayana e de suas descobertas sobre o albinismo, com destaque para seu encontro com o pertencimento racial negro – tema ainda invisibilizado nas discussões de racismo no Brasil hoje, segundo Moreira. “O albinismo ficou silenciado por muito tempo em função do próprio racismo, que faz com que muitas pessoas tenham dificuldade de reconhecer a sua negritude, ainda mais em pessoas sem melanina em função da condição genética”, explica.
“Mas há alguns anos, as pessoas com albinismo têm começado a se apropriar do conhecimento sobre si mesmas e colocado a discussão em pauta, assim como a sua relação com a negritude”, diz a autora, que é uma mulher com albinismo negra.
Confira a programação completa. Em negrito estão os autores publicados pela Telha:
Sexta, 24/11
10h: ‘Educar para a diversidade: mediação de leitura’, com os livros de Noelia Miranda e Tatiana Moreira
14h: ‘Saúde Mental e subjetividades de mulheres negras e seus enfrentamentos à negrofobia’, com Roberta Federico, Veronica Santana | Mediação: Tatiana Moreira
Sábado, 25/11
10h: ‘Narrativas de mulheres negras: estratégias e tecnologias sociais para emancipação’, com Dani Balbi, Thaina Briggs e Valesca Lins | Mediação: Veronica Santana
11h30: ‘História, cultura e memória do pensamento negro’, com Henrique Marque Samyn, Marcelo Augusto Monteiro | Mediação: Thaina Briggs
17h30: ‘Movimentos negros, lutas antirracistas e relações étnicos racias no mundo contemporâneo’, com Richard Santos, Flávia Rios e Luiza Mandela | Mediação: Vitor Trindade
19h: “Combinaram de nos matar. Mas nós combinamos de não morrer”, com Fayda Belo, Luciana Barreto e Hananza | Mediação: Catita
20h30: ‘Filosofia e literatura afro-diaspórica para emancipação’, com Teresa Cardenas, Katiuscia Ribeiro e Josane Silva Souza | Mediação: Richard Santos
Domingo, 26/11
13h: Contos de nossa terra, com Máximo Lustosa, Paulo S. Oliveira e Jô Freitas | Mediação: Angela DaCor
SERVIÇO
Telha na 23ª Festa Literária de Paraty – Flip 2023
Quando? 24, 25 e 26 de novembro
Onde? Casa Poéticas Negras
Endereço: Rua Comendador José Luiz, 398 Centro Histórico, Paraty – RJ
>> Para mais informações, acesse o site oficial da Editora Telha
>> Conheça os autores da Editora Telha que estarão na Flip 2023
Sobre a Editora Telha
Criada no Rio de Janeiro, no final de 2019, a Editora Telha surge do desejo de dar maiores espaços para textos produzidos por autores fora dos grandes centros. Com um catálogo de obras focadas nos debates sociais contemporâneos, a Telha alcança em sua primeira publicação “Motel Brasil: uma antropologia contemporânea”, de Jérôme Souty, a marca de obra finalista do Prêmio Jabuti 2020.
Sobre a Casa Poéticas Negras
É um espaço de resgate, valorização e promoção das manifestações artísticas literárias afrobrasileiras e da Diáspora. Com sede e com atuação em Paraty no estado do RJ desde 2019, a Casa convoca à todes para pensar e agir criando novas possibilidades de emancipação dos pretos e pretas desse país através da reverberação dos seus sab7eres e fazeres. A Casa Poéticas Negras pleiteia em suas ações uma nova ordem racial e social no Brasil.