Antropólogo busca na história da arte compreensão para símbolos indígenas em lançamento da Edusp
Em “Ardis da Arte: Imagem, Agência e Ritual na Amazônia”, Carlos Fausto investiga as origens de imagens e artefatos rituais de povos da Amazônia
A Editora da Universidade de São Paulo (Edusp) lança nesta quarta-feira (27) o novo livro do antropólogo Carlos Fausto, “Ardis da Arte – Imagem, Agência e Ritual na Amazônia”. O evento será a partir das 19h, na Livraria da Travessa de Ipanema (Rua Visconde de Pirajá, 572, Rio de Janeiro-RJ).
Na obra, Fausto investiga imagens e artefatos rituais de povos indígenas da Amazônia e se debruça sobre a história da arte para resgatar o que levou a imagem ou o artefato ritual a terem aquele significado, numa trajetória etnográfica, teórica e comparativa.
Assim, tenta desvendar a relação entre as convenções e os mecanismos pragmáticos pelos quais as imagens ameríndias tomam vida, ganham poderes ou presentificam seres espirituais. Porém, em vez de buscar explicações na ontologia destes povos, o autor descreve quando, como e em quais contextos estas transmutações acontecem.
Para obter o arcabouço necessário, o Fausto mergulhou em estudos sobre história da arte e história medieval que permitiram, também, fazer uma comparação das representações dos povos originários americanos em relação à visão do povo ocidental.
Em sua avaliação da própria obra, ele diz que sua construção é “pouco convencional”, porque ele se delimitou a fazer uma etnografia densa dos povos indígenas, com base nos dois que são seus objetos de estudo – os Parakanã e os Kuikuro -, ao mesmo tempo em que faz um comparativo entre os povos indígenas desde o Alasca ao Chaco, e dos povos originários com os europeus, de modo a evidenciar a diferença entre o regime de imagens de cada um.
Sobre o autor
Carlos Fausto é doutor em antropologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e tem pós-doutorado pelo Laboratoire d’Anthropologie Sociale (Collège de France/CNRS). Atua como professor titular da UFRJ, Global Scholar da Universidade de Pricneton e bolsista de produtividade 1B do CNPq.
Foi professor e pesquisador visitante na École Pratique des Hautes Études, na École des Hautes Études en Sciences Sociales, na Universidade de Chicago, no Center for Latin American Studies da Universidade de Stanford, no Center for Latin American Studies da Universidade de Cambridge e na Universidade de Bergen.
Promove pesquisas com povos indígenas desde 1988 e coordena projetos de capacitação, video-realização e documentação compartilhada com a Associação Indígena Kuikuro do Alto Xingu (AIKAX), além de projetos fotográficos e cinematográficos independentes na Amazônia.
Documentarista e fotógrafo, dirigiu o longa-metragem “As Hiper Mulheres”.
SERVIÇO
Lançamento de “Ardis da Arte – Imagem, Agência e Ritual na Amazônia”
Quando: Quarta-feira (27)
Horário: a partir das 19h
Onde: Livraria da Travessa de Ipanema
Endereço: Rua Visconde de Pirajá, 572, Rio de Janeiro (RJ)
Mais informações: (11) 3091-4149