SÓ VENDO COMO DÓI SER MULHER DO TOLSTÓI”
Monólogo de Ivan Jaf, estrelado por Rose Abdallah, estreia no Teatro Rogério Cardoso em setembro
Por trás de um grande homem, existe uma mulher maior ainda! Maior e muito sofrida!
Escrito por Ivan Jaf, estrelado por Rose Abdallah, com direção de Johayne Hildefonso e música original de André Abujamra, o monólogo “Só vendo como dói ser mulher do Tolstói” revela que o casamento de Sofia Tolstói com o célebre escritor russo Leon Tolstói, autor de “Guerra e paz” e “Anna Karenina”, foi um pesadelo patriarcal, machista e abusivo, como comprovam os diários escritos por ela durante os 48 anos de relacionamento.
A peça iniciou temporada de seis apresentações no Teatro Rogério Cardoso, na Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema, no dia 6 de setembro.
As sessões serão às quartas e quintas-feiras, às 19h, com ingressos a R$ 50 e R$ 25.
Ofuscada pela fama do marido por dois séculos, só agora, com os movimentos de empoderamento feminino, a voz de Sofia começa a ser ouvida. Em “Só vendo como dói ser mulher do Tolstói”, uma atriz prepara-se para entrar em cena no papel de Sofia. No camarim, mistura a voz da personagem com sua voz feminista atual, indignada e revoltada com o escritor machista e abusivo. Mistura também épocas – inícios dos séculos XX e XXI – e espaços – Rússia e Brasil. Em uma linguagem do nosso tempo, Sofia enfim fala. Nos bastidores da vida de um grande homem, havia mesmo uma grande mulher, mas ela foi massacrada e oprimida.
“Conhecia Sofia Tolstói apenas por foto e sempre ao lado do marido Leon Tolstói, o grande romancista russo. Quando li o monólogo, foi um mistura de sentimentos: amor por ela e choque por conhecer o outro lado de Tolstói. Apesar de toda sua genialidade, ele era um homem comum, um russo seguidor fiel dos ensinamentos do Domostroi, que, em russo, significa ‘ordem na casa’, ‘se o marido não domar a esposa, todo lar desmorona’. Conheço várias mulheres que ainda hoje vivenciam os mesmos conflitos que Sofia. Talvez leve mais alguns séculos para que uma mudança concreta ocorra e que, finalmente, as mulheres tenham seu protagonismo reconhecido! Salve Sofia Tolstói! Salve o protagonismo feminino”, exalta a atriz Rose Abdallah.
Sofia foi casada com o célebre escritor russo Leon Tolstói por 48 anos, até que, no dia 28 de outubro de 1910, ele fugiu de casa e acabou morrendo dez dias depois na estação ferroviária de uma pequena vila a 300 quilômetros de distância. O pior foi que a culpa sobre a morte do famoso escritor recaiu sobre Sofia, que foi considerada uma megera da qual Tolstói havia fugido e por isso morrera.
Foram quase 50 anos de brigas entre o escritor e a esposa. Um século de machismo estrutural, somado à imensa fama planetária e importância da obra de Tolstói, legou à Sofia o papel de megera. No entanto, o movimento feminista vem corrigindo essa injustiça. Durante toda a relação, cada qual retratou em diários o que se passava entre eles, em detalhes. É a leitura atual desses diários que está revelando o verdadeiro vilão dessa história. À luz das modernas teses feministas, fica clara a relação tóxica, abusiva e patriarcal do homem Leon, independentemente de seu inquestionável talento literário. É a partir do conteúdo desses diários que o dramaturgo Ivan Jaf constrói seu monólogo, dando voz a Sofia. Não uma voz contida pela repressão da mulher na Rússia do começo do século XX, sob o peso da Igreja Ortodoxa e da mão pesada do czarismo, mas um discurso com toda a verve libertária da indignação feminina atual.
Ficha técnica
Autor: Ivan Jaf
Direção: Johayne Hildefonso
Idealização e atuação: Rose Abdallah
Desenho de luz: Evely Silva
Visagismo e adereços: Ancelmo Salomão Saffi
Direção de arte: Giovanni Targa
Música original: André Abujamra
Cenários e figurinos: Giovanni Targa, Alessandra Miranda, Miguel Sasse e Ricardo Ferreira
Costureira: Edeneire Santos
Marcenaria: Alexandre Ramos
Fotografia: Vitor Kruter
Designer gráfico: Maurício Tavares / Inova Brand
Artes gráficas e redes sociais: Silvana Costa
Assessoria de imprensa: Sheila Gomes
Direção de produção: Rose Abdallah e Sandro Rabello
Produção executiva: Márcio Netto / Ganga Projetos Culturais
Realização: Rose Abdallah / Abdallah Produções e Sandro Rabello / Diga Sim Produções
Serviço
“Só vendo como dói ser mulher do Tolstói”
Temporada: dias 6, 7, 13, 14, 20 e 21 de setembro (quartas e quintas-feiras)
Horário: 19h
Local: Teatro Rogério Cardoso – Casa de Cultura Laura Alvim
Endereço: Av. Vieira Souto 176 – Ipanema – Rio de Janeiro