Adaptação inédita de livro de Fabrício Carpinejar marca retorno de Vânia de Brito aos palcos após 16 anos
Espetáculo “Antes que seja tarde” tem direção de Delson Antunes e faz temporada no Teatro Cândido Mendes a partir de agosto
A nem sempre fácil relação dos filhos com os pais idosos é o tema do espetáculo solo que marca o retorno da atriz, diretora e roteirista Vânia de Brito ao teatro após 16 anos.
Baseado no best-seller “Cuide dos pais antes que seja tarde” (Bertrand, 2018), de Fabrício Carpinejar, o texto – com adaptação dramatúrgica do diretor teatral Antonio Januzelli e do ator Rodolfo Amorim – fala do quanto os filhos, mesmo quando bem intencionados, acabam por negligenciar o cuidado com os pais na velhice.
“O livro me pegou pelo coração. Tenho uma mãe de 92 anos. Foi o que me motivou a fazer essa volta aos palcos”, conta Vânia, que convidou Delson Antunes, parceiro de seu último espetáculo teatral, para dirigir o monólogo.
Com estreia marcada para 2 de agosto, no Teatro Cândido Mendes, Antes que seja tarde cumprirá temporada de dois meses, sempre às quartas e quintas, às 20h.
No cenário minimalista assinado pelo premiado José Dias, onde se destaca uma cadeira antiga e poucos objetos cênicos, a atriz assume a personalidade de Carpinejar na condução da narrativa, ao mesmo tempo em que mistura memórias próprias às do autor na elaboração da dramaturgia: “A obra me tocou muito porque trata da urgência da vida, dos laços que construímos”, resume Vânia, que fez um recorte abrangendo 20 das 65 páginas do livro.
Ao longo do espetáculo, lembranças evocadas desde a infância até a vida adulta revelam as idiossincrasias das relações parentais e prometem criar identificação com a plateia: “Mesmo com os detalhes específicos da história de cada um, muitas situações abordadas são comuns à vida de todos e vão despertar muitas lembranças no público”, aposta o diretor Delson Antunes, que conta com o desenho de luz do igualmente premiado Aurélio de Simoni para destacar as várias nuances do espetáculo.
Biografias
Vânia de Brito, idealização e atuação
Atriz, roteirista e diretora, Vânia nasceu em Aracaju (SE) e radicou-se no Rio de Janeiro aos 17 anos. Formada em Artes Cênicas, atuou no teatro, cinema e televisão. Seus trabalhos incluem produções da TV Globo, entre novelas e seriados, como Champagne (1983), Barriga de Aluguel (1990), Minha nada mole vida (2006), Duas Caras (2008), Supermax (2016) e Orgulho e Paixão (2018). No cinema, participou de Minha mãe é uma peça (2013) e O amor dá voltas (2017). No teatro, integrou produções como A Sereiazinha (1991) e A filha de Lúcifer, com Cleyde Yáconis (1993), ambos com direção de Miguel Falabella; e Morir (2015), sua primeira parceria com o diretor Delson Antunes.
Delson Antunes, direção
Diretor, ator, professor, dramaturgo e pesquisador de teatro, Delson Antunes é licenciado em Artes Cênicas pela Universidade de Brasília (UnB) e concluiu Mestrado em Teatro pela UniRio, especializando-se em História do Teatro Musical Brasileiro, em 1996. Em 2004, publicou pela Editora Funarte Fora do Sério – um Panorama do Teatro de Revista Brasileiro. Como professor e pesquisador da arte da interpretação cênica, coordenou juntamente com Françoise Forton o curso de interpretação VocEncena, em Niterói (1992-2021). Foi coordenador e professor de teatro no curso de interpretação do Senac-Rio (2000-2005) e atuou ainda como professor de teatro e TV, no curso de formação de atores da Escola Wolf Maya (2013/2022), no Rio de Janeiro. Como ator, diretor e dramaturgo participou de mais de 90 espetáculos teatrais, apresentados em Brasília, Rio de Janeiro e em diversas cidades brasileiras. Entre seus trabalhos em teatro, estão o roteiro e assistência de direção do espetáculo Sapatinhos Vermelhos, de Caio Fernando Abreu, dirigido por Camilla Amado, em 2006. No mesmo ano, dirigiu Entre Quatro Paredes, de Jean-Paul Sartre, apresentada no Teatro Villa-Lobos. Em 2007, roteirizou e dirigiu O Homem Vivo, de Bertold Brecht (indicação Prêmio Shell). Ainda em 2007, dirigiu Anjo Malaquias, do poeta gaúcho Mário Quintana, adaptado por Affonso Drummond e Eloí Calage (indicação Prêmio Shell). Em 2010, dirigiu Mulheres de Caio, de Caio Fernando Abreu. Codirigiu, ainda, com Camilla Amado, A Mais Forte, de Strindberg. Depois, no ano de 2011, também fez a codireção com Camilla Amado de A Lição e A Cantora Careca, de Eugène Ionesco. Ainda em 2011, atuou em O Confronto, dirigido por Domingos de Oliveira. Em seguida, dirigiu e adaptou Homens, baseado na obra de Caio Fernando Abreu; Se Eu Fosse Eu, espetáculo de teatro itinerante sobre a obra de Clarice Lispector. Em 2021, realizou temporada online de Sangue no Olho, da escritora chilena Lina Meruane. Apresentou, ainda, Myrna Responde, de Nelson Rodrigues, encenação realizada em praça pública em homenagem aos 41 anos de morte do autor. Em 2022 encenou O Segredo de Areia, de Rosa Kapila e criou a dramaturgia de A Vida Não É Justa, de Andréa Pacha. Em 2022 dirigiu e adaptou O Segredo de Areia, de Rosa Kapila, apresentada no teatro Glaucio Gill e Sangue no Olho, de Lina Meruane em Brasília. Em 2023 co-dirigiu, com Samir Murad, O Cachorro que se Recusou a Morrer, em cartaz no Rio de Janeiro.
Roy D’ Peres, produção
Bacharel em Produção Cultural pelo IFRJ e passagem pelo Bacharelado em Artes Cênicas – Habilitação em Teoria do Teatro pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). É publicitário formado pela Universidade da Amazônia e Pós-graduado em Gestão da Cultura pela Unesa. Trabalha com Atuação Teatral e Produção Cultural voltada para Teatro, TV e Cinema há mais de 20 anos. Foi Professor de Interpretação Teatral do Retiro dos Artistas, Agência Cintra, Centro de Cultura e Desenvolvimento Artístico João Paulo Machado e do Centro de Aperfeiçoamento em Teatro Musical La Rumba Cëna, além de ser instrutor de Produção de Shows e Eventos do Departamento de Extensão da Universidade Estácio de Sá. Compões o time Técnico da Subsecretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro através da Produção Executiva do Programa Cadeira Cativa e compões a Comissão Gestora das Lonas, Arenas e Areninhas dentro do Apoio Administrativo da SubC, além de participar da equipe de suporte interno da Lei Aldir Blanc – Incisos 2 e 3. Em seu currículo constam ainda produções internacionais como a Conferência Laban 22+100, Bienal Internacional de Arte Digital, Temporada Cia Suave e Cia Rec de Dança por Paris, Berlim e Frankfurt. Em proporções nacionais, é produtor executivo do Instituto Casa do Choro, Orquestra Harmônicos de Conservatória, Quinteto Villa-Lobos e faz parte da equipe de produção local do Grupo Galpão no Rio de Janeiro.
FICHA TÉCNICA
Antes que seja tarde
Idealização: Vânia de Brito
Baseado no livro Cuide de seus pais antes que seja tarde, de Fabrício Carpinejar
Adaptação: Antonio Januzelli e Rodolfo Amorim
Direção: Delson Antunes
Com: Vânia de Brito
Cenário: José Dias
Iluminação: Aurélio de Simoni
Assessoria de comunicação: Dobbs Scarpa
Produção: Roy D’Peres
SERVIÇO
Temporada: de 02 de agosto a 28 de setembro
Sessões: quartas e quintas, às 20h
Ingressos: R$ 60,00 (meia entrada para estudantes e maiores de 65 anos)
Vendas online: Sympla
Duração: 60 min
Capacidade: 103 lugares
Classificação indicativa: 14 anos
Local: Teatro Cândido Mendes – Sala 1
Endereço: Rua Joana Angélica, 63
Bilheteria: 3149-9018
Informações: 99424-4602
Acesso para pessoas com necessidades especiais
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