Banda da Hora lança “Vai e Vem” usando elementos oníricos
para falar de relação à distância
Ouça aqui “Vai e Vem”:
A distância nas relações, se contrapondo à vontade de estar sempre junto, é o tema do novo single da Banda da Hora, o blues-rock “Vai e Vem”. O compositor e letrista Daniel da Hora usa de elementos poéticos e oníricos para contar a história de um casal que se encontra e se separa todo dia, num eterno “vai e vem”, mas que deseja estar sempre junto.
Quando se pensa em relação à distância, vem à cabeça a imagem de um casal que mora em cidades diferentes e que se vê de tempos em tempos. E se eles se encontrassem com frequência, vivendo constantemente a alegria do reencontro e a dor da separação, vivendo na em cidades próximas, na mesma cidade em bairros diversos, ou no mesmo bairro em ruas distintas?
“A letra é um pedido para que o Sol e a Lua, em suas jornadas diárias, sirvam de “meio de transporte” para levar um amante até o outro”, comenta Daniel. No clima onírico da canção, o eu-lírico roga que a Lua “construa com as estrelas ponte até o meu jardim”, trazendo até ele a sua amante, descrita como “a sereia de cabelos soltos e que me prendeu”.
O clima de sonho é mantido na capa do single, que traz uma adaptação livre do quadro “Noite Estrelada”, de Van Gogh mesclado com alguns elementos da letra da canção, como os já mencionados Sol, Lua e Sereia.
“Essa música foi composta como uma balada-rock, inspirada em algumas canções do Skank, mas os testes em estúdio indicaram um caminho mais voltado para o blues, que também se insere muito bem na estética mais rock que a Banda busca desde 2020”, conta Daniel.
“Ela renasce todo dia / Fênix dentro do meu peito / No meu leito”, , diz a letra emulando o amor que se renova a cada ida e vinda, a cada “vai e vem” de uma relação. Quem canta estes versos é Léo Ferrera, convidado para assumir o vocal da Banda da Hora, que a cada single convoca um time de músicos para dar cor às composições de Daniel. Mineiro da cidade de Sete Lagoas, Léo faz sua quarta colaboração com a banda, tendo participado como ator no videoclipe de “Live Particular” e emprestado sua voz para os singles “Cores” e “Como Um Furacão”.
Em “Vai e Vem”, ele traz a pegada que o compositor (Daniel), diretor artístico da Algorock (Lúcio Fernandes Costa) e produtores musicais (Fabrício Matos e André Vasconcelos) buscavam para o novo lançamento. Fabrício, além de tocar guitarra em “Vai e Vem”, gravou, mixou e masterizou a faixa no Estúdio 2, na Barra da Tijuca (RJ), seu estúdio em sociedade com André, que, além de coproduzir, tocou teclados. Fabrício já foi nomeado sete vezes para o Grammy Latino, ganhando duas vezes como engenheiro de som. André já tocou com grandes nomes da MPB e foi produtor nos programas The Voice e Superstar.
O single fecha o EP “Cores”, lançado pelo selo Algorock e que traz as sete músicas disponibilizadas pelo grupo desde o advento da pandemia. Neste período, o grupo consolidou a evolução de sua sonoridade em direção a elementos pop e rock.
A ordem das faixas do EP, “Como Um Furacão”, “Cores”, “Vai e Vem”, “Mudar de Galáxia”, “E Se”, “Live Particular” e “Não Vou Parar”, não é aleatória. Foi escolhida para refletir uma história que traz um arco de encontro, ruptura e reconstrução, representada pela construção e estabilidade de uma relação anterior, rompimento desta relação e posterior recomeço da vida como parte de um novo ciclo de transformação. As diversas “cores” pelas quais nossas vidas afetivas passam ao longo de nossas existências.
Fundada em 2016, no Rio de Janeiro, passeando pelo rock, pela MPB e pelo reggae, a banda passou a ser um projeto de um homem só e seus convidados depois que a pandemia levou os integrantes a outros lugares. Uma espécie de The Alan Parsons Project, mas sendo um projeto do compositor, no qual o bandleader não é exatamente o frontman:
“A composição sempre veio primeiro, para mim. A Banda da Hora é um veículo para minhas canções. Componho ao violão, para vários gêneros musicais. Toquei guitarra na primeira fase da banda, depois passei para o violão elétrico. Acompanho tudo de perto, dentro do estúdio.”, diz Daniel.
“Chega deste vai e vem / É ela que me faz tão bem” concluem os últimos versos da canção, que tocam o sentimento de quem precisa constantemente se afastar mas só quer mesmo é ficar perto de seu amor.