No domingo, dia 30/04, a festa vai ser ao ar livre, gratuita, no dia da comemoração internacional do jazz.
O cantor e pianista Jonathan Ferr, um dos principais nomes do jazz nacional contemporâneo, faz show no Parque de Madureira pelo projeto Sai da Rede, apresentando o repertório do álbum “Liberdade” (2022), seu trabalho mais recente, em que aposta no urban jazz, o jazz misturado a outros ritmos negros.
Madureira é o bairro em que nasceu esse carioca talentoso de 34 quatro anos e que luta para popularizar o jazz na periferia e também ampliar o alcance do gênero mesclando-o com r&b, hip-hop, música eletrônica e outras sonoridades urbanas.
A história dele é ótima: começou a se interessar pelo piano ainda criança, assistindo ao programa “Pianíssimo”, de Pedrinho Mattar, na Rede Vida, com seus pais. Aos oito anos, ganhou um tecladinho e começou a dedilhar as primeiras notas, inspirado em Tom Jobim. Na adolescência, se apaixonou pelo álbum “A Love Supreme”, de John Coltrane, e decidiu que seria músico de jazz. A profissionalização viria alguns anos depois, ao ganhar uma bolsa e se formar na Escola de Música Villa-Lobos, no Rio.
Chamado de “garoto estandarte do jazz” pelo jornal El País, Jonathan mistura música, moda e cinema, e, a cada nova empreitada artística, ele nos prova porque é um dos artistas mais inovadores da nova cena do jazz brasileiro. Com seu inovador urban jazz vem quebrando as percepções de público e trazendo um jazz acessível. Suas produções são baseadas na filosofia do afro-futurismo, inspirado no americano Sun Ra, compositor de jazz e filósofo pioneiro dessas ideias, em que o movimento usa elementos da ficção científica para se expressar em percepções e projeções dos negros no mundo futurista, colocando-se sempre em protagonismo.
“Liberdade” é uma performance elétrica de Jonathan ao lado de seu quinteto formado por: bateria (Maikon Pereira), baixo (Rerisson Luz), teclado (Jonatas Oliveira) e sax (Alex Sá), enquanto Ferr segue no vocoder, piano, synth e outras surpresas. Nesse show vai mesclar músicas dos álbuns “Cura”, “Trilogia do Amor” e do novo “Liberdade”, em que, além de tocar, ele também canta em algumas canções, além de assinar a autoria das letras, hora sozinho e outras em parceria, uma das novidades neste trabalho, que traz 10 faixas, das quais nove são inéditas e 90% cantado por mulheres: a baiana Luedji Luna, Tássia Reis, Kaê Guajajara e a jovem rapper paulista Stefanie, entre outras. Estarão lá canções desse novo trabalho como “Correnteza”, uma produção puramente instrumental, e “Meu Sol”, parceria com rimas do rapper Rashid – que ganhou videoclipe com roteiro de Ferr, que também assina a co-direção ao lado de Leo Ferraz. O ator Aílton Graça é o protagonista, que aposta em uma narrativa sobre a posse do primeiro presidente negro do Brasil.
Ferr coleciona elogios de público e crítica. Com esse jeitão profético e uma excelência no piano, que levanta toda a plateia, Jonathan é um sopro de renovação no jazz no Brasil, país onde o gênero sempre foi visto como elitista — ao contrário dos Estados Unidos, em que suas raízes remontam à música negra de Nova Orleans no início do século XX.
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@jonathanferr_oficial
Arena Fernando Torres – Parque Madureira – Rua Bernardino de Andrade, 200. Dom. (30), 17h. Grátis.