Para celebrar, o evento homenageia Dona Maria Soares,
conhecida como Dona Santinha aos 98 anos.
No dia 17 de novembro, o Theatro Municipal, no Centro do Rio, às 18h, recebe uma das programações da 3ª Edição do Festival Ori, com um coquetel de lançamento, efetivando a parceria entre a Cultne TV e o Cine Clube Zezé Motta, que foi recém lançado através da “Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro”. A união dessas instituições de cultura foi possível através da Superintendência de Audiovisual e do Instituto Cultne. O objetivo é difundir conteúdos de narrativas negras a partir do Cine Clube em rede estadual.
Para celebrar essa parceria, o evento homenageia a longeva militante histórica Maria Soares, conhecida como Dona Santinha. Nesta noite também teremos o projeto Conversas Pretas. O Conversas Pretas é um projeto-evento, idealizado por 4 mulheres negras: Ebla Mahin, Katiúcha Watuze, Aída Barros e Lica Oliveira. Espaço aberto para conversas afetuosas, plurais e diversas sobre os mais variados assuntos, seguidas da apreciação de bons drinks e outras experiências multiversas e sensoriais.
Uma noite para celebrar e entender a importância de produtos culturais pretos do audiovisual nos espaços públicos do Rio de Janeiro. A grande homenageada: Maria Soares, mais conhecida por Dona Santinha. Seu rosto se tornou símbolo de resistência durante as manifestações por justiça após a morte de Marielle Franco, em 2018, quando subiu no caminhão usado por manifestantes, na Cinelândia, e disse – “Eu sei quem matou Marielle. Quem matou Marielle foi o sistema. Alguém que armou a mão daquele atirador para calar uma voz que defendia minorias”. Embora Santinha já militava nos encontros políticos e manifestações desde 1984, foi a partir daí que se tornou uma influencer do mundo real, celebrada e parada para selfies em passeatas. O reconhecimento nas ruas também ganhou caráter oficial com homenagens, entre elas a Medalha de Honra ao Mérito Desembargadora Ivone Caetano, concedida pela OAB-RJ, e a Medalha Pedro Ernesto, da Câmara Municipal do Rio de Janeiro e a Medalha Tiradentes
“Homenagear Maria Soares é reconhecê-la como símbolo da luta feminista em nosso país. A nossa querida Dona Santinha merece todas as honras como grande militante pelos direitos da comunidade negra.” Comentou Dom Filó.
O ponto de partida da trajetória de militância de Dona Santinha foi em 1984 quando seu irmão morreu. Ele era filiado ao partido comunista, perseguido e preso inúmeras vezes durante a ditadura militar. Em seu leito de morte, Santinha prometeu que seguiria a sua luta.
Em sua trajetória procurou a Célula do PC do B, porém achou muito rígido, pois seu lema era ser livre. Foi ao MDB, porém não se filiou. E já em seu terceiro partido, foi ao PDT, na época do Brizola. Pegou o estatuto para ler e tinha a quarta cláusula, que era pelos Negros. Santinha, declarou que esse era seu partido e se filiou. A partir daí, passou a ir às ruas para além da política partidária, como forma de expiar o que chama de seu “início de preconceito”.
O Festival Ori propõe um mergulho na cultura afro-brasileira, a fim de celebrar a luta e a resistência necessárias até os dias de hoje, para a sobrevivência da população negra, principalmente nas periferias e favelas do Brasil. A 3ª edição acontece durante todo o mês de novembro, com ações e programações em locais diversos. Um grande encontro da comunidade negra para celebrar nossa resistência e potência por meio de shows, exposições artísticas presenciais e virtuais, rodas de conversas, atividades infantis e feira de afro empreendedores de artesanato, moda e gastronomia.
Local: Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Endereço: Praça Floriano, S/N – Centro
Horário: 18h