“A Vida Passou Por Aqui”, cujo argumento foi criado a partir da experiência pessoal de Claudia Mauro com sua família, lança um olhar otimista sobre o envelhecimento e as angústias da vida e da passagem do tempo. A peça celebra a alegria e a amizade, e a importância das relações construídas com generosidade e altruísmo, numa sociedade em que o comportamento humano torna-se cada dia mais autorreferente e imediatista.
A peça, em cartaz no Teatro Petra Gold até o dia 28 de agosto, dá protagonismo aos encontros e aos afetos, gera empatia imediata do público nestes quase dois anos em que vem sendo apresentada: “Ao longo das mais de 100 apresentações que fizemos deste espetáculo, eu, como diretora, assisti inúmeras vezes e sempre é emocionante e divertido. No entanto, o mais incrível é testemunhar o mesmo sentimento no público. A peça toca profundamente o coração das pessoas e elas voltam pra assistir novamente!”, conta a diretora Alice Borges.
SINOPSE
A peça conta a história de uma profunda e sólida amizade entre uma mulher e um homem de estratos sociais diferentes – Silvia (Claudia Mauro), professora e artista plástica, que viveu grande parte da vida às voltas com as crises em seu casamento e Floriano (Édio Nunes), contínuo, de hábitos simples e inteligente por natureza, que sempre levou sua vida com leveza e bom humor. Depois de quase meia década de convivência, Silvia é uma mulher solitária que se recupera de um AVC, e Floriano o único amigo ainda presente. Aos poucos, ele contagia Silvia com sua alegria de viver e senso de humor, que acabam devolvendo a saúde e os movimentos à amiga. Juntos, se divertem e rememoram os altos e baixos de quase 50 anos de amizade.
DE COMO NASCEU ESTE TEXTO
“Então, a vida passou por mim e disse: ‘Chegou a hora. Seus pais sairão de cena. Agora é com você, sua vez.’ Pausa. Em meio à mudança de casa da minha mãe – que havia sofrido um AVC – encontrei uma caixa cheia de agendas, que ela escrevia como diários. Estava ainda fazendo o “luto” daquela mãe – que corria atrás dos meus filhos, com uma energia vital incrível – e me acostumando com uma mãe numa cadeira de rodas, que ora me olhava profundamente, ora com distância, ora muito lúcida, ora bastante esquecida. Tive uma súbita inspiração e me lembrei de uma história linda entre ela e um grande amigo. Desandei a escrever um texto sobre amizade. Liguei para o meu pai e mandei as primeiras páginas escritas. Em alguns minutos ele me retornou e disse: ‘Filhota, você é boa de diálogos, hein? Vai em frente!’ E eu fui… Mais algumas páginas, alguns dias no computador, e veio a notícia. Dessa vez, meu pai. Partiu. Tomando vinho com os amigos, rindo e feliz, como ele queria e merecia. Então, recomecei… e a história de amizade virou uma história para contar tantas outras histórias… Histórias de amor, de dor, de perdas e alegrias, histórias de família e de tantos personagens da minha vida.”, conta Claudia Mauro.
E o ator Édio Nunes, conhecido pela sua presença constante em espetáculos musicais de sucesso – tanto como ator quanto como diretor – complementa: “A minha amizade com a Claudia foi determinante para este projeto, porque falamos da vivência pessoal de ambos, fundamental para este trabalho. Fui muito motivado também por ser convidado a atuar num outro diapasão, longe do registro dos musicais, que posso chamar de minha zona de conforto. Um exercício estimulante e necessário como ator.”
A MONTAGEM
“Em 20 anos de amizade com a Claudia (Mauro), pude conhecer e conviver de perto com a sua família. Através dessa observação tão íntima, pude conduzir de forma delicada este texto sensível e emotivo, que resgata uma parte dessa história familiar. Minha intenção é levar o público para dentro deste universo poético – e ao mesmo tempo realista – da maneira mais sincera, verdadeira e simples.”, afirma Alice Borges.
A montagem estrutura-se nas idas e vindas entre passado e presente. Valendo-se basicamente do trabalho corporal e pequenas mudanças nos acessórios, os atores passeiam por quatro décadas – dos anos 1970 até os dias de hoje, e por todas as mudanças em suas vidas.
A trilha sonora acompanha a linha do tempo, desfilando um repertório variado e icônico que vai de João Bosco a Martinho da Vila, passando por Bill Haley & His Comets e o legendário “Rock Around The Clock”. As mudanças nos figurinos se revelam, sutis, nos detalhes e acessórios – as roupas se transmutam ao invés de ser efetivamente trocadas. O cenário divide o palco em uma área de sentar, ocupada por um pequeno sofá, e uma outra área que pode ser uma sala, um escritório ou uma mesa de bar. Os ambientes também transitam entre passado e presente através dos elementos adicionados pelos atores.
RELAÇÃO DE MÚSICAS
Canta canta, minha gente (Martinho da Vila)
Pequeno Burguês (Martinho da Vila)
Kid Cavaquinho (João Bosco)
Vai levando (Chico Buarque e Maria Bethânia)
Eu hein, Rosa (Elis Regina)
Novo Tempo (Ivan Lins)
Pelas Tabelas (Chico Buarque)
Rock Around The Clock (Bill Haley & His Comets)
FICHA TÉCNICA
Texto: Claudia Mauro
Direção: Alice Borges
Diretor Assistente: Marcos Ácher
Elenco: Claudia Mauro e Édio Nunes
Cenografia: Nello Marrese
Figurinos: Ana Roque
Iluminação: Paulo Cesar Medeiros
Trilha Sonora: Claudio Lins
Pesquisa Musical: Patricia Mauro
Coach: Larissa Bracher
Supervisão de Movimento: Paula Águas
Coreografias: Édio Nunes
Assistente de Cenografia: Maria Stephania
Assistente de Figurino: Luiz Ikki
Costureira/Modelista: Ateliê Fátima Leo
Designer Gráfico: Marcos Ácher
Fotos: Dalton Valério
Operação de luz: João Pedro Meirelles
Contrarregra: Rodrigo Ferreira
Produção executiva: Júnior Godim
Realização: Constelar – Arte, Diversão e Cultura
Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany
APRESENTAÇÕES: até 28 de agosto
Teatro PetraGold – Rua Conde de Bernadote, 26, Leblon
. apresentações presenciais (com plateia)
HORÁRIOS:
Sábado – 20:00h
Domingo – 19:30h
DURAÇÃO: 60 minutos / CLASS. INDICATIVA: 14 anos / GÊNERO: comédia dramática