Depois do sucesso de público e crítica no Teatro Sérgio Porto, espetáculo homônimo do livro de Cris Pimentel chega à plataforma Palco Web em curta temporada para debater as diversas formas de violência contra a mulher, até 30 de janeiro
“Ana e a Tal felicidade”, escrito por Cris Pimentel, chega para refletir temas aos quais as mulheres são encaixadas e, consequentemente, silenciadas pela sociedade.
A peça, que é produzida pela “Notícias de Tudo”, une-se à dramaturga Renata Mizrahi para conduzir o público a uma reflexão e discussão a respeito das violências sofridas cotidianamente pelas mulheres.
A segunda temporada está disponível até 30 de janeiro, pela plataforma Palco Web.
Palco Web é um serviço de streaming totalmente dedicado às produções cênicas brasileiras. Peças de teatro, shows e palestras dedicadas à área cultural estão entre as atrações que integram a plataforma.
É a magia do teatro em casa com toda a praticidade que o streaming pode proporcionar.
Levar ao público através do teatro não só a experiência de mergulhar dentro da jornada emocional personagem “Ana” uma mulher angustiada em busca de um acerto de contas com seu passado e ao mesmo tempo, provocar reflexão junto à plateia sobre temas referente às questões feministas como problemas relacionados à violência contra a mulher, aborto, orgasmo, entre outros assuntos tão importantes para a saúde mental das mulheres.
O projeto, idealizado pela autora e produtora Cris Pimentel estreou em 4 de novembro de 2021, no Teatro Sérgio Porto, incentivado pela Lei de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro, mistura pedaços da história da própria Cris, com relatos de outras mulheres que passaram por situações semelhantes e que ela ouviu durante os anos em que trabalhou numa delegacia de defesa da mulher, na década de 90.
Até chegar ao formato atual, o coletivo vivenciou algumas experiências com o projeto como: leitura da peça com a dramaturgia de Andrea Terra, aprovada pela Lei Aldir Blanc, em março de 2020, em comemoração ao Dia da Mulher e o lançamento do livro “Ana – O amor pelo amor”, no dia 10 de abril de 2021 pela internet, em live direto de Lisboa, com a editora Taís Facina, da Sagarana Editora.
O jornalista Sidney Rezende, que trabalhou com Cris Pimentel, na rádio CBN Rio, no início dos anos 2000 e que hoje está na CNN Brasil, afirma que a obra (cujo texto do teatro é assinado por Renata Mizrahi) convida o leitor a deslizar pela existência da personagem como alguém que nos é próximo, e segundo ele, é mesmo! Sidney Rezende vai mais adiante perguntando: “Quem não conheceu uma Ana na vida? Quem nunca foi Ana em algum momento?”.
Para Cris Pimentel, a contar pelas estatísticas assustadoras, e pela nossa experiência durante os debates realizados na temporada do Teatro Sergio Porto, em novembro de 2021, não é muito difícil no nosso cotidiano concordar com a opinião do comentarista da CNN Brasil. “Quase que diariamente, há relatos em toda a imprensa e mídias sociais de casos de violência sexual e doméstica. Em agosto passado, a Lei Maria da Penha completou 15 anos e, apesar da sua existência, o estupro, considerado crime hediondo, registrou recorde da violência sexual: Foram 66 mil vítimas de estupro no Brasil em 2018, maior índice desde que o estudo começou a ser feito em 2007. A maioria das vítimas (53,8%) foram meninas de até 13 anos. Conforme a estatística apurada em micro dados das secretarias de Segurança Pública de todos os estados e do Distrito Federal, quatro meninas até essa idade são estupradas por hora no país e ocorrem em média 180 estupros por dia no Brasil, 4,1% acima do verificado em 2017 pelo anuário”, analisa.
Por essas e outras razões e pelo intenso trabalho da equipe, composta em sua maioria por mulheres, que Cris acredita que o espetáculo iniciou sua jornada em novembro passado, agradando o público e os colegas de palco. Segundo os relatos que chegaram aos ouvidos de todos os envolvidos, a montagem consegue tratar com “delicadeza ” temas tão difíceis, como estupro e aborto . Outro fato que todos destacam é que o espetáculo foi indicado pela colunista Tânia Brandão.
Para Cris Pimentel, idealizadora do projeto, o esforço do coletivo justifica os elogios da temporada. “Nosso espetáculo foi construído com muito carinho e dedicação por parte de cada profissional envolvido. Todos, sem exceção, trabalharam incansavelmente, para atingir nosso objetivo que é levar para o palco com toda licença poética que o teatro nos permite, os momentos de força e fragilidade dessa mulher abusada sexualmente, desconstruindo os estereótipos a fim de levar o público a um mergulho dentro da jornada emocional da “Ana” – uma mulher angustiada em busca de um acerto de contas com seu passado e, que ao mesmo tempo, tenta se firmar num relacionamento. Assim como no livro, nós juntamos relatos de outras mulheres que passaram por situações semelhantes à que vivi aos 17 anos, relatos esses que conheci na década de 90, época que fui escrivã de polícia numa Delegacia de Defesa da Mulher, (SP) e que me inspiraram na criação dos personagens centrais. Só desejo que esse projeto tenha uma excelente jornada”! , conclui.
Já a diretora Carol Araújo que conheceu Cris Pimentel e o seu projeto, do qual falava sobre o universo da “Ana”, em 2018, lembra que a personagem infelizmente até hoje representa a realidade de muitas mulheres. Segundo ela, a empatia entre elas se deu naturalmente e ambas conversaram sobre a importância de falar sobre os temas abordados, bem como de formarem um coletivo, em sua grande maioria feminina. Desde então, lembra a diretora, Cris Pimentel seguiu em frente buscando leis de incentivo e recursos para a montagem e somente em 2020, com o projeto e captação em andamento, mesmo com a pandemia, Cris seguiu com os editais e em março de 2021, foi realizado uma leitura patrocinado pelos recursos da Aldir Blanc. “Até a estreia em 4 de novembro de 2021, a mídia noticiava um aumento no número de casos de mulheres violentadas e assassinadas dentro de casa. Neste momento, eu e a diretora de movimento Maria Carol Leguedê já tínhamos iniciado juntas com a Cris Pimentel uma troca de conteúdo a partir de pesquisas sobre o universo da “Ana” e a violência contra a mulher”, lembra.
Carol comenta ainda que durante o processo a direção buscou trabalhar com uma linguagem cênica onde foi construído um diálogo entre ator compositor, dramaturgia, poesia, música e cenografia. “Este espetáculo é de extrema relevância para que possa haver uma mudança, pois os temas levantados ainda são tratados como tabus na sociedade e acabam intimidando as mulheres que se calam diante de tanta dor”, finaliza.
E é nessa luta permanente de apoio às causas femininas que Cris Pimentel e as coletivas Notícias de Tudo (Crisbela Produções) acreditam que o projeto pode ajudar as mulheres a encontrarem a felicidade e se libertarem de seus traumas. As várias atividades desenvolvidas visam levar uma possibilidade de dar espaço, vez e voz às mulheres, através da arte, a uma sociedade mais justa e menos machista. Portanto, o principal objetivo do espetáculo é lançar um olhar sobre o problema, abordando de forma criativa os momentos de força e fragilidade da mulher abusada sexualmente, desconstruindo os estereótipos que o cercam; ao mesmo tempo também criar oportunidades reflexão sobre o assunto, promover o desenvolvimento e a difusão de produções nacionais, gerar empregos, incentivar, manter, ampliar e valorizar o mercado de trabalho para artistas e técnicos locais.
SINOPSE: “Ana e a Tal Felicidade” nos apresenta uma mulher real. No palco, podemos encontrar uma mulher que questiona suas dores e que, angustiada, está em busca de um acerto de contas com o passado e de uma perspectiva de futuro, inclusive amoroso. Através da personagem, muitas mulheres poderão, além de se verem, refletirem sobre o combate à violência contra a mulher.
FICHA TÉCNICA:
Texto de Renata Mizrahi
Baseado no livro homônimo de Cris Pimentel
Direção: Carol Araujo e Nina da Costa Reis
Elenco Principal: Stephanie Serrat e Charles Asevedo
Direção de Produção e Idealização Projeto: Cris Pimentel
Direção de Movimento e Corpo: Maria Carol Leguedê
Direção de Luz Cênica: Ana Luzia Molinari de Simoni
Cenário e Figurino: Bia Junqueira
Designer e Criação: Geremias Marins
Direção Musical (Trilha original): Aldo Medeiros
Visagismo: Cleia Tomaz
Operador de Luz: Paulo Ignácio
Assistente de Direção Musical: Guto Menezes
Assistente de Cenografia e Figurino: Alice Cruz
Assistente de Produção: Tatiana Pereira
Produção: Márcia Saban
Fotografia: Rodrigo Menezes
Filmagem: Walber Cardoso Guimarães
Assessoria de Imprensa: Tatiana Pereira
Redes Sociais: Lia Castanho
Site e manutenção: Carlos Pimentel
Realização: Notícias de Tudo (Crisbela Produções).
SERVIÇO:
ANA E A TAL FELICIDADE
Palco Web
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Até de 30 janeiro de 2022