O Teatro PetraGold recebe mais uma vez, em outubro, o espetáculo “MARIA!”, bem-sucedidosolo de Claudio Mendes com direção de Inez Viana, que recebeu indicações aos Prêmios Cesgranrio e Botequim Cultural de Melhor Ator para Claudio Mendes, e ao Prêmio Cesgranrio de Melhor Iluminação a Paulo Cesar Medeiros.
Comemorando o centenário de Antonio Maria, a peça apresenta suas crônicas e canções numa biografia cênica da vida e da obra do poeta.
O tempo cronológico do espetáculo é o de um dia na vida de Maria -o dia de seu aniversário -, mas suas lembranças é que dão o tom biográfico da peça.
“O Rio está desejoso de recuperar sua alegria natural, seu otimismo. Momento propício de trazer de volta Antonio Maria e sua paixāo pela cidade que ele tāo bem cantou em suas crônicas e canções.”,afirma o ator Claudio Mendes.
SINOPSE
O espetáculo começa com o artista voltando para casa, um apartamento de quarto e sala em Copacabana, com o dia amanhecendo, depois de mais uma noitada boêmia. Ele faz uma ode ao Rio de Janeiro, cidade que escolheu para viver, e também critica seu abandono. Antes de dormir, fala sobre cansaço, velhice e sua vida irrequieta. Adormece, enfim. Ao acordar, entre as várias tarefas que tem para cumprir, as crônicas para a rádio e o jornal, reflete sobre feiura, velhice, solidão, amor, trabalho, dívidas, insatisfações. Sem conseguir escrever uma linha, ele abre seu diário e relembra o Carnaval de sua infância no Recife, sua chegada ao Rio de Janeiro, na Lapa dos anos 40.
Ao anoitecer, sai de casa e, como sempre, vai parar na boate Sacha’s, onde encontra seus amigos Vinícius, Di Cavalcanti, Maysa e lamenta a perda de sua amiga querida, Dolores Duran, de quem sente muita saudade. Ao amanhecer, o cronista volta para casa pela orla, observando o ‘colar de pérolas’ ainda aceso, que vai se apagando com a luz da manhã. Ele fala sobre Copacabana, bairro onde morou boa parte de sua vida e onde morreu. Chegando em casa, só quer sossego e o merecido descanso. É mais uma noite de boemia e sono, mas podemos imaginar que seja a última. O ‘Menino Grande’ nos deixa um último samba, melancólico, mas cheio de humor, como era o próprio Antônio Maria.
A ENCENAÇÃO
Sobre sua atuação, Claudio Mendes explica que “não há uma tentativa de mimetizar o personagem Antônio Maria, reproduzindo sotaques, trejeitos e voz, porém o texto é todo dito em primeira pessoa. Então, é o Antônio Maria na voz do ator Claudio Mendes.”
Sobre seu envolvimento com este trabalho, Claudio conta que “minha alma colou na do Maria desde a primeira leitura. Nesse espetáculo quero tentar traduzir para o teatro toda beleza, poesia, humor, acidez, ironia, graça das palavras deste grande cronista, poeta e compositor. Quero emprestar a ele o meu melhor, como ele me deu o melhor que havia nele e fazê-lo chegar às pessoas. Acho o momento perfeito para se ouvir Antônio Maria.”
TEMPORADA: 2, 9, 16, 23 e 30 de outubro (aos sábados), às 19h
Teatro PetraGold – Rua Conde de Bernadote, 26, Leblon
. apresentações em transmissão ao vivo e presenciais (com plateia reduzida)
HORÁRIOS: sempre aos sábados, às 19h
INGRESSOS PARA TRANSMISSÃO AO VIVO E ON-LINE: a partir de R$20,00
INGRESSOS PARA PLATEIA PRESENCIAL: R$60 E R$30 (meia)
ONDE COMPRAR E ASSISTIR: https://site.bileto.sympla.com.br/teatropetragold/ ou na bilheteria com ate 1h de antecedência para plateia presencial
DURAÇÃO: 50 minutos / CLASS. INDICATIVA: livre / TEMPORADA: até 30 de outubro
FICHA TÉCNICA
Autor: Antônio Maria
Dramaturgia: Claudio Mendes
Direção: Inez Viana
Elenco: Claudio Mendes
Assistente de Direção: Marta Paret
Direção Musical: Ricardo Góes
Iluminação: Paulo César Medeiros
Figurino: Flavio Souza
Programação Visual e Mídias Sociais: Silvana Andrade
Fotos: Claudia Ribeiro
Direção de Produção: Bárbara Montes Claros
Realização: Teatro PetraGold e J.R. Mac Niven Produções Ltda.
Assessoria de Imprensa Teatro PetraGold: JSPontes Comunicação
ANTÔNIO MARIA
Nascido em 17 de março de 1921, no Recife, Antônio Maria foi um dos maiores craques literários de todos os tempos. Cronista admirável, com pleno domínio e intimidade com a sonora língua portuguesa, falava e escrevia com exigência de estilo, beleza poética e técnica de mestre.
Seu primeiro emprego, aos 17 anos, foi o de apresentador de programas musicais na Rádio Clube Pernambuco. Em 1940, se muda para o Rio de Janeiro para ser locutor esportivo na Rádio Ipanema. Em 1947, se torna diretor artístico da Rádio Tupi. Convocado por Assis Chateaubriand, foi o primeiro diretor de produção da emissora, inaugurada em janeiro de 1951. Durante mais de 15 anos, escreveu crónicas diárias para O Jornal. Em 1952, Maria foi um dos primeiros contratados da Rádio Mayrink Veiga. Em 1957, com Ary Barroso, apresentou o programa “Rio, Eu Gosto de Você”, na TV Rio. No Jornal O Globo, em 1959, manteve a coluna Mesa de Pista, tendo então se transferido para o Última Hora.
Antônio Maria foi ainda compositor dos mais notáveisda música popular brasileira, também ali seu estilo se fazia presente: sambas, sambas-canção, valsas, frevos e alguns prenúncios da bossa nova, que fizeram muito sucesso no Brasil e no exterior. Maria era, além de poeta da alma humana, um documento vivo dos costumes de sua época, incorporando em suas crônicas a linguagem do povo, enriquecendo os dicionários do nosso idioma. A noite do Rio, os modismos dos anos dourados, os seus “personagens”, alegrias e dissabores de encontros amorosos e sua fascinação pelas mulheres, poesia, música, política, esporte, teatro, restaurantes, moda, vida social, humor, amor, estão em Antônio Maria, que é autor de obras-primas da música brasileira como “Valsa de Uma Cidade” e “Manhã de Carnaval”, uma das canções brasileiras mais conhecidas no exterior. Muito conhecido por suas canções ‘dor de cotovelo’ como “Ninguém me Ama” e “Se eu Morresse Amanhã”, Maria tem uma vasta obra que inclui ainda “As Suas Mãos”, “Canção da Volta” e “Frevo nº 1 do Recife”.
Antônio Maria, cardiopata desde a infância, faleceu fulminado por um enfarte do miocárdio na madrugada de 15 de outubro de 1964, em Copacabana, quando se dirigia para o Le Rond Point.
CLAUDIO MENDES – ATOR
Claudio Mendes é ator com 35 anos de carreira e mais de 70 espetáculos realizados com diretores como Amir Haddad e Aderbal Freire-Filho, seus parceiros mais frequentes, tendo sido dirigido também por André Paes Leme, Moacir Chaves, Luis Artur Nunes, entre outros. Claudio Mendes ganhou o Prêmio APTR de Melhor Ator Coadjuvante por seu trabalho no espetáculo “Agosto”, e foi indicado aos Prêmios Cesgranrio e Botequim Cultural de Melhor Ator em 2018, pelo espetáculo “MARIA!”.
No cinema, sua atuação mais recente em “Um Animal Amarelo”, de Felipe Bragança (“O Som ao Redor”), vencedor de 5 Kikitos no Festival de Gramado. Ainda por lançar, Claudio também está no elenco de “Capitú e o Capítulo”, novo filme de Julho Bressane, ao lado de Mariana Ximenes e Wladimir Brichta. Estará na segunda temporada da serie “El Presidente”, da Amazon, onde também fez sucesso com o filme “Carlinhos & Carlāo”. Em TV acabou de gravar a quinta temporada de “Sob Pressão”, bem-sucedida série da Rede Globo que vai ao ar em 2022, e uma participação na próxima novela das 21h, “Um Lugar ao Sol”, também da Globo. Sua última participação em TV tinha sido na novela “A Dona do Pedaço”, TV Globo, onde viveu o Pastor Emanuel, que converte a personagem Josiane, vivida por Ágatha Moreira”. Antes, deu vida a Dr. Herberto, médico responsável pelos “congelados” na novela “O Tempo Não Pára”, da mesma emissora, quando fez dupla cômica com Eva Wilma e Luiz Fernando Guimarães.
INEZ VIANA – DIRETORA
Inez Viana, 35 anos de profissão, é atriz, cantora e diretora, com várias indicações e prêmios conquistados. Seu talento como atriz foi exaltado por colegas, público e crítica em “A Mulher que Escreveu a Bíblia”, de 2007, peça com a qual tem feito inúmeras temporadas e apresentações, em festivais e turnês pelo Brasil. Inez participouda criação do Centro de Demolição e Construção do Espetáculo, grupo consagrado nos anos 90, dirigido por Aderbal Freire-Filho. É fundadora e diretora da bem-sucedida Cia OmondÉ que, em 10 anos de trajetória, comemorados este ano com a montagem de “O Auto de João da Cruz”, de seu mestre Ariano Suassuna. A cia já acumula 8 espetáculos encenados, e várias indicações a prêmios.