Campanha “Manguinhos tá On!” busca arrecadar aparelhos e acesso à Internet para ajudar jovens do Complexo de Manguinhos
Salve, salve minhas queridas capivaras
Devido à pandemia, as aulas de dança do “Ballet Manguinhos” estão acontecendo no formato online.
Entretanto, a maior parte dos alunos tem sofrido com essa nova modalidade de aulas por não possuirem a estrutura digital necessária.
Antes da Covid-19, o acesso à tecnologia já era precário, sendo agravado em 2020, por fatores econômicos e sociais decorrentes do empobrecimento da população.
Foi então realizada uma pesquisa interna e foi constatado que mais de 60% dos alunos sofrem de exclusão digital, seja por falta de equipamentos eletrônicos ou acesso à Internet.
Para diminuir as consequências da pandemia e viabilizar a inclusão digital desses jovens, está sendo realizada a campanha de doação “Manguinhos tá On!”, em conjunto com outros coletivos do território, com base em dois eixos:
– Arrecadação de aparelhos em bom estado de conservação, como celular, tablet, notebook, desktop;
– Arrecadação de valores à partir de R$ 15,00 para compra de pacotes de dados e chips
O objetivo é trazer conectividade para os alunos para que não percam mais aulas.
O Ballet Manguinhos busca doações de pessoas físicas ou jurídicas.
A instituição irá coletar os equipamentos todas as sextas-feiras, e os agendamentos serão feitos através do telefone, whatsapp e e-mail.
Também serão aceitas doações feitas diretamente na sede, localizada na Av. dos Democráticos 535 – Higienópolis, no Rio de Janeiro.
Para o pacote de dados e os chips, as doações serão feitas pelo PicPayAssociação Ballet Manguinhos ou através do PIX: 21970039770.
Para mais informações de como poder ajudar com as doações, os interessados podem entrar em contato pelos telefone (21) 97003-4027 ou pelo e-mailcontato@balletmanguinhos.com.br
Exposição do Ballet Urbano Manguinhos (BUM), com diversas fotos, que mostram a situação atual da comunidade, vai acontecer de forma virtual, até o dia 31 de julho
Através de edital municipal, que ganharam com a Lei Aldir Blanc, o Ballet Manguinhos vai dar continuidade a uma exposição realizada em 2016.
Trata-se de um diálogo com performance, cujo objetivo principal é mostrar a situação atual do território de Manguinhos, fazendo uma releitura das fotos expostas há 5 anos.
A exposição virtual “Ballet Urbano Manguinhos (BUM)” teve a abertura no dia 26 de abril e está disponível no site http://www.balletmanguinhos.com.br/ Variadas imagens foram selecionadas e compõem a mostra.
“Pretendemos ocupar o território e fazer parte da realidade local, promover uma interação e aproximação com toda a comunidade”, afirma a fotógrafa Ana Maria Silva, que também fez a curadoria da mostra, que fica em cartaz até o dia 31 de julho.
A fotógrafa Ana Maria Silva, que cresceu em e ao redor das favelas no Rio, foi imediatamente atraída para o projeto.
Ela descreve a sua primeira visita ao Ballet Manguinhos como “amor à primeira vista”. “Não é preciso ir para a zona sul ou para um local turístico do Rio para enxergar o que é bonito. A exposição é sobre apropriação de um território que precisa e merece ser visto, merece investimento e merece ser reconhecido. Mostra o que já está sendo produzido ali dentro de Manguinhos, que é uma forma de mudança através da arte”, afirma Ana Maria Silva.
Sobre o Ballet Manguinhos:
O Ballet Manguinhos foi criado em 2012 pela jovem Daiana Ferreira, que faleceu recentemente, em decorrência do COVID-19. Claudia Mota, Primeira Bailarina do Theatro Municipal do RJ, a única em atividade, é madrinha do Ballet desde 2016. Hoje, a iniciativa conta apenas com o apoio da TSS, uma instituição da Virginia, nos Estados Unidos, que financia o pagamento dos professores e o aluguel da sede no bairro, mas ficarão sem patrocínio a partir de agosto deste ano, com o fim do contrato de três anos.
Daiana era formada em Educação Física e fez aulas de balé a vida inteira. A instituição começou num espaço cedido por uma igreja da região e foi criada com o intuito de tirar as meninas da ociosidade das ruas. Logo já havia um total de 80 alunas inscritas. Ao saber do projeto, o ex-jogador de futebol Jairzinho entrou em contato com Daiana e a convidou para se juntar a ele no projeto Furação da Cidadania, que começou com futebol, na área de Manguinhos. Ficaram lá até o final de 2014, quando perderam o patrocínio da Petrobras. Em 2017, oficialmente como Ballet Manguinhos, recomeçaram na Biblioteca Parque de Manguinhos, após o fechamento do espaço por falta de verba.
Na segunda metade de 2018, a Biblioteca reabre e o Ballet continua ativo em nova locação, desta vez, na Casa do Trabalhador, graças ao patrocínio da TSS. Logo após, habita a Fiocruz até conquistar a sede atual. Hoje, a TSS arca apenas com a folha de pessoal fixa. As demais contas como bebedouro, barras, lanches para os alunos ficam por conta de doações e os uniformes das bailarinas são adquiridos pelos próprios responsáveis.