Governo Federal, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei Aldir Blanc apresentam: “Olhos Coloridos – Um Hino?” – Live que vai acontecer no dia 14 de março promete resgatar a história da música, lançada em 1982, e de Macau, seu autor.
Macau contará através de seu repertório, com a participação especial de nomes, como Sandra de Sá, BNegão, Mayla Hadalla, Augusto Bapt, Jô Borges, Nanda Fellyx e Verônica Bonfim, toda a sua trajetória artística
Em pleno ano de 2021, podemos ousar dizer que antes mesmo da luta pela igualdade racial e da conquista da cota para pessoas negras nas universidades brasileiras virarem uma realidade, o compositor e cantor Macau já tinha dado o recado ao compor a música “Olhos Coloridos”. Quem nunca cantarolou ao menos um trecho da canção? Os meus olhos coloridos / Me fazem refletir / Eu estou sempre na minha / E não posso mais fugir / Meu cabelo enrolado / Todos querem imitar / Eles estão baratinados / Também querem enrolar / Você ri da minha roupa / Você ri do meu cabelo / Você ri da minha pele / Você ri do meu sorriso / A verdade é que você / Tem sangue crioulo / Tem cabelo duro/ Sarará crioulo/ Sarará crioulo / Sarará crioulo / Sarará crioulo / Sarará crioulo…
A música, composta por Macau em 1972, foi um sucesso, estourou nas paradas populares das rádios e programas de TV no ano de 1982, quando foi lançada por Sandra de Sá e segue até hoje tendo diversas regravações, por variados artistas e sendo utilizada até mesmo em samplers. Como a luta nunca acaba, no dia 14 de março, quem acessar o canal do YouTube de Macau poderá conhecer um pouco mais da história desse compositor talentoso, cuja obra musical está incorporada com a vida dele.
Através das composições dele, quem estiver sintonizado conhecerá um pouco mais sobre a história desse músico que nasceu em 1952, na favela “Praia do Pinto”, até a época em que aconteceram as remoções da comunidade da Lagoa para a Cruzada São Sebastião, conjunto habitacional, para onde parte dos habitantes foram removidos e onde Macau foi criado e fundou sua primeira banda “Paulo Bagunça e a Tropa Maldita”, período da efervescência das gravadoras musicais. Macau também irá apresentar pela primeira vez a música que fez com o saudoso amigo Luiz Melodia, chamada “Nada a Declarar”, além de “O Amigo de Nova York”, gravada pelo também saudoso Emilio Santiago. “Trem da Central”, composta em parceria com a Sandra e a inédita “A palma da minha mão é preta”, definida pelo autor como uma reflexão sobre a etnia, também estarão presentes no repertório.
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Em 1974, um ano após gravar seu primeiro LP, atualmente considerado raridade entre os DJs, a banda se separou; mas Macau seguiu compondo. E em 1982, sua música Olhos Coloridos (Sarará Crioulo), na voz de Sandra de Sá, explodiu no Brasil inteiro e se transformou no hino do orgulho negro. Em 2011, Macau lançou seu primeiro CD solo “Macau, Do jeito Que Sua Alma Entende”, produzido e dirigido por Sandra de Sá. E em 2016, lançou seu segundo trabalho, o EP “Macau, Antes Que o Dia Acabe”, também dirigido por Sandra de Sá. Atualmente Macau e Sandra estão trabalhando no lançamento do terceiro EP do artista
Sandra, que define a sua relação com Macau como algo “de sentimento”, acredita que “Olhos Coloridos” é mais do que uma música que fala de negritude. Para a intérprete, ela pertence a todas as pessoas. “É um hino que pertence a todos. Afinal de contas, quem é quem no povo brasileiro? Quem pode se definir como uma coisa, e não outra?”, reflete Sandra.
“Tudo o que vai acontecer vai ser muito baseado no improviso. Toda a minha vida vai estar nessa live. Todos os perrengues e a história que tornam “Olhos Coloridos” tão essencial ainda nos dias de hoje. Já sofremos muito de forma velada. Hoje a luta contra o racismo estrutural no Brasil é mostrada de forma brilhante pelo rap, temos o Emicida, que mostra de forma nua o quanto é cruel a realidade do preto no Brasil e no mundo. Tudo é muito real. Vou me apropriar da minha vida para mostrar que juntos somos mais fortes e que você não precisa ser preto para lutar contra o racismo”, finaliza Macau, sobre a live apresentada pelo Governo Federal, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei Aldir Blanc.
O projeto “Olhos Coloridos – Um Hino?” tem como objetivo principal esmiuçar a vida e a obra do compositor Macau, na busca da história de onde nasceu essa música. Entender porque essa canção tão simples se tornou o hino do orgulho negro. E procurar saber porque em 1982, quando Sandra de Sá apresentou ao mundo essa obra, os caminhos para o empoderamento negro se iluminaram. Além disso, serão produzidas algumas ações, listadas abaixo, que somadas à história da vida e obra de Macau, se propõem a responder à questão, sem a pretensão de esgotar o assunto:
1a. Ação – O MUSICAL OLHOS COLORIDOS, UM HINO? – Transmissão ao vivo/LIVE- Lançamento: 14/03;
2a. Ação – OLHOS COLORIDOS, UM HINO? – O BATE PAPO – Lives que vão acontecer durante a semana que antecede o lançamento da live. Macau recebe para um bate-papo ao vivo, os artistas convidados da live, sempre com a pergunta: Olhos Coloridos, Um Hino?;
3a. Ação. OLHOS COLORIDOS, UM HINO? – UMA PERGUNTA ABERTA: enquete com pessoas anônimas que vão ser levadas a responder: Olhos Coloridos, Um Hino? – Serão gravadas entrevistas e produzido um vídeo/doc;
4a. Ação – O MUSICAL NA PLATAFORMA INSTAGRAM – A live será disponibilizada para o grande público;
5a. Ação – OLHOS COLORIDOS, UM HINO? COXIAS E CAMARINS: Making-off do musical – Vídeo/Doc
Live – Olhos Coloridos – Um Hino?
A live vai acontecer no canal Macau Olhos Coloridos – www.youtube.com/macausarara
no próximo domingo – 14/3 – às 20h
Ficha Técnica da live – “Olhos Coloridos – Um Hino?”:
Moara Menezes – Criação/Produtora Executiva/Diretora Geral
Verônica Bonfim – Diretora Artística
Rickson Breda – Diretor Musical
Mariana Kaufman – Diretora de Audiovisual
Pedro Kaufman – Designer Gráfico
Pedro Faerstein – Fotografo de Audiovisual
Wallace Fernandes – Web-Designer
Fabricio Pimentel – Fotografo
Maiara Libano – Making-off da live e entrevistas
João Kaufman – Assistente de produção
Participações especiais: Sandra de Sá, BNegão, Mayla Hadalla, Augusto Bapt, Jô Borges, Nanda Fellyx e Verônica Bonfim
A Banda, os artistas músicos:
Flávio Santos – bateria
Affonso Velasquez – baixo
Fabio Negroni – guitarra
Rickson Breda – teclado
Regis Gonçalves – percussão
Gil Miranda – vocal
Hanna Lima – vocal
Marcelo Braga – sax
Jorginho – trompete
Vinicius Silva – trombone.